
Com 58 anos, completados em 29 de setembro, o economista, radialista, evang�lico da Assembleia de Deus e ex-presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cosentino da Cunha, teve sua trajet�ria pol�tica marcada por altos e baixos, desde o governo do ent�o presidente Fernando Collor de Mello, quando comandou a Tejerj, a empresa de telecomunica��es do estado do Rio de Janeiro, at� sua cassa��o pela C�mara e pris�o nesta quinta-feira pela Pol�cia Federal, por decis�o do juiz federal S�rgio Moro, respons�vel pela Opera��o Lava-Jato.

� nomeado pelo presidente Fernando Collor para comandar a Telerj, �poca em que conhece a jornalista Cl�udia Cruz, com quem se casa. Ele se autodenomina o respons�vel pela implanta��o da telefonia celular no Brasil.
1992
O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) constata irregularidades na Telerj, cuja comiss�o de licita��o havia sido vinculada ao gabinete de Cunha.
1993
� exonerado da Telerj ap�s a descoberta de um esquema de corrup��o na estatal vinculado ao ex-tesoureiro de campanha de Fernando Collor, Paulo C�sar Farias, que culminou no impeachment do ex-presidente. Ele negava fazer parte do esquema.
1998
Inicia sua carreira pol�tica ao se candidatar a uma cadeira para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro pelo Partido Progressista Brasileiro (PPB), mas fica apenas com a supl�ncia.
2001
Assume uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio.
2002
Se elege pela primeira vez para a C�mara dos Deputados.
2006
Se candidata � reelei��o pelo PMDB.
2013
� eleito l�der do PMDB na C�mara gra�as ao seu poder de adiar e acelerar vota��es na Casa, o que lhe garantiu apoios e votos. O Supremo Tribunal Federal (STF) abre a��o penal contra o parlamentar, acusado de usar documentos falsos para tentar arquivar uma investiga��o contra ele no Tribunal de Contas no Rio. � absolvido no ano seguinte.
2015
- 1º fevereiro

- Apesar de o PMDB fazer parte da base aliada do governo Dilma Rousseff (PT), Cunha � eleito presidente da C�mara dos Deputados com 267 votos, contra a vontade da presidente que pretendia eleger o petista Arlindo Chinaglia (SP).
- A derrota do Planalto agrava a crise pol�tica, intensificada pela investida de Cunha para acelerar a vota��o da reforma pol�tica e evitar a proibi��o da doa��o de empresas para campanhas, uma bandeira do PT.
- � �poca, o poder de Cunha era tanto, que aliados afirmavam que 180 dos 513 deputados federais – quase um ter�o da C�mara – dan�avam conforme a m�sica que Cunha toca. .
- 3 de mar�o
Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) pede que STF abra inqu�rito contra Cunha e outros 27 pol�ticos por terem se beneficiado de recursos desviados da Petrobras no esquema investigado pela Opera��o Lava-Jato. O presidente da C�mara alega que o governo petista queria um “s�cio na lama”.
- 12 de mar�o
Se oferece para prestar depoimento � CPI da Petrobras e nega ter contas no exterior, mesmo sem ter sido questionado sobre elas.
- 25 de maio
Integrantes de movimentos sociais pr�-impeachment s�o recebidos por Cunha.
- 16 de julho
Um dos delatores da Lava-Jato, o lobista J�lio Camargo diz, em depoimento � for�a-tarefa, que foi pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milh�es em propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. Do total, US$ 5 milh�es seriam destinados a peemedebista.
- 20 de agosto
PGR denuncia Cunha por lavagem de dinheiro e corrup��o por receber propina dos contratos da Petrobras
- 30 de setembro
Autoridades da Su��a enviam ao Minist�rio P�blico Federal (MPF) documentos sobre quatro contas banc�rias secretas mantidas por Cunha naquele pa�s.
- 13 de outubro

Os partidos de oposi��o PSOL e Rede entram com representa��o no Conselho de �tica e para pedir a cassa��o de Cunha.
- 3 de novembro
� aberto processo no Conselho de �tica contra Cunha, acusado de mentir na CPI da Petrobras sobre contas na Su��a.
- Dezembro
- O PT define que n�o apoiaria Cunha no Conselho de �tica. Seu ato imediato � aceitar um dos pedidos de impeachment. A presidente Dilma Rousseff acusa o peemedebista de agir por “vingan�a”, o que ele nega.
- O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, pede o afastamento do parlamentar.
- � aprovado no Conselho de �tica parecer favor�vel � continuidade das investiga��es contra Cunha para saber se ele mentiu ou n�o na CPI da Petrobras.
2016
- Mar�o
- O PMDB rompe publicamente com Dilma. Cunha torna-se o primeiro r�u da Lava-Jato no STF, acusado de exigir e receber ao menos US$ 5 milh�es em propina de um contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras.
- Em nova vota��o, o Conselho de �tica d� continuidade ao processo.
- O procurador-geral Rodrigo Janot o denuncia no caso das contas secretas na Su��a.
- Abril
- O nome de Cunha aparece no esc�ndalo do Panama Papers, que revelou os donos de offshores abertas pela companhia Mossack Fonseca em para�sos fiscais. O Banco Central conclui que as contas na Su��a pertencem ao parlamentar.

- C�mara aprova abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
- Maio
Em vota��o un�nime, STF determina o afastamento de Cunha da presid�ncia da C�mara e do cargo de deputado, conforme parecer do relator, ministro Teori Zavascki
- Junho
- Cunha � novamente denunciado ao STF, em dois casos, por bancar viagens da fam�lia no exterior com propina obtida no contrato da Petrobras para explora��o de petr�leo no Benin, por ter mantido o dinheiro em contas n�o declaradas na Su��a e ainda por suspeita de receber propina de obras do Porto Maravilha, no Rio.
- Relator do Conselho de �tica da C�mara, o deputado Marcos Rog�rio (DEM-RO) apresenta parecer contra Cunha.
- Texto � aprovado por 11 a 9, o relat�rio de cassa��o de Cunha, que segue para o plen�rio.
- Julho

- Setembro

- Cunha � cassado por quebra de decoro parlamentar por 450 votos a favor e 10 contra, por ter mentido em depoimento � CPI da Petrobras. Foi o mais longo processo de cassa��o da hist�ria da C�mara.
- Outubro
- Eduardo Cunha foi preso na manh� de hoje em Bras�lia por decis�o do juiz federal S�rgio Moro, respons�vel pela Opera��o Lava Jato, em Primeira Inst�ncia, em Curitiba.