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Estado de Minas

Crise pol�tica tira partidos tradicionais da lideran�a nas elei��es municipais

Pesquisas revelam legendas menores � frente da disputa e divis�o entre nomes j� conhecidos na maioria das capitais brasileiras


postado em 18/09/2016 06:00 / atualizado em 18/09/2016 07:43

Bras�lia – A atual crise pol�tica que afasta os eleitores dos chamados partidos tradicionais — a maioria deles chamuscados ou derretidos por den�ncias de corrup��o nas tr�s esferas administrativas —, aliada �s caracter�sticas regionais das elei��es municipais, gerou uma pulveriza��o das legendas que lideram as pesquisas de inten��o de voto das elei��es de outubro.

Nas 26 capitais que v�o �s urnas no pr�ximo dia 2, nada menos que 14 legendas aparecem � frente em pelo menos uma delas. A sigla que aparece em melhores condi��es � o PSDB, com quatro: Manaus (AM), Teresina (PI), Belo Horizonte (MG) e Macei� (AL). O PT, que passou 13 anos no poder federal, s� lidera em Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO).

J� o PMDB, de Michel Temer, que recentemente foi efetivado como presidente ap�s a conclus�o do processo de impeachment de Dilma Rousseff, n�o tem aproveitado, ao menos por enquanto, o poder da caneta federal. A legenda lidera em apenas tr�s capitais: Boa Vista (RR), Goi�nia (GO) e Porto Alegre (RS).

Por outro lado, partidos criados recentemente, como a Rede e o Solidariedade, surgem bem colocados nas pesquisas, por exemplo, em Macap� (AP) e Vit�ria (ES). E at� o nanico PMN lidera em Curitiba (PR).

“� sempre bom lembrar que as elei��es municipais t�m caracter�sticas distintas, pois refletem as brigas regionais. Um nome de peso que perde espa�o em uma legenda grande, por exemplo, muitas vezes se filia a outra com menor densidade eleitoral apenas para disputar a elei��o”, refor�ou a vice-presidente da Ideia Intelig�ncia, Cila Shulman.

“Al�m disso, o pr�prio debate � mais administrativo, em torno da capacidade de resolver os problemas da comunidade. O que menos importa, em muitos casos, � o partido ao qual o candidato est� filiado”, completou.


A executiva da Ideia Intelig�ncia acrescenta outro ingrediente neste cen�rio. “Os atuais prefeitos ou aqueles que lan�aram nomes para suced�-los enfrentam dificuldades. Poucos deles conseguiram realizar boas obras, o dinheiro acabou, a Lei de Responsabilidade Fiscal amea�a todos com a inelegibilidade e os empr�stimos f�ceis de outros tempos, como os do Banco Mundial, n�o existem mais”.


Crise favorece pulveriza��o partid�ria


Para o cientista pol�tico da Funda��o Escola de Sociologia e Pol�tica de S�o Paulo Rui Tavares Maluf, a atual crise no sistema pol�tico tamb�m contribui para essa pulveriza��o partid�ria. “Vivemos uma crise de representatividade. H� muito tempo as nossas legendas n�o s�o consolidadas, acabam se formando diversos partidos que n�o t�m qualquer composi��o ideol�gica. � de assustar, de fato”, disse. Maluf, contudo, acha que ainda � cedo para se ter certeza do resultado final destas elei��es.

“� preciso esperar a abertura das urnas. E, mais do que isso, � prematuro avaliar se essa pulveriza��o ser� uma tend�ncia para disputas futuras ou apenas uma conjuntura atual”. Maluf lembrou que o PMDB, mesmo nos tempos mais duros e de rejei��o ao sistema pol�tico, sempre tem mantido sua capilaridade pol�tica, elegendo o maior n�mero de prefeitos e bancadas numerosas para a C�mara e o Senado.


O cientista pol�tico e professor do Insper Carlos Melo aponta o enfraquecimento do PT como um dos principais respons�veis por essa pulveriza��o. “O partido s� aparece na frente nas distantes Boa Vista e Porto Velho.

No caso do Acre, h� muito mais uma quest�o da oligarquia familiar dos Viana do que, necessariamente, uma identidade com o PT”, afirmou. “Em capitais como o Rio, S�o Paulo e Belo Horizonte, onde os candidatos petistas sempre foram competitivos, desta vez n�o t�m chance”. No Rio, por exemplo, o partido nem sequer tem candidato, optando por apoiar a candidata do PcdoB, Jandira Feghali.


Elei��o em segundo plano

Para Melo, � preciso ressaltar que esta � uma “elei��o an�mala”, com uma s�rie de assuntos nacionais, muitos deles que geram como��o: Olimp�adas, Paralimp�adas, impeachment de Dilma Rousseff, cassa��o de Eduardo, a morte de um ator global.

“As disputas municipais est�o em segundo plano. Todos analisam pesquisas, mas se esquecem de citar que, na m�dia, 50% dos eleitores entrevistados n�o sabem quem est� na disputa. Um candidato como Celso Russomano (PRB), por exemplo, que aparece com 30% das inten��es de voto, na verdade, tem apenas 15% da prefer�ncia do eleitorado”, calculou.


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