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Estado de Minas

Palocci e Odebrecht se reuniram 27 vezes, diz Lava-Jato

Os investigadores descobriram a rotina de encontros entre Palocci e Odebrecht analisando a agenda pessoal do empreiteiro Marcelo Odebrecht


postado em 31/10/2016 10:37 / atualizado em 31/10/2016 11:14

S�o Paulo - A for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato constatou que o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) reuniu-se 27 vezes com o empreiteiro Marcelo Odebrecht. A informa��o consta da den�ncia criminal da Procuradoria da Rep�blica contra Palocci, Odebrecht e mais 13 investigados na Opera��o Omert�, 35.º desdobramento da Lava-Jato.

Os investigadores descobriram a rotina de encontros entre Palocci e Odebrecht analisando a agenda pessoal do empreiteiro. "Tais reuni�es ocorreram em datas pr�ximas aos per�odos em que observada a solicita��o de interfer�ncia de Antonio Palocci em altas decis�es do Governo Federal", assinala a Procuradoria.

Palocci foi preso na Omert� em 26 de setembro. Odebrecht est� preso desde 19 de junho de 2015 - condenado a 19 anos de reclus�o no esquema de propinas na Petrobras, o empreiteiro tenta encurtar sua perman�ncia no c�rcere da Lava Jato oferecendo dela��o premiada.

Os investigadores da Omert� sustentam que Palocci captou pelo menos R$ 128 milh�es da Odebrecht e destinou parte desse valor ao PT, seu partido. O ex-ministro foi denunciado formalmente por corrup��o e lavagem de dinheiro.

Para o Minist�rio P�blico Federal, a constata��o sobre os encontros sucessivos entre Palocci e Odebrecht refor�a o v�nculo entre o ex-ministro e o empres�rio.

"Relevante ainda referir que tais reuni�es ocorreram, em sua maioria, ou no escrit�rio de Antonio Palocci ou nas resid�ncias dele ou de Marcelo Odebrecht, deixando evidente o intuito de que os encontros ocorressem em ambiente privado, com controle de acesso e sem o conhecimento de terceiros", assinalam os procuradores que subscrevem a den�ncia criminal.

A investiga��o mostra que outros executivos ligados � Odebrecht participavam das reuni�es de Palocci e o empreiteiro. Os procuradores que acusam Palocci, Odebrecht e mais treze alvos da Omert� analisaram correspond�ncias eletr�nicas.

"J� n�o fosse esse n�mero de reuni�es bastante significativo a demonstrar o v�nculo esp�rio entre o ex-ministro e os empres�rios, cabe ainda destacar que as reuni�es com Antonio Palocci, tamb�m com prop�sitos il�citos, eram, em algumas vezes, realizadas por outros executivos do grupo, como por exemplo, Alexandrino Alencar, conforme elucidado em um e-mail, o que revela que os encontros foram ainda mais intensos do que o documentado na agenda de Marcelo Odebrecht."

Os procuradores anotam que o pr�prio Palocci admitiu n�o ter firmado, "em tempo algum, contrato de consultoria com a Odebrecht ou com sua empresa, a Projeto Consultoria".

"Desta forma, n�o h� qualquer raz�o minimamente l�cita para que Antonio Palocci atuasse em favor dos interesses da Odebrecht e para que fossem realizadas as tratativas e acertos de contrapartidas efetivamente estabelecidas entre ele e os executivos do Grupo", ressaltam os procuradores da for�a-tarefa.

Os acusadores argumentam, ainda. "Da mesma forma, se n�o havia qualquer rela��o comercial l�cita, n�o h� qualquer motivo regular para que fossem realizados tantos encontros e discutidos temas t�o intimamente ligados �s decis�es da alta administra��o federal."

Os procuradores cravam a "atua��o il�cita" do ex-ministro de Lula e Dilma. "Neste cen�rio, tendo em vista que a atua��o il�cita de Antonio Palocci em favor dos interesses da Odebrecht se deu de forma reiterada e duradoura e que o ex-parlamentar, durante o per�odo de 2006 a 2015, se colocou efetivamente � disposi��o da empreiteira para solucionar as mais diversas quest�es de interesse da empresa, os valores de contrapartida il�cita contabilizados em seu favor se acumularam e se avolumaram com o passar do tempo."

Segundo a den�ncia no �mbito da Opera��o Omert�, entregue ao juiz federal S�rgio Moro, valores il�citos eram destinados ao PT.

Os procuradores atribuem a Palocci o papel de "gestor de conta paralela" da propina da empreiteira. "Conforme os cr�ditos il�citos decorrentes da atua��o il�cita de Antonio Palocci fossem sendo reconhecidos e gerados no �mbito da Odebrecht, Marcelo Odebrecht determinava que os valores fossem contabilizados internamente (na empreiteira), a fim de que fossem futuramente empregados para o pagamento de despesas do Partido dos Trabalhadores, conforme orienta��o de Antonio Palocci, o gestor de tal conta paralela. Da mesma forma, conforme os valores fossem sendo entregues, o saldo era deduzido, atualizando-se a planilha."

Rea��o da defesa


O advogado Jos� Roberto Batochio, que defende Antonio Palocci, reagiu com indigna��o � den�ncia do Minist�rio P�blico Federal. "� uma acusa��o monstruosa, absolutamente divorciada de qualquer elemento indici�rio arrecadado nos autos."

De acordo com ele, o �nico elemento considerado pela den�ncia � um "papelucho tratado como 'planilha' sob a rubrica de 'Italiano'". "Os acusadores j� apontaram esse 'Italiano' como sendo Fernando Migli�ccio, depois Guido Mantega, depois um engenheiro italiano e, agora, na quarta tentativa, querem atribuir este apelido a Palocci", destacou. "“Puro artificialismo. O que temos � um apelido em busca de um personagem. Demonstrado que 'Italiano' n�o � Palocci, quem ser� a quinta v�tima?", indagou.

Batochio afirmou que nem tomou conhecimento da den�ncia, mas que esperava que, diante da "anemia do inqu�rito (da Pol�cia Federal), o Minist�rio P�blico Federal o arquivasse". "Ali�s, a Pol�cia Federal n�o encontrou sequer suspeita de lavagem de dinheiro, conforme o seu relat�rio, mas o Minist�rio P�blico Federal, mais realista que o rei, resolveu criar mais esta acusa��o", salientou.


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