Curitiba, 29 - O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) afirmou � Pol�cia Federal nesta quinta-feira, 29, que n�o � o "italiano" que aparece em uma planilha de propinas da empreiteira Odebrecht.
Alvo da Opera��o Omert�, que o prendeu na segunda-feira, 26, por ordem do juiz federal S�rgio Moro, o ex-ministro declarou que "n�o recebeu qualquer vantagem indevida ou il�cita".
Os investigadores suspeitam que Palocci recebeu R$ 128 milh�es da empreiteira e que parte desse dinheiro teria sido destinado ao PT.
Uma planilha do Departamento de Opera��es Estruturadas - setor da Odebrecht que teria a miss�o de pagar propinas a agentes pol�ticos - traz o codinome "italiano".
A Opera��o Omert� diz que "italiano" � uma refer�ncia a Palocci.
Segundo a defesa de Palocci, a cargo do criminalista Jos� Roberto Batochio, a PF "j� atribuiu tal apelido a outros tr�s indiv�duos".
Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, Palocci critica o que chama de "ila��o" da PF de que ele "teria trabalhado para favorecer a convers�o da Medida Provis�ria 460", em favor dos interesses da Odebrecht.
Essa vers�o, segundo o texto divulgado pela assessoria, "est� em contradi��o com o fato de que o ex-ministro, quando deputado, votou contra a medida provis�ria".
Palocci est� preso em regime tempor�rio por cinco dias. O prazo termina nesta sexta-feira, 30. Moro vai decidir se prorroga a tempor�ria do ex-ministro ou se o manda para pris�o preventiva - quando n�o h� previs�o do seu t�rmino.
O juiz poder�, ainda, revogar a ordem de pris�o contra Palocci.
Defesa
"A defesa de Antonio Palocci informa que, em seu depoimento � Pol�cia Federal nesta quinta-feira (29), o ex-ministro demonstrou, uma por uma, que as acusa��es n�o s�o procedentes. Os policiais atribuem a Palocci uma suposta atua��o em favor da aprova��o da Medida Provis�ria 460/2009, que reduziria tributos para construtoras. Ficou demonstrado que, como consta dos anais da C�mara Federal, Palocci, como deputado, votou contra a referida MP. O ent�o parlamentar tamb�m se empenhou para que o presidente da Rep�blica vetasse a MP 460, pois considerava que ela causaria um rombo fiscal no Tesouro Nacional.
A defesa de Palocci demonstrou que o apelido italiano, utilizado por executivos da Odebrecht, n�o se refere ao ex-ministro. Existe em poder da PF uma mensagem de e-mail de Marcelo Odebrecht a Marcio Faria (executivo ligado � empreiteira) na qual ele se refere a tal pessoa como sendo uma mulher. 'Estive com a It�lia, ela saiu da reuni�o e voltou', diz um trecho. Portanto tal pessoa n�o pode ser Palocci. H� tamb�m uma mensagem na qual Palocci e 'italiano' s�o mencionados, mostrando que se tratavam de pessoas diferentes. Resta, portanto, que italiano � um apelido � procura de um personagem.
No depoimento de mais de tr�s horas, Antonio Palocci mostrou ainda que era contr�rio � concess�o de empr�stimos pelo BNDES a grandes empresas em condi��es especiais e que, portanto, n�o faz sentido acus�-lo de ter interferido no banco em favor da Odebrecht ou qualquer outra empresa. 'Como ministro ele tinha que se relacionar com todos os empres�rios de setores produtivos', afirma Jos� Roberto Batochio em rela��o aos questionamentos da imprensa sobre encontros de Palocci com executivos de grandes empresas.
Por fim, cabe reafirmar que Palocci jamais recebeu quaisquer valores da Odebrecht ou vantagens indevidas. E tamb�m que sua consultoria nunca teve contratos com empresas que tivessem rela��o com entes p�blicos."