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Estado de Minas

Em BH, quase 40% dos eleitores abriram m�o do voto

Para especialistas, n�mero alto de aus�ncias, brancos e nulos reflete desgaste dos pol�ticos


postado em 04/10/2016 06:00 / atualizado em 04/10/2016 07:45

A elei��o mais pulverizada da hist�ria de Belo Horizonte, com 11 candidatos a prefeito, se converteu nesse domingo, nas urnas, no pleito com maior desinteresse da popula��o desde 1996, �ltimo dado dispon�vel pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foram 417.357 eleitores que deixaram de votar, que representam 21,66% do eleitorado. O �ndice foi maior do que o nacional, que ficou em 17,58%. Para cientistas pol�ticos, o resultado mostra uma grande aliena��o do eleitorado, fruto do descontentamento com a pol�tica.


Somado aos 108.745 eleitores que votaram em branco (7,2%) e aos 215.633 que anularam o voto (14,28%), o n�mero de eleitores que n�o escolheram nenhum candidato chega a 741.915, o que representa 38,4% do eleitorado de BH. Nenhum dos dois candidatos que foi para o segundo turno – o deputado estadual Jo�o Leite (PSDB) e o ex-presidente do Atl�tico Alexandre Kalil (PHS) – obteve essa marca.

Em 2012, quando o prefeito Marcio Lacerda (PSB) foi reeleito, 18,88% dos eleitores n�o foram votar. Na ocasi�o, 5,7% deixaram o voto em branco e 9,1% anularam. Em 2008, foram 16% de absten��es, 6% de votos brancos e 8% nulos. Em 2004, 2000 e 1996, a aus�ncia foi, respectivamente, de 15%, 14,1% e 15,9%.

Para o cientista pol�tico da UFMG Carlos Ranulfo Melo, n�o h� surpresa em um n�mero t�o alto de absten��o. Dois fatores, segundo ele, contribu�ram para esse distanciamento maior. O primeiro � o desgaste da classe pol�tica provocado pela Opera��o Lava-Jato e outras investiga��es de corrup��o. O outro s�o as novas regras da campanha eleitoral, que trouxeram um processo mais curto e com menos dinheiro. “Voc� enxugou o tempo de TV, a campanha e o dinheiro, ent�o chamou menos a aten��o da popula��o. Teve gente que nem notou que teve campanha e isso acabou favorecendo o distanciamento do eleitor”, afirma o especialista.

OBRIGA��O Para Ranulfo, os votos brancos e nulos podem ser de protesto ou de alheamento. “Pode ser que o eleitor olhe e fale ‘isso n�o me representa’ ou mesmo ter aquele que n�o est� nem a�, vai l� porque � obrigado ou nem vai”, disse. O segundo turno, acredita, pode atrair mais a aten��o em BH por serem dois candidatos com o mesmo tempo de campanha. “Agora vai ser mais emocionante, como se a campanha estivesse come�ando. Pode ser que com isso aumente o comparecimento”, disse.

Na avalia��o do soci�logo e cientista pol�tico pela Unicamp Rud� Ricci, o v�cuo na vota��o ocorre porque o eleitor n�o se v� representado nos partidos. “Foi uma situa��o nacional. Nos �ltimos tr�s anos, fomos achincalhando as legendas e quem mais destruiu as imagens dos partidos foram eles mesmos. Eles se autodestru�ram”, afirmou. Ele avalia que nenhum partido sai fortalecido com esse �ndice de absten��o. “A m�dia das capitais foi de 24%, j� passou a m�dia hist�rica que era abaixo de 20%. Somando brancos e nulos temos 40% nos grandes centros urbanos. � algo inusitado, quase a metade dos eleitores afirmando que n�o querem votar em ningu�m.”

Para o soci�logo, o sistema pol�tico est� entrando em colapso e as consequ�ncias s�o v�rias. Uma delas, percept�vel no pleito, segundo Ricci, � o sucesso dos pol�ticos outsider. “O vereador mais votado de S�o Paulo � o (Eduardo) Suplicy, um pol�tico que n�o faz parte da ordem nem dentro do PT. Em BH, a campe� de votos � �urea Carolina (PSOL), uma mulher, negra e feminista que nunca foi pol�tica. E, no Rio, o mais votado � um fascista outsider (Carlos Bolsonaro, do PSC). Parte da popula��o cravou o voto fora da ordem da pol�tica brasileira”, afirmou.

 

 


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