S�o Paulo, 04 - Alvo de dois mandados de pris�o neste ano e segundo mais votado no primeiro turno da elei��o para a prefeitura de Montes Claros, no interior de Minas Gerais, o prefeito afastado do munic�pio Ruy Muniz (PSB) n�o foi encontrado pela Pol�cia Federal em sua resid�ncia nesta ter�a-feira, 4, e � considerado foragido da Justi�a desde as 17h.
O mais recente mandado de pris�o contra ele - que foi elogiado pela mulher e deputada Raquel Muniz em seu voto na sess�o do impeachment de Dilma na C�mara - foi expedido em setembro. Como ele n�o foi encontrado pela PF na ocasi�o, acabou se valendo de uma generosidade do per�odo eleitoral - nenhum candidato pode ser preso, exceto em flagrante delito, nos 15 dias que antecedem o pleito e nos dois dias posteriores.
Amparado nessa brecha da legisla��o, Muniz conseguiu disputar o primeiro turno das elei��es em Montes Claros mesmo no centro de in�meros processos e driblou at� o indeferimento de sua candidatura pela Justi�a Eleitoral.
O prazo da imunidade de Muniz terminou na tarde deste ter�a-feira, 4, mas quando a PF chegou em sua resid�ncia ele n�o foi encontrado. Na segunda-feira, ele deu uma entrevista coletiva explicando sua situa��o e citando todos os recursos que ainda pode utilizar na Justi�a para conseguir ser eleito.
Muniz � suspeito de desviar recursos p�blicos da sa�de para beneficiar o hospital de sua fam�lia, mas foi a ren�ncia de seu candidato a vice fora do prazo legal que resultou no indeferimento da candidatura � reelei��o.
Mesmo assim, seu nome apareceu nas urnas e ele recebeu 48.515 votos, que n�o entraram no c�mputo oficial.
O resultado levaria a disputa para o segundo turno, pois os 75.882 votos do primeiro colocado, Humberto Souto (PPS), n�o seriam suficientes para definir a elei��o j� no domingo.
No m�s passado, a Justi�a expediu novo mandado de pris�o contra Muniz, numa opera��o do Minist�rio P�blico Estadual que investiga desvio de verbas na empresa municipal de servi�os e obras.
A investiga��o constatou gasto excessivo de combust�veis e subcontrata��o de empresas, num esquema de fraudes que teria desviado R$ 7,5 milh�es em aluguel de m�quinas.
Como a legisla��o eleitoral pro�be a pris�o de candidatos 15 dias antes das elei��es, ele conseguiu uma liminar para seguir em campanha. A partir das 17 horas desta ter�a, o mandado de pris�o pode ser cumprido, mas, segundo Muniz, seus advogados tentam revogar a medida.
Ele tamb�m entrou com recurso contra o indeferimento da candidatura e aguarda julgamento pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), que deve ocorrer na quarta, 5.
No site do TSE, consta que o resultado das elei��es em Montes Claros est� sujeito a altera��o. Se for confirmada a impugna��o do atual prefeito, Humberto Souto ser� considerado eleito, por ter obtido 54,8% dos votos v�lidos. A segunda colocada entre os candidatos em situa��o regular, Leninha Souza (PT), teve 25,8% dos votos.
� reportagem, Muniz disse ontem que � perseguido pela oposi��o e vai continuar em campanha para o segundo turno que, acredita, vai acontecer. "Se n�o fosse esse problema (da impugna��o), eu teria levado a elei��o no domingo."
Ele garantiu que n�o sair� da cidade para escapar de uma poss�vel pris�o. "Sou uma pessoa do bem, trabalho, tenho endere�o fixo, n�o sei porque devo ser preso se as den�ncias s�o falsas. Sou ficha limpa, n�o tenho nenhuma condena��o."
Sobre o coment�rio feito pela esposa na sess�o da C�mara dos Deputados, ele garante que ela falou a verdade. "Fui mesmo o prefeito mais bem avaliado do Brasil, e pode escrever a�: ainda vou ser governador de Minas Gerais."