
“Acabou coxinha, acabou mortadela. O papo agora � quibe”. Minutos ap�s as urnas apontarem a vit�ria para a Prefeitura de Belo Horizonte, ex-presidente do Atl�tico Alexandre Kalil (PHS), afirmou que n�o quer governar uma cidade dividida, com rivalidades pol�ticas nacionais e disputas entre caciques. Na portaria de seu pr�dio, no in�cio da noite de ontem, Kalil disse que pretende deixar de lado as brigas da disputa eleitoral e que o momento � de “apaziguar os �nimos”. Depois, seguiu para o comit� central de campanha, na Savassi, onde fez discurso em um carro de som e prometeu governar para “os que mais precisam da prefeitura”.
“Esta cidade vai se tornar uma cidade melhor. Vamos ajudar esse povo t�o sofrido. N�o guardo �dio de ningu�m. � hora de ter tranquilidade, apaziguar os �nimos e encarar esse trabalho duro”, disse o prefeito eleito. Kalil ressaltou que os ataques que sofreu de seu advers�rio foram muito duros, mas que pretende conversar com lideran�as da cidade. “S� eu sei as noites que chorei no meu quarto, sozinho, apenas com minha mulher, Ana, mas tudo isso valeu a pena”, afirmou.
Questionado sobre a rela��o com os advers�rios que subiram o tom dos ataques na reta final de campanha, Kalil avaliou que sua vit�ria serve de li��o para os “caciques pol�ticos de Minas” e fez uma interpreta��o de uma frase do l�der pacifista indiano Mahatma Gandhi: “Estou tranquilo, sei da responsabilidade que vou assumir. Estou na linha do Gandhi. Primeiro, eles te desprezam, depois te ignoram, depois te agridem, no final eles perdem”, citou Kalil. O pensamento do indiano termina diferente: “No final voc� vence”.
Ao falar sobre as pessoas que vai procurar para discutir o futuro da cidade, Kalil evitou citar o nome do senador A�cio Neves, que refor�ou a campanha de Jo�o Leite na reta final da disputa. “Vou conversar com todo mundo para a transi��o, PT, PSB, PSDB. Conversar com todo os expoentes dos partidos como Geraldo Alckmin (governador de S�o Paulo, do PSDB), Michel Temer (presidente da Rep�blica, do PMDB). Somos apartid�rios”, garantiu.
O tom ameno da fala de Kalil, que v�rias vezes pediu ajuda a Deus – “Que Deus nos ilumine, que Deus nos ajude! – foi deixado de lado ao ser questionado de uma poss�vel conversa com A�cio. “Me respeita. Eu vou escolher com quem vou assentar na mesa. Eu fui eleito prefeito e tenho essa prerrogativa”, desabafou. E, ao se referir aos ataques que sofreu durante o segundo turno da campanha, disse: “O que aconteceu comigo n�o foi pouca coisa. N�o quero futrica de imprensa. Eu vou procurar quem eu quero”, disse.
PRIMEIRAS MEDIDAS Kalil afirmou que sua primeira medida ser� discutir durante a transi��o de governo – de novembro at� janeiro – a��es para evitar que pessoas em �reas de risco percam vidas por causa da chuva. “Em janeiro j� temos muita chuva, com casas caindo e pessoas morrendo. A primeira a��o � sentar com a prefeitura, com o governo de estado, para fazermos uma a��o concreta e firme”, disse Kalil.
O empres�rio garantiu que vai pensar com tranquilidade na equipe que vai montar para sua administra��o. No entanto, disse que considera priorit�rio a discuss�o com o governo do estado sobre medidas que possam ser adotadas para retirar pessoas de �reas de risco. O governador Fernando Pimentel (PT) foi o primeiro a cumprimentar o prefeito eleito. “O Pimentel me ligou, mas o Jo�o Leite, n�o”, contou. “Eu n�o guardo m�goa de ningu�m. Eu n�o guardo �dio de ningu�m. Eu acho que fiz uma boa caminhada”, declarou.
O empres�rio votou na manh� de ontem na Escola Estadual Central, na Regi�o Centro-Sul. Ele chegou acompanhado da esposa, Ana Laender, e n�o demorou meia hora no local. Depois de votar, Kalil afirmou que aprendeu muito com a popula��o durante a campanha e tem entre suas prioridades a retirada dos moradores de �reas de risco da capital. (Colaborou Jo�o Henrique do Vale)
"S� eu sei as noites que chorei no meu quarto, sozinho, apenas com minha mulher, Ana, mas tudo isso valeu a pena" - Alexandre Kalil (PHS), prefeito eleito, sobre os ataques que sofreu durante a campanha