Rio, 29 - �vido para diminuir a diferen�a nas inten��es de voto em rela��o a Marcelo Crivella (PRB), o candidato Marcelo Freixo (PSOL) partiu para o ataque no �ltimo debate antes da elei��o. Num primeiro bloco de perguntas livres, apertou o advers�rio ao perguntar sobre igualdade entre homens e mulheres, chamou-o de herdeiro da Igreja Universal do Reino de Deus e lembrou sua postura de faltar a debates e evitar entrevistas. Tranquilo com sua vantagem, Crivella n�o se alterou. Preferiu fazer perguntas mornas, em torno de programa de governo.
"Que bom que voc� n�o fugiu deste debate, fico feliz", saudou Freixo. O candidato do PSOL provocou o advers�rio com perguntas sobre suas declara��es a respeito da submiss�o da mulher. Crivella aparentava tranquilidade.
S� demonstrou irrita��o quando perguntado sobre qual era o projeto pol�tico da Igreja Universal. "Meu Deus do c�u, Freixo n�o desiste. � uma obsess�o. H� tr�s semanas o Freixo s� fala isso no programa de televis�o. Quero esclarecer que Igreja n�o tem projeto pol�tico nenhum", afirmou, provocando risos da plateia.
Depois, ao ter a primeira pergunta propositiva, sobre direitos do animais, respondida por Freixo, ironizou. "Voc� v� em casa que quando o Freixo trata de proposta, ele fica encantador. Quanto n�o ofende a gente, as propostas s�o perfeitas", disse Crivella.
No segundo bloco, com temas sorteados, o debate esfriou. O maior confronto ocorreu quando Freixo afirmou que Crivella est� aliado a Rodrigo Bethlem, flagrado numa grava��o em que afirmava proteger um empres�rio dono de empresas de �nibus. Freixo disse que Crivella n�o poderia negar a participa��o de Bethlem, que esteve em com�cio do candidato do PRB na quinta-feira (27). "Freixo, voc� � defensor dos direitos humanos, quer que Bethlem fique preso em casa? A pra�a � p�blica", respondeu Crivella. "S� falta voc� me querer fazer acreditar que ele estava passando por ali, n�o tinha nada para fazer e subiu no palanque?", respondeu Freixo.
Os candidatos tamb�m se enfrentaram quando Freixo criticou o advers�rio por mandar uma equipe na casa da fam�lia do pedreiro Amarildo de Souza para gravar v�deo com acusa��es contra Freixo. "Essas coisas ocorrem porque o candidato Freixo fez tantas coisas erradas que a milit�ncia, fica dif�cil a gente conter, acaba fazendo coisas que eu recrimino. Que s�o completamente erradas", respondeu Crivella. E emendou: "Eu quero aproveitar esse momento para uma coisa melhor, que � dar parab�ns aos funcion�rios p�blicos".
Foi duramente criticado por Freixo. "Essa mulher tem problema s�rio de sa�de. Perdeu o marido, torturado e desaparecido. Quando o Amarildo desapareceu, eu estava do lado da fam�lia. Voc� estava do lado do Sergio Cabral, voc� fazia parte daquele governo. A fam�lia do (cinegrafista) Santiago Andrade est� processando voc� (morto numa manifesta��o, teve as imagens usadas no programa de Crivella). A fam�lia do delegado (Jo�o Kepler) Fontenelle (que prendeu Crivella por invas�o de domic�lio) est� processando voc�. E a fam�lia do Amarildo est� processando voc�. S�o tr�s fam�lias �rf�s que voc� desrespeitou no seu fanatismo de ser prefeito a qualquer pre�o. Voc� n�o respeita nem quem morreu, Crivella".
Outro embate se deu quando Freixo perguntou por que o advers�rio teve contas em para�so fiscal. "Freixo quer ser meu bi�grafo. Ele muda toda a hist�ria. Se o processo foi arquivado foi porque n�o tinha prova. Defensor de direitos humanos n�o pode condenar sem prova. Voc� s� pode me acusar de empobrecimento il�cito. Doei R$ 20 milh�es de direitos autorais para os pobres", respondeu.
Ao que Freixo respondeu: "N�o � acusa��o, � uma pergunta. Porque um pastor tem empresa em para�so fiscal?". E lembrou ainda que Crivella fez tratamento dental e cobrou R$ 65 mil reais dos cofres p�blicos "para usar esse sorriso largo". "N�o � crime. Mas n�o � �tico".
Crivella chegou � Globo �s 21h45, uma hora depois de seu advers�rio, mantendo suspense sobre sua presen�a no debate. Nos �ltimos dias, ele vinha cancelando participa��o em sabatinas e entrevistas. Avisou que n�o participaria de programa da CBN a nove minutos de a entrevista ir ao ar.
Crivella entrou no est�dio da Globo ao som de "oooo� Crivella chegou / acabou o ca�", par�dia do jingle de campanha de Indio da Costa (PSD), advers�rio derrotado no primeiro turno e que anunciou apoio ao bispo licenciado da Igreja Universal. O candidato do PSOL foi saudado aos gritos de "Uh! � o Freixo!".
Cada candidato foi acompanhado de dois assessores. A plateia de Freixo ficou � direita da apresentadora Ana Paula Ara�jo. Entre eles, o ator Greg�rio Duvivier e o vereador eleito Tarc�sio Mota. � esquerda, os apoiadores de Crivella.
"O debate foi como eu esperava: do meu lado, propostas", afirmou Crivella, ap�s o encontro. "A estrat�gia dele � pr�pria dos desesperados".
Freixo disse que n�o perdeu as esperan�as. "O �ltimo debate do primeiro turno definiu o primeiro turno. Isso pode acontecer de novo. A diferen�a entre mim e o Crivella foi menor do que as pesquisas previam (no primeiro turno), e talvez agora essa diferen�a tamb�m esteja menor." (Wilson Tosta, Fabio Grellet e Clarissa Thom�)