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Estado de Minas

Absten��o de 17,6% no 1� turno das elei��es municipais � a maior em 16 anos


postado em 04/10/2016 15:01

S�o Paulo, 04 - O alto n�mero de absten��es - n�o comparecimento do eleitorado �s urnas - nas elei��es para a Prefeitura de S�o Paulo realizadas no domingo, 2, tamb�m se repetiu no restante do Pa�s. Enquanto na capital paulista 1,94 milh�o de eleitores, ou 18%, n�o compareceu � vota��o do primeiro turno, em todo o Brasil 17,6% do eleitorado se absteve de votar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo a corte eleitoral, o n�mero, que n�o engloba votos nulos e em branco, � o maior j� registrado em primeiros turnos das elei��es municipais desde 2000. Naquele ano, 14,99% do eleitorado se absteve de votar. O TSE, no entanto, n�o tem um sistema que identifique a raz�o das absten��es e, at� a publica��o desta reportagem, n�o respondeu aos questionamentos da reportagem sobre esses dados.

Nas elei��es municipais seguintes, em 2004, a taxa caiu levemente, para 14,22%. Em 2008, o n�mero se manteve pr�ximo, 14,50% e deu um salto em 2012, quando foram registradas 16,41% de aus�ncias.

Para o professor de ci�ncia pol�tica da Universidade de S�o Paulo, Jos� �lvaro Mois�s, a an�lise dos dados de absten��o requer cuidados. Segundo Mois�s, o fato de o TSE n�o avaliar com exatid�o os motivos das aus�ncias abre precedente para o que ele chama de "dedu��o aproximativa da realidade".

De acordo com o cientista pol�tico, mesmo que as elei��es municipais de 2016 j� tenham em seu quadro eleitores com o cadastro biom�trico - cuja ado��o visa, entre outros fatores, atualizar cadastros antigos - parte das absten��es podem vir de erros nesse cadastro, como mudan�a de endere�o do eleitor, aus�ncia por motivos de trabalho e at� morte.

"Quando as pessoas se abst�m, elas n�o precisam justificar. Se o TSE quiser avan�ar nessa quest�o deveria criar um pequeno formul�rio para que o eleitor preenchesse e justificasse melhor a raz�o pela absten��o. Portanto, sem esses dados, avaliar precisamente os dados � especulativo e intuitivo, obtidos atrav�s de uma percep��o anal�tica", diz o professor da USP.

Mois�s avalia ainda que as absten��es podem representar uma latente falta de interesse pol�tico por parte do eleitorado nos �ltimos anos. A obrigatoriedade do voto e o baixo custo da multa, cujo valor pode variar de R$ 1,05 at� R$ 3,51 por turno ausente, confluem para um n�mero maior de eleitores que deixam de votar com a ideia de ser contra a obrigatoriedade do dever c�vico, diz.

Segundo ele, existe no Brasil um crescimento na descren�a da popula��o em rela��o a partidos pol�ticos, o Congresso Nacional e quanto ao governo. "Cerca de 70% da popula��o prefere a democracia como sistema pol�tico no Pa�s, mas essa mesma popula��o est� muito cr�tica com a forma como democracia est� sendo conduzida no Brasil", diz Mois�s. "Em todas as pesquisas que fiz, o indicativo � que a corrup��o � o maior problema identificado pelos brasileiros a respeito da democracia."

Para o cientista pol�tico e professor do Insper, Carlos Melo, o aumento das absten��es est� ligado a uma "crise de representatividade". "Vamos lembrar que, em 2013, as pessoas j� foram �s ruas gritar que os pol�ticos eleitos na ocasi�o n�o os representavam. A elei��o de Jo�o Doria, cujos 3,08 milh�es de votos s�o menores do que a soma de absten��es (1,94 milh�o) e os votos brancos (367 mil) e nulos (788 mil), � um exemplo disso", diz Melo. Na avalia��o dele, esses dados preocupam j� que, "as elei��es municipais s�o aquelas que mais mobilizam o eleitorado por ser algo muito mais pr�ximo do que o governador ou o prefeito."

Na avalia��o de Mois�s, em um curto prazo, o crescimento no n�mero de absten��es n�o gera consequ�ncias graves, mas representa uma "deslegitima��o de algo que � importante para a democracia, que � o voto". Segundo ele, o aumento de aus�ncias significa um n�mero maior de pessoas que n�o se importam com o voto. "Temos que nos preocupar para que isso n�o se torne uma bola de neve", afirma.


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