Bras�lia, 29 - Mais dois delatores da Opera��o Lava Jato v�o depor � Justi�a Eleitoral para instruir as investiga��es contra a chapa formada pela ex-presidente Dilma Rousseff e pelo presidente Michel Temer em 2014. O senador cassado Delc�dio Amaral (sem partido-MS) e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver� v�o depor ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na a��o proposta pelo PSDB que apura se houve abuso de poder pol�tico e econ�mico na �ltima elei��o presidencial.
Os dois n�o faziam parte das oito testemunhas inicialmente convocadas para prestar esclarecimentos � Justi�a eleitoral, mas a lista de depoimentos cresceu durante as �ltimas semanas, conforme as audi�ncias t�m sido realizadas.
Cerver� e Delc�dio foram inclu�dos como testemunhas em despacho da ter�a-feira, 27. "Determino a oitiva, na condi��o de testemunhas do Ju�zo, dos Senhores Delc�dio do Amaral Gomes e Nestor Cu�ati Cerver�, cujos endere�os devem ser levantados pela Secretaria da Corregedoria-Geral deste Tribunal Superior Eleitoral", escreveu o juiz auxiliar Bruno Lorencini, que trabalha com o relator do caso, ministro Herman Benjamin, corregedor-geral da Justi�a Eleitoral.
Os depoimentos de Cerver� e Delc�dio ainda ser�o agendados. Em dela��o premiada, Delc�dio afirmou ao Minist�rio P�blico Federal que um esquema de desvio de dinheiro nas obras de Belo Monte abasteceu campanhas eleitorais do PT e do PMDB de 2010 e 2014.
Herman Benjamin tem viajado para diversos Estados para colher os depoimentos. Foi ele quem ouviu, por exemplo, o testemunho de dois executivos da Andrade Gutierrez - tamb�m delatores da Opera��o Lava Jato. O ex-presidente do grupo, Ot�vio Azevedo, afirmou ao ministro que houve pagamento de propina disfar�ado de doa��o oficial � campanha de 2014 que elegeu Dilma. Segundo ele, a Andrade repassou R$ 15 milh�es oriundos de propina pelas obras da constru��o de Belo Monte ao diret�rio do PT e parcela desse valor, cerca de R$ 1 milh�o, foi repassado � campanha petista.
Se os ministros do TSE entenderem que houve desequil�brio nas elei��es, podem tornar Dilma ineleg�vel - j� que o Senado, no processo de impeachment, manteve a aptid�o da petista para concorrer em elei��es. J� para o presidente Michel Temer, as investiga��es podem causar ainda a cassa��o do mandato. Os advogados do peemedebista defendem na corte eleitoral que as condutas de Temer e Dilma sejam analisadas de forma separada.
A investiga��o est� na fase de oitiva de testemunhas. Est�o previstas para esta quinta-feira oitivas da esposa do marqueteiro Jo�o Santana, M�nica Moura, e do empres�rio Cl�udio Augusto Mente. J� est�o previstos para os pr�ximos dias os depoimentos de Giles Azevedo, ex-assessor pessoal de Dilma, e Marcelo Neri, ex-presidente do Ipea.
Per�cia
A fase anterior � oitiva de testemunhas foi a realiza��o de per�cia sobre a contabilidade de empresas que prestaram servi�os � campanha que elegeu Dilma. Os t�cnicos do TSE encontraram irregularidades nos documentos. A suspeita de investigadores � de que as empresas sejam de fachada.
A defesa de Dilma, no entanto, encaminhou um relat�rio divergente ao TSE, questionando as informa��es analisadas. O documento tem mais de 8 mil p�ginas. A Corregedoria-Geral Eleitoral pediu que os advogados da petista indiquem qual documento querem que seja levado em considera��o pela corte, considerando o tamanho do documento.