
O ex-presidente da C�mara dos Deputados, o parlamentar cassado Eduardo Cunha (PMDB), foi preso pela Pol�cia Federal, na manh� desta quarta-feira, pr�ximo ao seu apartamento em Bras�lia. O juiz S�rgio Moro, da 13ª Vara de Curitiba, autorizou a pris�o preventiva do deputado.
No pedido de pris�o, o Minist�rio P�blico Federal alegou que havia risco de fuga do parlamentar, j� que ele tem dinheiro no exterior e possui dupla cidadania (brasileiro e italiano).
Na decis�o pela preventiva, o juiz S�rgio Moro considera que h� risco para aplica��o da lei penal, j� que nem todas as contas de Eduardo Cunha no exterior foram identificadas e bloqueadas.
"Enquanto n�o houver rastreamento completo do dinheiro e a total identifica��o de sua localiza��o atual, h� um risco de dissipa��o do produto do crime, o que inviabilizar� a sua recupera��o. Enquanto n�o afastado o risco de dissipa��o do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos il�citos ali mantidos para facilitar fuga e ref�gio no exterior", diz um trecho do despacho.
Inicialmente, Cunha n�o foi encontrado em sua resid�ncia, no Rio de Janeiro. Depois de negocia��es com seus advogados, o peemedebista se entregou em por volta das 13h nas proximidades do seu apartamento em Bras�lia.
De acordo com a Pol�cia Federal, Cunha foi encaminhado ao Hangar da PF em Bras�lia. Por volta de 17h e 18h, ser� transferido para a sede da Pol�cia Federal em Curitiba.
Risco de fuga e interfer�ncia
Entre os motivos da pris�o de Cunha, o Minist�rio P�blico Federal lista tentativas de interferir na Opera��o Lava-Jato e risco � ordem p�blica. A pris�o preventiva � feita por tempo indeterminado quando h� suspeita de um acusado interferir nas investiga��es do processo.
O juiz S�rgio Moro recebeu a a��o penal contra Cunha por lavagem de dinheiro, corrup��o e evas�o fiscal na quinta-feira passada. O motivo s�o as contas secretas na Su��a que teriam sido abastecidas por dinheiro de propina da Petrobas.
A a��o chegou a Curitiba depois que Eduardo Cunha foi cassado e perdeu o cargo de deputado federal. Com o mandato, ficou tamb�m sem o foro privilegiado que lhe daria o direito de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Como j� havia um processo aberto no STF, Moro deu 10 dias para o peemedebista apresentar sua defesa.
Depois de conseguir arrastar seu processo na C�mara pelo mais longo tempo j� visto na Casa, Cunha foi cassado no dia 12 de setembro por 450 votos a 10.
Den�ncias
A primeira den�ncia contra Cunha veio em agosto de 2015, e acusa o parlamentar de corrup��o e lavagem de dinheiro por ter recebido ao menos US$ 5 milh�es em propinas referentes a dois contratos de constru��o de navios-sonda da Petrobras.
Por unanimidade, o Supremo aceitou a acusa��o em mar�o deste ano e tornou Cunha o primeiro pol�tico r�u na Lava Jato. Nesta den�ncia ele responde por corrup��o e lavagem de dinheiro. No mesmo m�s, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, apresentou a segunda den�ncia contra o peemedebista, desta vez por manter contas n�o declaradas no exterior utilizadas para receber propina, tamb�m no esquema de corrup��o na Petrobras.
A den�ncia teve origem na investiga��o da Su��a que, gra�as a um acordo de coopera��o internacional, foi encaminhada ao Brasil para que o pol�tico pudesse ser processado no Pa�s. Mais uma vez por unanimidade, o Supremo aceitou a acusa��o contra o parlamentar, que passou a responder novamente por corrup��o, lavagem e, pela primeira vez, por evas�o de divisas.
Em 10 de junho deste ano, Janot apresentou a terceira den�ncia contra o peemedebista, desta vez por suspeita de desviar dinheiro do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) nas aplica��es que o fundo fazia em obras. A acusa��o tem como base a dela��o premiada do ex-vice-presidente da Caixa F�bio Cleto e descreve em detalhes o suposto esquema ilegal instalado no banco p�blico.
Conforme o procurador-geral, Cunha solicitava propina de grandes empresas para que Cleto viabilizasse a libera��o de recursos do FGTS. O caso est� sob sigilo na Corte e aguarda uma decis�o do plen�rio do Supremo Tribunal Federal que n�o decidiu ainda se aceita a den�ncia. (Com informa��es da Ag�ncia Estado)