Governo punir� 'trai��es' na PEC do Teto

Bras�lia, 12 - Os integrantes da base aliada que votaram contra a aprova��o do projeto de emenda constitucional (PEC) que limita o crescimento dos gastos p�blicos devem ser punidos pelo governo. Apesar de o discurso oficial n�o falar em retalia��o, o Planalto j� elabora um mapa dos "traidores" que podem ser punidos com retirada de cargos, emendas e diminui��o de espa�o no governo, de acordo com interlocutores do presidente. A amea�a de repres�lia do governo chegou a lideran�as da C�mara com o recado de que os deputados ser�o tratados "de forma proporcional ao voto".

A avalia��o no Planalto � de que cerca de 15 deputados precisam dar justificativas para terem se ausentado ou votado contra o governo, j� que o pr�prio Temer se envolveu pessoalmente nas negocia��es para aprovar a PEC que pretende tornar uma "marca e um legado" de seu governo. "N�o podemos fingir que nada aconteceu, pois essa era 'a vota��o', a marca e o s�mbolo do governo", observou um interlocutor.

Ao aproveitar o embalo da aprova��o do projeto, com expressivo placar, a equipe de Temer vai cobrar coes�o da base aliada a fim de tentar acelerar a agenda de vota��es de interesse do Pal�cio do Planalto no Congresso. O discurso � de que os aliados precisam estar afinados com o governo para se preparar para a "batalha" da reforma da Previd�ncia, considerada a mais pol�mica delas. Nessa negocia��o, o Planalto pretende tamb�m agradar os que votaram a favor, acelerando nomea��es de apadrinhados dos parlamentares.

A avalia��o de aliados do presidente � que, por mexer diretamente com a vida do cidad�o, haver� uma resist�ncia maior �s mudan�as na Previd�ncia, que t�m de andar at� o final do pr�ximo ano, sob pena de naufragar em 2018, ano eleitoral. A oposi��o no Congresso, desarticulada na discuss�o da PEC do Teto, tamb�m se prepara para um embate mais duro em rela��o a essas mudan�as.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que Temer vai conversar com parlamentares que n�o votaram com o governo na PEC. "O presidente Michel Temer disse que haver� uma 'DR' com que n�o tem teve condi��es de acompanhar o governo ontem (anteontem)", disse.

Nitidez

Um dos principais interlocutores do Planalto no Congresso, o presidente do PMDB, senador Romero Juc� (RR), defende que haja "nitidez e transpar�ncia" dos integrantes da base na defesa das propostas do Planalto. "Quem n�o votou, vai ter de se explicar, queremos ter nitidez pol�tica e base unida. Base desunida n�o adianta", avisou.

Juc� reconheceu que, mesmo com a vit�ria folgada na PEC do Teto, � preciso a partir de agora fortalecer o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, principal respons�vel por receber e despachar as demandas dos parlamentares. "O governo ainda est� em fase de montagem", ressalvou Juc� ao Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado.

Ap�s um corpo a corpo pessoal de Temer na v�spera, o primeiro turno da PEC do Teto foi aprovado anteontem com 58 votos a mais que o m�nimo necess�rio: 366 a favor, 111 contra e duas absten��es. Ainda haver� uma nova rodada de vota��o na C�mara e outras duas vota��es no Senado, na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) e no plen�rio. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que j� est� atuando "pessoalmente" para aprovar a medida na Casa que comanda. "Ou votamos essa PEC, ou vamos ter de aumentar impostos, e a sociedade n�o aguenta mais isso", disse. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.