S�o Paulo, 22 - A 34� fase da Opera��o Lava Jato, que levou para a cadeia o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega (governo Dilma Rousseff), tem como alvos dos supostos pagamentos de propina n�o s� o PT, mas tamb�m o PMDB.
O lobista Jo�o Augusto Henriques, ligado ao partido e ex-Petrobras, recebeu valores do suposto esquema de corrup��o no contrato de US$ 922 milh�es para constru��o de m�dulos das plataformas de explora��o de petr�leo P-67 e P-60.
A Opera��o Arquivo X, nome dado � 34� fase, identificou tr�s fontes de corrup��o que movimentaram pelo menos R$ 13,4 milh�es e mais US$ 2,35 milh�es - pagos pelo Cons�rcio Integra Offshore, formado pela Mendes Junior e pela OSX Constru��o Naval. Os valores foram pelo contratos assinado em 2012, com a Petrobras.
Segundo o procurador regional da Rep�blica Carlos Fernando dos Santos Lima, da for�a-tarefa da Lava Jato, a primeira vertente envolve o operador de propinas do PMDB Jo�o Augusto Henriques, j� condenado pelo juiz federal S�rgio Moro.
Henriques teria recebido R$ 7,4 milh�es e supostamente repassado ao partido. Um dos elos investigados do operador � com o presidente da C�mara dos Deputados cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os valores foram repassados entre fevereiro e dezembro de 2013, segundo o pedido de pris�es e buscas da Arquivo X.
O ex-executivo da Petrobras Eduardo Musa havia confessado, em dela��o premiada, o repasse de propinas para o operador do PMDB. A Lava Jato anexou a dela��o do ex-gerente da estatal que virou tamb�m executivo da Sete Brasil - empresa criada pela Petrobras com bancos e investimento de fundos de pens�o federal para contratar a constru��o de plataformas para o pr�-sal, a partir de 2011.
PT
A segunda e terceira vertentes dos pagamentos suspeitos nos contratos das plataformas P-67 e P-70 teriam beneficiado o PT: via repasses ao ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil/Governo Lula), ao ex-deputado Andr� Vargas (ex-PT) e para o marqueteiro do partido Jo�o Santana - das campanhas de Dilma, em 2014 e 2010, e Luiz In�cio Lula da Silva, 2006.
O procurador da Lava Jato afirmou que as investiga��es trabalham com a hip�tese de que os valores repassados a Santana foram por d�vidas da campanha presidencial de 2010. A segunda vertente apura que Dirceu e Vargas podem ter recebido R$ 6 milh�es do Cons�rcio Integra - e suas empresas.
A terceira frente se refere ao pedido de R$ 5 milh�es que o ex-ministro Guido Mantega teria feito a Eike Batista - o empres�rio afirma ter repassado um total de US$ 2,35 milh�es para uma conta do publicit�rio Jo�o Santana e sua mulher M�nica Moura, marqueteiros das campanhas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff.
Os investigadores suspeitam que as d�vidas eram relativas � campanha que elegeu Dilma pela primeira vez, em 2010. O que leva os investigadores a acreditarem nessa hip�tese � que Eike teria atendido o pedido de Mantega e depositou US$ 2,3 milh�es em contas do casal Jo�o Santana e M�nica Moura, marqueteiros de Lula e Dilma.
"Esta � a terceira vertente da corrup��o, que envolve Guido Mantega. Se refere a um pedido feito por ele para o empres�rio Eike Batista de pagamento de cinco milh�es de reais para quita��o de d�vidas de campanha", afirma o procurador.
O encontro, segundo a investiga��o, ocorreu pouco antes da libera��o do primeiro pagamento das obras em plataformas da Petrobras para o Cons�rcio Integra Offshore, do qual a OSX, de Eike, fazia parte. A libera��o ocorreu no dia 29 de novembro de 2012. A "doa��o" de Eike, em abril de 2013.
"A combina��o passou pela operacionaliza��o desses valores no exterior, mediante contrato por objeto falso entre empresa de Eike e empresa do casal Santana. A opera��o foi especialmente montada por M�nica Moura para receber US$ 2,35 milh�es pela conta da Shelbill (na Su��a)", afirma o procurador.