
Bras�lia – O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse ontem que est� muito preocupado com a viol�ncia envolvendo candidatos nesta campanha eleitoral. O primeiro turno ser� amanh�. “Preocupa e preocupa muit�ssimo. N�o temos at� aqui uma explica��o. Vamos constru�-la com a Justi�a, a Pol�cia Federal, a Justi�a Eleitoral e a �rea de intelig�ncia. Vamos procurar e, se encontrarmos uma explica��o, vamos comunicar e torn�-la p�blico”, afirmou. Segundo ele, as For�as Armadas devem empregar mais de 25 mil militares para seguran�a e apoio log�stico no primeiro turno das elei��es municipais. O contingente das tr�s for�as vai atuar em 420 munic�pios de 15 estados definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que fez a solicita��o. Jungmann informou que os militares tamb�m v�o refor�ar a seguran�a em Itumbiara, em Goi�s, onde o candidato � prefeitura Jos� Gomes da Rocha foi morto na quarta-feira durante carreata.
Para o ministro, a grave situa��o das contas p�blicas nos estados acabou intensificando a crise de seguran�a. “Acho, e isso � uma suposi��o, que dada a situa��o fiscal a que o Brasil chegou e isso repercutindo numa crise na seguran�a em alguns estados, o que n�s estamos vendo � um reflexo na pol�tica de algo que, na pr�tica, j� est� acontecendo. Evidentemente que existem reflexos em todas as �reas e isso chega � �rea da seguran�a”.
Jungmann tamb�m destacou que outra situa��o que “preocupa muit�ssimo” ocorre em alguns estados onde existe “um processo perverso” em que mil�cias e traficantes t�m poder pol�tico e indicam representantes ou eles pr�prios s�o eleitos. Ele citou como exemplo o estado do Rio de Janeiro. “O Rio, infelizmente, � um desses exemplos, mas n�o � apenas o Rio. No Rio de Janeiro, talvez o que exista � um processo mais avan�ado. Este � um problema grave que estamos enfrentando e em breve pretendemos ter v�rias respostas para a �rea de seguran�a”, afirmou.
ITUMBIARA Contrariando o governo de Goi�s, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Henrique Neves autorizou ontem o envio de tropas das For�as Armadas para Itumbiara. O governador Marconi Perillo (PSDB) havia se manifestado contra o refor�o de seguran�a, concluindo haver “desnecessidade de convoca��o da For�a Nacional ou de tropas federais”, j� que as for�as de seguran�a j� mobilizadas seriam suficientes para atender � popula��o. O atentado na cidade foi classificado de “chocante” e “deplor�vel” pelo presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes.
O pedido pelo refor�o de seguran�a em Itumbiara foi feito por ju�zes eleitorais do munic�pio, que alegaram que a morte de Jos� Gomes da Rocha “deixou a popula��o consternada e insegura”, al�m de gerar “uma grande como��o e certa animosidade pol�tica, deixando a popula��o extremamente insegura, a ponto de causar receio de comparecimento �s urnas”. Os ju�zes eleitorais tamb�m citaram que houve a solicita��o de dispensa do servi�o eleitoral de alguns mes�rios convocados para atuarem como membros de mesas receptoras de votos.
Em seu despacho, o ministro Henrique Neves concorda com a avalia��o feita pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goi�s de que “a gravidade do fato em an�lise, aliado ao calor das elei��es, causou como��o p�blica que demanda cautela do Poder P�blico para que a situa��o n�o se degenere para um clima de inseguran�a coletiva”. “Recomenda-se, portanto, que as for�as federais atuem na localidade, proporcionando refor�o de seguran�a e assegurando a normalidade do pleito”, concluiu Henrique Neves. Itumbiara tem 67 mil eleitores.
Crime foi planejado, diz advogado
S�o Paulo – O delegado da Superintend�ncia da Pol�cia Judici�ria de Goi�s, Gustavo Carlos Ferreira, disse ontem que o autor dos tiros que mataram o candidato a prefeito de Itumbiara, Jos� Gomes da Rocha (PTB) e feriram o vice-governador Jos� Eliton (PSDB) planejou o atentado. Segundo ele, o atirador se posicionou � frente do trajeto da carreata e esperou cerca de 10 minutos at� a chegada do ve�culo em que estavam os pol�ticos. “As imagens que obtivemos e os depoimentos mostram ter havido um planejamento m�nimo e que ele sabia bem o que estava para fazer, bem como as poss�veis consequ�ncias”, afirmou.
O autor dos disparos que mataram tamb�m um policial militar e feriram um advogado da prefeitura foi morto pelos policiais que faziam a seguran�a da carreata. Ele foi identificado como o funcion�rio municipal Gilberto Ferreira do Amaral, de 53 anos. De acordo com o delegado, houve relatos de uma discuss�o acirrada envolvendo Amaral e o candidato antes do crime. O servidor entrou com a��o contra a prefeitura, h� v�rios anos, para reclamar horas extras e desde ent�o virou desafeto de Z� Gomes. Segundo o policial, ainda � preciso confirmar se houve o bate-boca.
O prefeito de Itumbiara, Francisco Domingues de Faria (PTB), conhecido como Chico Balla, disse que Amaral, tinha experi�ncia com armas, pois costumava ca�ar capivaras. Segundo ele, o servidor estava licenciado da prefeitura e trabalhava como cabo eleitoral para um candidato a vereador advers�rio de Z� Gomes. A Secretaria da Seguran�a P�blica de Goi�s destacou uma for�a-tarefa com 13 delegados e mais de 50 policiais para investigar o caso. Uma equipe da Pol�cia Federal com tr�s delegados e dez agentes tamb�m est� na cidade. Depois do atentado, advers�rios de Z� Gomes redobraram os cuidados por medo de uma poss�vel retalia��o de seus aliados. O candidato a prefeito pelo PR, �lvaro Guimar�es, cancelou parte da agenda de campanha e pediu prote��o policial. Uma viatura da Pol�cia Militar permanece em frente � sua casa e os familiares evitar sair �s ruas. Na noite do atentado, uma empresa de Guimar�es foi alvo de vandalismo.