S�o Bernardo do Campo, 01 - Em cima de uma caminhonete que percorreu o centro comercial de S�o Bernardo do Campo, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse nesta s�bado, dia 1�, que "urna n�o � lugar de depositar �dio" e pediu aos eleitores que "deixem o preconceito dentro de casa" na elei��o deste domingo. Com microfone em punho, ao lado do prefeito Luiz Marinho e do candidato do PT, Tarc�sio Secoli - amea�ado de n�o chegar ao segundo turno -, Lula afirmou que seu partido foi "criminalizado", criticou o governo de Michel Temer e pediu que os petistas n�o aceitem provoca��es.
"Amanh�, na hora de votar, � importante voc�s saberem que urna n�o � lugar para depositar �dio e preconceito. Urna � lugar para depositar esperan�a e sonhos", disse o ex-presidente.
A exemplo do que ocorre em S�o Paulo com Fernando Haddad, o PT enfrenta situa��o muito dif�cil em S�o Bernardo do Campo, no ABC paulista. No ber�o pol�tico do partido, pesquisas de inten��o de voto indicam que o candidato petista est� em terceiro lugar.
"Que os que nutrem �dio (pelo PT) deixem o preconceito dentro de casa e votem pensando no seu filho, no seu neto. N�o � votar no passado. � votar pensando no futuro", insistiu Lula, com voz rouca. Foi a primeira vez que o ex-presidente, morador de S�o Bernardo, entrou na campanha de Tarc�sio Secoli.
Lula percorreu um trajeto de pouco mais de dois quil�metros de caminhada, a maior parte do tempo em cima da caminhonete. Vestido com camisa vermelha, exibindo a estrela do PT, ele saiu do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC, que presidiu no fim dos anos 70 e come�o dos 80, e foi at� a Igreja Matriz, famosa por abrigar assembleias de grevistas.
Quando o cortejo estava chegando perto da igreja, Lula desceu do carro e foi a p�. Estava acompanhado da mulher, Marisa Let�cia. Na rua Marechal Deodoro, repleta de lojas, alguns acenavam e outros apontavam o polegar para baixo, em sinal de reprova��o. Muitas bandeiras tinham um tom alaranjado e, na propaganda, a sigla PT estava escondida.
Cr�ticas a Temer
Mesmo sem citar o nome de Temer, Lula n�o poupou ataques ao presidente, empossado definitivamente no cargo ap�s o impeachment de Dilma Rousseff. "N�o � poss�vel melhorar o Brasil aumentando o tempo de aposentadoria de mulher para 65 anos", afirmou ele, numa refer�ncia � proposta de reforma da Previd�ncia. "Talvez a mulher deles n�o tenha tr�s jornadas de trabalho por dia, mas a mulher trabalhadora tem."
Alvejado pela Opera��o Lava Jato, o ex-presidente voltou a criticar a imprensa e a chamar o governo Temer de "golpista". "Quem governa hoje o Brasil n�o conhece o Brasil e n�o sabe governar adequadamente", disse, ao protestar contra a proposta de emenda constitucional (PEC) 241, que estabelece um limite para crescimento dos gastos p�blicos e congela despesas com sa�de e educa��o.
Antes de ir embora, Lula tirou "selfies" com militantes e afirmou que a popula��o de S�o Bernardo tinha a "obriga��o moral e �tica" de votar no candidato apoiado por Luiz Marinho, que est� h� oito anos � frente da prefeitura de S�o Bernardo.
Instado a parar para falar na hist�rica Pra�a da Matriz, o ex-presidente recusou o "convite". "Gente, n�o pode fazer com�cio", repetiu mais de uma vez, ao lembrar da restri��o imposta pela Lei Eleitoral. "S� quero dizer que � importante que voc�s n�o deem tr�gua nas �ltimas horas. Mas � importante tamb�m que voc�s n�o aceitem provoca��o. Se (os outros) quiserem brigar, que encontrem qualquer vira-lata na rua e briguem, mas com petistas n�o v�o brigar".