O juiz S�rgio Moro negou pedido do Minist�rio P�blico do Rio para compartilhar provas sobre o "departamento de propinas" da Odebrecht, revelado pela Opera��o Lava-Jato, em 16 inqu�ritos civis abertos para apurar suspeitas de improbidade envolvendo o prefeito Eduardo Paes (PMDB), as obras do Parque Ol�mpico, da Linha 4 do Metr� e do Maracan�.
Moro menciona at� as negocia��es do acordo de colabora��o da empreiteira com a Procuradoria-Geral da Rep�blica. "� conveniente que qualquer compartilhamento aguarde o momento pr�prio, quando provavelmente as provas estar�o mais maduras", assinala.
"Evidentemente, caso identificados crimes de compet�ncia da Justi�a Estadual do Rio de Janeiro, isso ser� encaminhado oportunamente �quele Estado", segue o magistrado.
O pedido de compartilhamento foi encaminhado � Justi�a Federal em Curitiba pelo procurador-geral de Justi�a do Rio Jos� Eduardo Giotola Gussem em julho deste ano. Nele, o procurador lista 16 investiga��es da promotoria de Defesa da Cidadania da capital fluminense envolvendo algumas das principais obras do Rio, como o Porto Maravilha, e outros contratos da prefeitura que est�o sob suspeita dos investigadores.
Os procuradores da for�a-tarefa de Curitiba tamb�m se manifestaram sobre o pedido. Eles entendem que a solicita��o "n�o permite identificar com precis�o a identidade entre os fatos investigados naqueles procedimentos e os elementos de prova colhidos nos presentes autos".
Com isso, os procuradores da Lava-Jato se manifestaram contr�rios ao compartilhamento.
Os promotores do Rio pediram acesso, sobretudo, ao material das buscas e quebras de sigilo do "departamento de propinas" da Odebrecht, de seu executivo Benedicto Barbosa e outros documentos apreendidos nas fases 23 (Acaraj�) e 26 (Xepa) da Lava-Jato.
Na Acaraj�, deflagrada em fevereiro, foram presos os marqueteiros Jo�o Santana e M�nica Moura, que atuaram nas campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014).
Tamb�m foi presa a secret�ria Maria L�cia Tavares, que atuava no Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht. Ao ser detida ela decidiu colaborar e revelou que este setor funcionava como um verdadeiro "departamento da propina" da maior empreiteira do Pa�s, utilizando um sistema de comunica��o e de contabilidade para controlar pagamentos em esp�cie no Brasil e transfer�ncias no exterior do caixa 2 da empresa.
Foi com a colabora��o dela que a Lava-Jato avan�ou ainda mais sobre o Grupo Odebrecht, levando � Opera��o Xepa, deflagrada em mar�o e que destrinchou a extens�o do complexo esquema de pagamentos il�citos atribu�dos � empreiteira.
A partir da�, com a Opera��o Xepa, a empresa anunciou oficialmente que passaria a colaborar com as investiga��es e, desde ent�o, vem sendo negociado o maior acordo de dela��o premiada na Lava Jato que pode atingir centenas de pol�ticos dos maiores partidos brasileiros.