(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Contra CUT, Temer apela a UGT e For�a para fazer reformas

O objetivo do presidente Michel Temer � rachar o movimento sindical para obter �xito nas reformas trabalhista e da Previd�ncia


postado em 14/11/2016 08:07 / atualizado em 14/11/2016 08:35

O governo de Michel Temer espera que as duas centrais, que juntas superam a CUT em número de sindicatos filiados, ajudem ao menos a
O governo de Michel Temer espera que as duas centrais, que juntas superam a CUT em n�mero de sindicatos filiados, ajudem ao menos a "embalar" o discurso sobre a necessidade das reformas (foto: Beto Barata/PR )

S�o Paulo - O presidente Michel Temer mobiliza a For�a e a Uni�o Geral dos Trabalhadores (UGT) para tentar rachar o movimento sindical, reduzir a oposi��o �s reformas da Previd�ncia e trabalhista e esvaziar a��es contra o governo planejadas pela Central �nica dos Trabalhadores (CUT), a maior central brasileira e ligada ao PT. At� o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dever� conversar com sindicalistas aliados para barrar eventual impacto negativo das propostas entre os trabalhadores.

O governo espera que as duas centrais, que juntas superam a CUT em n�mero de sindicatos filiados, ajudem ao menos a "embalar" o discurso sobre a necessidade das reformas. Em troca, o Planalto dever� ceder �s reivindica��es dos aliados e ampliar seus espa�os na gest�o.

Ap�s ser recebido em audi�ncia privada de 40 minutos com Temer na quarta-feira, 9, o presidente da UGT, Ricardo Patah, saiu do encontro com o compromisso de levar Meirelles a uma plen�ria na sede da entidade em S�o Paulo. A exemplo do titular da Fazenda, Patah � filiado ao PSD de Gilberto Kassab, atual ministro de Ci�ncia, Tecnologia e Comunica��es.

"Faremos o encontro daqui a uns dez dias. Ser� uma reuni�o grande. O Michel gostou da ideia. Ele quer que o debate com a equipe econ�mica n�o se limite ao meio empresarial. A sociedade tem de participar", afirmou Patah ao jornal O Estado de S. Paulo.

"Vou chamar todos os presidentes estaduais para acompanhar a fala do ministro Meirelles. Vamos nesse di�logo superar as d�vidas sobre a retirada de direitos. Nossa rela��o com o governo � respeitosa. N�o vamos ser contra apenas por sermos contra", disse Patah. A assessoria de Meirelles informou que o encontro com os sindicalistas ainda n�o foi marcado.

Patah disse tamb�m que Temer pretende enviar a reforma da Previd�ncia ao Congresso Nacional no dia 3 de dezembro e a trabalhista no come�o do pr�ximo ano.

O primeiro triunfo da estrat�gia do presidente j� foi obtido com o esvaziamento do chamado Dia Nacional de Greve, promovido pela CUT na sexta-feira. A UGT e a For�a optaram por n�o participar. Em vez disso, marcaram uma manifesta��o para o pr�ximo dia 25. "N�s falamos para a CUT que n�o ir�amos, e a data era dia 25. At� porque a data de hoje (sexta-feira) ia ter 'fora, Temer', e isso para a gente � coisa do passado", afirmou o deputado Paulinho da For�a (SD-SP).

A manifesta��o do dia 25 vai tratar de dois temas que, na avalia��o do Planalto, ser�o definidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF): a terceiriza��o e a preval�ncia do acordado sobre o legislado em quest�es trabalhistas. A expectativa da equipe econ�mica � de que pelo menos metade da reforma trabalhista seja resolvida na Justi�a, o que eliminaria dois problemas: livraria o governo Temer do desgaste e esvaziaria a oposi��o.

"N�o h� a possibilidade de se fazer greve geral. Ir�amos ficar na rua falando de greve geral e o povo trabalhando. Para se fazer greve, voc� tem de ter motivo. E n�o temos", disse Paulinho.

Aliados


Juntas, a UGT e a For�a t�m 2.892 entidades, contra 2.319 da CUT, que re�ne mais de 30% dos sindicalizados. Incentivadas pelo Planalto, For�a e UGT cogitaram at� uma fus�o h� alguns meses, mas a ideia, por enquanto, n�o avan�ou.

Segundo um interlocutor do governo no Congresso, a ideia � que as entidades cumpram na gest�o Temer o mesmo papel que a CUT exerceu nos governos do PT: cr�ticas pontuais combinadas com o apoio institucional e veto ao "fora, Temer".

"Estaremos em contato com as centrais sindicais para dirimir quaisquer arestas que tiverem na proposta de reforma trabalhista que o governo pretende encaminhar. E a� est�o inclu�das todas elas, at� mesmo a CUT, se quiser conversar", disse ao Estado o ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima.

Press�o

Enquanto recebe o apoio dessas duas centrais na base, Temer � pressionado a aumentar o espa�o na administra��o federal dos partidos ligados � For�a e � UGT.

L�der da For�a, Paulinho quer que a Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agr�rio, atrelada � Casa Civil, volte a ter status de minist�rio. "Houve um compromisso do presidente Michel Temer de transformar em minist�rio. Ele nos pediu para aguardar um pouco e estamos aguardando que ele nos chame", disse.

Antes mesmo de o governo atender ao pedido de Paulinho e criar secretarias ligadas � Casa Civil para tratar de quest�es fundi�rias, o presidente do Solidariedade j� havia indicado ao Planalto os nomes para ocupar diversas posi��es no governo.

Oposi��o


Dirigentes de centrais da oposi��o consideram que tanto a For�a Sindical quanto a Uni�o Geral dos Trabalhadores (UGT) t�m agido de forma d�bia para evitar a perda de apoio na base em fun��o da aproxima��o com o governo Michel Temer. Eles citam como exemplo a reuni�o entre as entidades para a realiza��o de uma greve geral, programada para sexta-feira, 11.

Um sindicalista da Central �nica dos Trabalhadores (CUT) disse que os presidentes da For�a e da UGT chegaram a afirmar que estavam participando da reuni�o para sinalizar a seus associados que apoiavam o ato, mas informaram na ocasi�o que n�o iriam participar, como de fato aconteceu.

O deputado Paulinho da For�a (SD-SP), presidente da For�a, afirmou que na reuni�o ficou definido o dia 25 como o dia do ato nacional pela garantia dos direitos trabalhistas. A data, segundo ele, foi decidida entre diretores de todas as entidades, mas a CUT foi pressionada pela base a antecipar o ato.

Adilson Ara�jo, presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), ligada ao PCdoB, mas com presen�a tamb�m do PDT e PT, disse � reportagem que o alinhamento da UGT e For�a com governo n�o tem respaldo das bases. "Vamos disputar essas bases. O trabalhador n�o foi consultado sobre a aproxima��o da For�a e UGT com o governo." Adilson afirmou que a CTB e as demais centrais tamb�m querem manter o di�logo aberto com o governo.

Cr�ticas


Em discurso nas plen�rias sindicais da For�a, o metal�rgico Miguel Torres, vice-presidente da entidade, subiu o tom contra o governo Temer para evitar uma migra��o de sindicatos para a CUT.

"N�o vamos admitir perda de direitos. O governo precisa tomar algumas provid�ncias antes das reformas, como taxar grandes fortunas, lucros e dividendos." A CUT afirmou que j� h� migra��o de sindicatos para a sua base. Paulinho, por�m, negou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)