S�o Paulo - O advogado Atan de Azevedo Barbosa, de 77 anos, foi indiciado pela Pol�cia Federal por corrup��o, lavagem de dinheiro e associa��o criminosa na Opera��o Lava-Jato. No inqu�rito, a Federal imputou os mesmos crimes ao ex-gerente executivo da Petrobras Pedro Barusco.
Os pagamentos seriam relacionados a contratos obtidos pela IESA, isoladamente ou em cons�rcio. O advogado foi alvo de mandados de condu��o coercitiva e de buscas na 9ª fase da Opera��o Lava-Jato, batizada My Way, em fevereiro de 2015.
Naquela ocasi�o, Atan acabou passando uma noite na Superintend�ncia da Pol�cia Federal, no Rio, preso porque os policiais encontraram em sua casa muni��o sem que tivesse autoriza��o para port�-las. Ele pagou fian�a de R$ 25 mil e deixou a pris�o no dia seguinte.
Atan � funcion�rio aposentado da estatal e foi citado em dela��o premiada como um dos operadores de propina do esquema de corrup��o instalado na companhia petrol�fera, entre 2004 e 2014.
Pedro Barusco afirmou em dela��o premiada que de outubro de 2008 at� 26 de abril de 2013 ele pr�prio recebeu US$ 29 mil mensais em propina em raz�o de contratos de uma forma global, fora do modus operandi que envolvia o Partido dos Trabalhadores, Renato Duque (ex-diretor de Servi�os da Petrobras) e outros.
O despacho de indiciamento relata que Barusco apresentou demonstrativos de transfer�ncias banc�rias feitas pela Heatherley Business LTD. para a Rhea Comercial INC. entre 2008 e 2012. Em depoimento, em junho deste ano, Atan Barbosa declarou que fez transfer�ncias para a conta de Barusco como cortesia.
"Segundo Barusco, tais valores consistiram em vantagem indevida paga por Atan Barbosa, relacionada a contratos da IESA e CBD (Companhia Brasileira de Diques) com a Petrobr�s. Por meio dos comprovantes banc�rios apresentados pelo colaborador Pedro Barusco, � poss�vel contabilizar um total de US$ 1.556.350,00 pagos na conta Rhea Comercial INC. pela conta Heatherley Business. Os pagamentos teriam se iniciado em 20 de junho de 2008 e cessado em 30 de abril de 2013", registra o documento da Federal.
"Os pagamentos de vantagem indevida foram devidamente comprovados a partir da entrega dos documentos banc�rios apresentados pelo colaborador Barusco. A titularidade da Heatherley Business tamb�m resta comprovada a partir da an�lise de itens apreendidos, bem como pela confiss�o de Atan Barbosa. Da mesma forma, Atan Barbosa confessou que os pagamentos foram realizados visando a obter a simpatia de Barusco e alguma facilita��o por sua parte em procedimentos da Petrobr�s."
A reportagem procurou os advogados de Atan Barbosa por telefone e mensagem. At� a publica��o desta mat�ria, n�o havia resposta.