Moro j� v� 'ind�cios' de lavagem de dinheiro por Palocci

S�o Paulo, 11 - O juiz S�rgio Moro deu mais 15 dias para a Pol�cia Federal investigar a Projeto, empresa de consultoria do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) que a Lava Jato suspeita ter sido utilizada para lavar dinheiro de propina que ele teria recebido da Odebrecht para favorecer a empreiteira no governo federal.

Em despacho desta segunda-feira, 10, dia que venceu o prazo inicial do inqu�rito, o juiz da Lava Jato apontou que j� existem provas e ind�cios de que Palocci teria lavado dinheiro.

"Apesar das provas j� referidas na decis�o em quest�o, apontando provas de materialidade de crimes e ind�cios de autoria em rela��o ao investigado, afigura-se salutar conceder mais tempo � Pol�cia Federal para melhor an�lise do material apreendido", assinalou Moro ao entender que o grande volume de documentos apreendidos pela PF na Opera��o Omert�, deflagrada em 26 de setembro, demanda mais tempo para ser analisado.

Palocci tamb�m � alvo de investiga��es em pelo menos outras tr�s frentes da Lava Jato, sendo dois inqu�ritos em Curitiba e um no Supremo Tribunal Federal, que apura o envolvimento dele e de outras dezenas de pol�ticos por suspeita de forma��o de quadrilha no esquema de corrup��o na Petrobras.

Um dos ministros mais poderosos dos governos petistas, ao lado de Jos� Dirceu - preso desde agosto de 2015 e j� condenado na Lava Jato - Palocci foi preso temporariamente na Opera��o Omert�, sob suspeita de ser o elo da Odebrecht com o PT, tendo atuado supostamente para favorecer a empreiteira em diversas situa��es em troca de dinheiro para ele para o partido - o que � recha�ado pela defesa do petista.

A suspeita � que a Odebrecht teria repassado ao ex-ministro e ao PT R$ 128 milh�es e, por isso, o juiz da Lava Jato determinou o bloqueio de bens de todos os investigados neste valor.

O sequestro alcan�ou a Projeto, que teve R$ 30 milh�es congelados. Na semana passada, a defesa do ex-ministro pediu a libera��o de R$ 79,3 mil das contas da empresa, referentes ao pagamento de despesas como impostos, sal�rios e vale transporte para os funcion�rios.

Palocci foi ministro da Fazenda entre 1 de janeiro de 2003 a 27 de mar�o de 2006 durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Assumiu o mandato de deputado federal em 1.� de fevereiro de 2007, licenciando-se, a partir de 1 de janeiro de 2011, para ser ministro-chefe da Casa Civil durante o primeiro mandato da ex-presidente Dilma. Ficou no cargo at� 7 de junho de 2011.

O criminalista Jos� Roberto Batochio, que defende Palocci, afirma que o ex-ministro nunca recebeu valores il�citos. Segundo Batochio, as suspeitas contra o petista n�o passam de suposi��es dos investigadores sem lastro em provas.