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Estado de Minas

Prefeitos precisam ser hoje mais pol�ticos do que gerentes, diz Fleury Filho


postado em 08/11/2016 13:55

S�o Paulo, 08 - Embora candidatos eleitos em grandes capitais nas �ltimas elei��es municipais venham de carreiras empresariais e tenham se apresentado ao eleitor como "n�o pol�ticos", o ex-governador de S�o Paulo Luiz Ant�nio Fleury Filho (PMDB) disse nesta ter�a-feira, 8, que os prefeitos precisam ser, atualmente, mais pol�ticos do que gerentes para identificar e atender as novas demandas da popula��o.

"� ingenuidade pensar que algu�m possa exercer cargo p�blico sem fazer pol�tica. O problema � que se confunde no Brasil pol�tica com 'politicalha'. A pol�tica � voc� identificar e perseguir um ideal. Tem que ser um gestor, mas com vis�o pol�tica para identificar melhor e recolher a aspira��o popular", comentou Fleury.

Para ele, as elei��es municipais, marcadas pela fragmenta��o partid�ria, al�m da perda de prefeituras administradas pelo PT, representaram uma nova etapa na pol�tica brasileira. Nela, h� menos espa�o para "demagogia" e foco maior dos eleitores "no que se faz do que no que se fala", observou.

Na avalia��o do ex-governador, os resultados da corrida pelas prefeituras revelaram mais uma vez o esgotamento do modelo pol�tico, numa nova li��o de que os grandes partidos n�o correspondem mais �s expectativas da popula��o. "Vai ter que haver uma reformula��o do modelo pol�tico como um todo.

N�o uma reforma cosm�tica, mas sim uma reforma profunda. N�o vejo condi��es de fazer essa reforma agora, mas vamos ter que caminhar para ela", afirmou Fleury, que governou S�o Paulo na primeira metade da d�cada de 90.

A remunera��o dos vereadores - para ele, dispens�vel nas pequenas cidades -, a figura do vice-prefeito ("discut�vel") e a limita��o de mandatos no Legislativo s�o temas que, conforme Fleury, precisam ser enfrentados na reforma pol�tica. "S�o ideias que eu j� perdi a esperan�a de v�-las frutificar, mas seria a �nica coisa que me faria voltar a disputar um cargo p�blico", assinalou o ex-governador, tamb�m contr�rio � reelei��o em todos os n�veis do Executivo.

Fleury conversou com o Broadcast (servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado) pouco ap�s ministrar palestra a prefeitos eleitos de S�o Paulo num encontro promovido pelo Instituto Paulista de Gest�o Municipal (IPGM).

Durante sua participa��o, deu aos futuros prefeitos orienta��es baseadas em sua experi�ncia n�o s� como governador, mas tamb�m como secret�rio de Seguran�a P�blica de S�o Paulo. Entre as dicas, os orientou a pensar duas vezes antes de pedir licen�a de licita��o, assim como indicou a execu��o de uma auditoria tanto financeira, para averiguar como est�o os cofres da prefeitura, quanto jur�dica, e cuidados nos contratos de presta��o de servi�os que n�o podem ser interrompidos, como recolhimento de lixo e transporte p�blico. "N�o basta assinar o contrato, tem que ver se ele est� sendo cumprido."

Fleury disse ainda para os prefeitos n�o assinarem termo de ajustamento de conduta - uma "tornozeleira eletr�nica" aos gestores p�blicos - sem consulta a advogados. Da mesma forma, recomendou orienta��o jur�dica na terceiriza��o de servi�os, dada a possibilidade de questionamento na Justi�a. Tamb�m instou os futuros prefeitos a seguir a lei de responsabilidade fiscal como uma "b�blia".

Ao recorrer ao ensinamento maquiav�lico - segundo o qual o bem se faz aos poucos e o mal se faz de uma s� vez -, Fleury destacou que medidas antip�ticas, como cortes no funcionalismo e paralisa��o de obras, devem ser implementadas no primeiro ano de mandato, quando h� maior toler�ncia em rela��o �s decis�es de um prefeito.

No entanto, adiantou que, por melhor que sejam, os prefeitos n�o conseguir�o escapar de processos por improbidade, j� que at� mesmo as boas iniciativas podem ser enquadradas na lei. "� uma lei de natureza penal ampla demais. Ent�o, qualquer coisa que voc� fizer ou deixar de fazer, a depender da boa vontade do juiz ou do promotor, voc� eventualmente pode sofrer uma a��o de improbidade", assinalou Fleury, que � advogado, � plateia formada por pol�ticos que assumir�o prefeituras em janeiro.


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