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Estado de Minas

Elei��o mais pobre, cidade mais limpa


postado em 23/09/2016 07:31 / atualizado em 23/09/2016 08:36

S�o Paulo - Se elei��o � mesmo a festa da democracia, essa, por enquanto, anda meio esvaziada. Quem estava acostumado com campanhas barulhentas, cheias de bandeirinhas, santinhos e agita��o em ruas e pra�as, j� notou a diferen�a. A reportagem do jornalO Estado de S. Paulo visitou alguns endere�os que, nas elei��es de 2012, eram repletos de "vida eleitoral" - mas que hoje n�o guardam vest�gios de nenhuma disputa. A nova legisla��o e a falta de recursos e de interesse s�o as explica��es mais plaus�veis para esse fen�meno.

Em 2012, o Vale do Anhangaba�, no centro de S�o Paulo, estava enfeitado com bandeirinhas do ent�o candidato do PMDB Gabriel Chalita. N�o era dif�cil encontrar militantes panfletando ou pisar em algum santinho. Hoje, s� moradores de rua, eventuais turistas e testemunhas de Jeov� ocupam a �rea. "Na �poca (2012), ganhei um dinheiro distribuindo papelzinho de vereador. Dessa vez, n�o apareceu ningu�m oferecendo nada", afirmou o morador de rua Ant�nio Jesus, de 45 anos.

Outra pra�a que respirava elei��o h� 4 anos era a Jos� Boemer Roschel, na Cidade Dutra, zona sul. Nessa pra�a concentrava-se a propaganda pol�tica de diversos vereadores que mantinham (e ainda mant�m) escrit�rios pol�ticos na regi�o, como Goulart, Milton Leite e Tatto. Ao circular pelo local, o cidad�o era afogado por bandeiras e cavaletes de Haddad, Russomanno e Serra (candidatos na �poca) e muito material dos j� citados vereadores. "Nem parece que vai ter elei��o neste ano, n�? Moro aqui perto e vivia reclamando da bagun�a. Dessa vez, quase n�o se encontra nada. De vez em quando, aparece um gato pingado com uma bandeira", comenta a dona de casa F�tima Loure�o Dias, 52 anos.

Avenidas como a Teot�nio Vilela, na zona sul, e a Guilherme Cotching, na zona norte, tinham suas cal�adas e canteiros centrais totalmente dominados por cavaletes (com a cara de candidatos sorridentes). Os pedestres sofriam e a paisagem urbana era totalmente comprometida. E hoje? "Se voc� n�o me falasse dos cavaletes, eu nem ia lembrar que eles existiram. Era imposs�vel andar nas cal�adas por causa deles", lembrou o comerciante da Avenida Guilherme Cotching Mauro T�rsio Silva, 41 anos.

Regras


N�o foi por consci�ncia urban�stica que nossos candidatos diminu�ram suas a��es de rua. A lei eleitoral sofreu altera��es significativas. Foi vedada picha��o, inscri��o a tinta, coloca��o de placas, faixas, estandartes, cavaletes, bonecos e pe�as afins em locais em que o uso dependa de permiss�o do poder p�blico, ou que a ele perten�am. Tamb�m foi proibido ao candidato ou comit� distribuir na campanha brindes, camisetas, chaveiros, bon�s e etc. Soma-se a tudo isso o mais importante: o dinheiro diminuiu. As doa��es de pessoas jur�dicas foram proibidas e os recursos para gastar com propaganda ficaram mais modestos.

Em 2012, os dois candidatos que hoje tamb�m est�o na disputa (Russomanno e Haddad) fizeram campanhas onerosas. Russomanno, segundo dados do TSE, gastou R$ 4,4 milh�es (valores da �poca); e Haddad, R$ 64, 2 milh�es (tamb�m valores da �poca). No caso de Haddad, os gastos com gr�fica ultrapassavam, em 2012, os R$ 2 milh�es. Hoje, a campanha declara ter gasto menos da metade disso, R$ 933.392 (gastos por materiais impressos). J� Russomanno declara ter gasto nesta campanha com material impresso R$ 169.800. Em 2012, os gastos com gr�fica e produtos de comunica��o visual foram praticamente o dobro dos declarados nesta elei��o.

O coordenador do curso de Ci�ncia Pol�tica da FESPSP, Humberto Dantas, diz que uma elei��o "quase secreta" pode ter um efeito positivo. "Uma elei��o assim vai obrigar o eleitor a pesquisar mais, prestar mais aten��o e tentar se informar melhor", afirma. Para o tamb�m cientista pol�tico Cl�udio Couto, professor da FGV, a frieza da elei��o municipal tem suas ra�zes na superexposi��o das quest�es nacionais, como impeachment, Lava Jato e at� Olimp�ada. "A aten��o est� dilu�da. Talvez o quadro mude na �ltima semana. Esta � uma elei��o diferente", diz.


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