Bras�lia, 14 - Dois dias ap�s ter sido cassado pelo plen�rio da C�mara, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu acelerar a produ��o do livro onde pretende contar os bastidores da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Al�m do livro, Cunha intensificou o encontro com advogados para discutir sua defesa agora que perdeu o foro privilegiado.
Logo que o plen�rio confirmou a perda do mandato, Cunha anunciou que escreveria um livro contando os bastidores que antecederam sua decis�o de autorizar o processo de impedimento da petista. O peemedebista alegou que a sociedade merecia conhecer os detalhes da hist�ria recente do Pa�s. N�o demorou muito e tr�s editoras j� manifestaram interesse em publicar o livro. "O livro vai ter um valor hist�rico, mas n�o acredito que ter� efeito bomb�stico", disse o vice-l�der da bancada do PMDB, Carlos Marun (PMDB-MS).
Fontes contam que Cunha est� superando a tristeza diante da derrota acachapante de 450 votos � favor de sua cassa��o se ocupando do livro e das conversas com advogados. "N�o � o Eduardo Cunha poderoso de tempos atr�s, mas continua sendo uma pessoa determinada", afirmou Marun. Ontem, ele recebeu Marun para agradecer pessoalmente o esfor�o do colega de bancada em sua defesa no plen�rio. "Vi um ambiente de m�goa", contou Marun.
Cunha fez quest�o de receber Marun, mas se recusou a receber os "traidores". Um l�der de um dos partidos do chamado "centr�o" apareceu no pr�dio onde fica o apartamento funcional ocupado pelo peemedebista. Quando o porteiro anunciou a presen�a do deputado, Cunha mandou dizer que n�o o receberia. Segundo fontes, o peemedebista n�o vai receber seus antigos aliados que votaram favor�vel a sua cassa��o.
O peemedebista deve continuar no apartamento funcional de Bras�lia at� o final do prazo de 30 dias dado pela C�mara para que ele deixe o im�vel. Seu gabinete na Casa j� foi desocupado e seus funcion�rios dispensados. Cunha j� perdeu o direito a seguran�a da Pol�cia Legislativa, uso do carro oficial da C�mara, receber� apenas o sal�rio proporcional aos dias em que ainda tinha mandato e aposentadoria proporcional ao tempo de contribui��o. A primeira secretaria da C�mara pediu informa��es aos t�cnicos se o peemedebista ainda ter� direito ao plano de sa�de que � oferecido a ex-parlamentares, uma vez que sua condi��o hoje � de deputado cassado.