Defesa de Lula entra com a��o por danos morais contra delegado da PF

S�o Paulo, 28 - A defesa do ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva quer que o delegado da Pol�cia Federal Filipe Hille Pace, da for�a-tarefa da Lava Jato em Curitiba, pague ao petista R$ 100 mil por danos morais ap�s afirmar, no relat�rio de indiciamento do ex-ministro Antonio Palocci, que o codinome "Amigo" na planilha de propinas encontrada com executivos da Odebrecht seria uma refer�ncia ao ex-presidente.

"O r�u inseriu em documento p�blico afirma��o ofensiva e mendaz relativa ao autor - sobre tema que sequer estava sob sua esfera funcional", assinalam os criminalistas Roberto Teixeira, Cristiano Zanin Martins, Maria de Lourdes Lopes e Mauro Roberto G. Aziz, que defendem o ex-presidente da Rep�blica.

"Tal fato teve grande repercuss�o em S�o Bernardo do Campo, onde reside o autor, assim como em todo Brasil e no exterior", segue a a��o.

Na segunda-feira, 24, o delegado Filipe Pace indiciou Palocci, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e outros quatro investigados por corrup��o no inqu�rito da Lava Jato que apura se o ex-ministro teria atuado para beneficiar a empreiteira no governo federal. O pr�prio delegado ressaltou que o ex-presidente n�o � alvo desta investiga��o e, ao analisar as trocas de e-mails e a planilha "italiano" do "departamento de propinas" da empreiteira, apontou que o codinome "Amigo" poderia ser uma refer�ncia ao ex-presidente, tendo em vista outras cita��es feitas em e-mails de executivos da Odebrecht com refer�ncia a eventos e encontros com Lula onde o codinome era utilizado.

"Luiz In�cio Lula da Silva era conhecido pelas alcunhas de 'Amigo de meu pai' e 'Amigo de EO', quando usada por Marcelo Bahia Odebrecht e, tamb�m, por 'Amigo de seu pai' e 'Amigo de EO', quando utilizada por interlocutores em conversas com Marcelo Bahia Odebrecht", diz o relat�rio do delegado.

Na referida planilha da "conta corrente" das propinas relacionadas a Palocci, que a Lava Jato identificou ser o "Italiano" citado nas conversas, o apelido "Amigo" aparece associado a R$ 23 milh�es. O pr�prio delegado Filipe Pace ressaltou no relat�rio tamb�m que a investiga��o envolvendo Lula est� a cargo de seu colega, o delegado M�rcio Adriano Anselmo.

No mesmo relat�rio de indiciamento, Filipe Pace afirma que a Odebrecht pagava propinas para obter contratos e "garantir seus interesses" em "qualquer governo de qualquer esfera da administra��o p�blica".