S�o Paulo, 29 - O ex-ministro Antonio Palocci, Fazenda (governo Lula) e Casa Civil (governo Dilma), atuava de forma il�cita em defesa dos interesses do Grupo Odebrecht em neg�cios com a Petrobras, em troca de propinas para o PT. � o que sustenta den�ncia criminal apresentada nesta sexta-feira, 28, contra o petista pela for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato. “Tratava-se Antonio Palocci de um estrato qualificado e privilegiado de interlocu��o com a c�pula do Poder Executivo Federal”, sustenta o Minist�rio P�blico Federal. O contato do petista era com o diretor-presidente Marcelo Bahia Odebrecht e os ex-executivos Alexandrino Alencar e Pedro Novis - tr�s dos nomes do grupo em negocia��o por uma dela��o premiada.
“Pelo menos entre 2006 e 2015, como uma extens�o do esquema criminoso j� estruturado na Petrobras, estabeleceu-se um amplo e constante esquema de corrup��o entre Antonio Palocci, seu assessor Branislav Kontic, e os altos executivos da Odebrecht, em especial Marcelo Odebrecht, Alexandrino Alencar, Pedro Novis”, registra a acusa��o.
Os contatos seriam destinados “a assegurar o atendimento aos interesses do Grupo Odebrecht perante as decis�es adotadas pela alta c�pula do Governo Federal, em troca do pagamento de propina solicitado por Antonio Palocci e destinado, de forma amplamente majorit�ria, ao Partido dos Trabalhadores”.
Para procuradores, “foi estabelecida uma parceria cont�nua entre o ex-presidente do Grupo Odebrecht” e seus altos executivos com Palocci para que sempre que necess�rio ser acionado para “interferir nas altas decis�es governamentais em defesa dos interesses” da empreiteira.
Palocci est� preso preventivamente, em Curitiba, desde o dia 26, quando foi alvo da 35ª fase da Lava-Jato, batizada de Opera��o Omert�. A den�ncia foi apresentada � Justi�a Federal e ser� analisada pelo juiz S�rgio Moro, que decide se abre a��o penal, colocando o ex-ministro no banco dos r�us, ou arquiva o caso. A for�a-tarefa considera ter reunido provas de que Palocci “efetivamente interferia e influenciava as decis�es adotadas por altas autoridades do Governo Federal”. “Fazendo com que tais decis�es fossem proferidas de acordo com os interesses do grupo empresarial.”
Para dissimular a rela��o “il�cita” entre a alta c�pula da Odebrecht e Palocci, a Lava-Jato afirma que “estabeleceu-se que as comunica��es, tanto para agendamento de reuni�es, quanto para o encaminhamento de documentos, seriam realizados por interm�dio do assessor”, Branislav Kontic - outro denunciado.
“No per�odo em que ocupou as fun��es de Ministro da Fazenda, Deputado Federal e Ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, por diversas vezes, colocou seu cargo � disposi��o dos interesses da Odebrecht, utilizando suas fun��es p�blicas como forma de assegurar os lucros pretendidos pelo grupo empresarial nas mais diversas esferas da Administra��o P�blica Federal.”
O advogado Jos� Roberto Batochio, que defende Antonio Palocci, reagiu com indigna��o � den�ncia do Minist�rio P�blico Federal. “� uma acusa��o monstruosa, absolutamente divorciada de qualquer elemento indici�rio arrecadado nos autos.
O �nico elemento considerado pela den�ncia � um papelucho tratado como ‘planilha’ sob a rubrica de ‘Italiano’. Os acusadores j� apontaram esse ‘Italiano’ como sendo Fernando Migli�ccio, depois Guido Mantega, depois um engenheiro italiano e, agora, na quarta tentativa, querem atribuir este apelido a Palocci. Puro artificialismo. O que temos � um apelido em busca de um personagem."