Em menos de 24 horas, dois caciques pol�ticos que governaram o estado foram presos na Zona Zul do Rio pela Pol�cia Federal e levados para o pres�dio Bangu 8. E s�o tr�s em menos de 30 dias, se considerada a pris�o do ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB), levado para a carceragem da Pol�cia Federal em Curitiba, em 19 de outubro. Todos s�o acusados de corrup��o e lavagem de dinheiro.
Na quarta-feira, a Opera��o Chequinho, que investiga a compra de votos durante a elei��o municipal em Campos, no Norte Fluminense, prendeu Anthony Garotinho (PR). Nessa quinta-feira foi a vez de S�rgio Cabral Filho (PMDB), alvo de dois mandatos de pris�o preventiva no �mbito da Lava-Jato, acusado de liderar um grupo que desviou R$ 224 milh�es em contratos de obras.
A origem da Lava-Jato s�o os empreendimentos fraudados da estatal petrol�fera entre 2004 e 2014, por isso, o juiz federal S�rgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, tamb�m mandou prender Cabral. Simultaneamente, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, decretou a pris�o do ex-governador, mas por propinas em outras obras bilion�rias, sem v�nculo com a Petrobras.
Cabral � acusado de corrup��o, organiza��o criminosa e lavagem de dinheiro. Os desvios teriam sido feitos em contratos com as empreiteiras Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia, entre outras, em obras como reforma do Maracan�, o Arco Metropoliltano e PAC Favelas em troca de aditivos em contratos p�blicos.
A opera��o que o prendeu, batizada de Calicute (refer�ncia �s tormentas enfrentadas pelo navegador Pedro �lvares Cabral a caminho das �ndias), � resultado de investiga��o em curso na for�a-tarefa da Lava-Jato no estado do Rio de Janeiro em atua��o coordenada com a investiga��o no Paran�.
S�rgio Moro decretou tamb�m o bloqueio de R$ 10 milh�es do ex-governador e de outros 11 investigados, inclusive a mulher do peemedebista, Adriana de Lourdes Ancelmo, e do escrit�rio de advocacia dela, o Ancelmo Advogados.
Al�m de Cabral, foram presos ex-secret�rios e ex-assessores do seu governo, empres�rios e operadores do esquema.
As pris�es feitas pela Pol�cia Federal s�o decorrentes de a��o conjunta com o Minist�rio P�blico Federal (MPF) e a Receita Federal para investigar o desvio de recursos p�blicos federais em obras realizadas pelo governo do estado do Rio de Janeiro. Cabral foi preso preventivamente em sua casa, no Leblon e levado pela PF sob gritos de “ladr�o” de cidad�os.
Depois, seguiu para exame de corpo delito no IML e para o pres�dio Bangu 8, no fim da tarde. Em nota, a PF informou que a apura��o em curso identificou fortes ind�cios de carteliza��o de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas a agentes estatais.
EMPREITEIRAS
O desdobramento das investiga��es da Lava-Jato em Curitiba revelou a ocorr�ncia de crimes de corrup��o, consistentes no pagamento de vantagens indevidas ao ent�o governador em decorr�ncia do contrato celebrado entre a Andrade Gutierrez e a Petrobras, relativamente �s obras de terraplanagem no Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj)”, afirma o Minist�rio P�blico Federal.
Segundo a Lava-Jato, “foram colhidas provas que evidenciam que Cabral recebeu, entre 2007 e 2011, ao menos R$ 2,7 milh�es, da empreiteira Andrade Gutierrez, por meio de entregas de dinheiro em esp�cie, realizadas por executivos da empresa para emiss�rios do ent�o governador, inclusive na sede da empreiteira em S�o Paulo”.
“H� evid�ncias da pr�tica do crime de lavagem de dinheiro oriundo dos crimes antecedentes. A investiga��o apurou, por exemplo, que apenas dois investigados, entre 2009 e 2015, efetuaram pagamentos em esp�cie, de diversos produtos e servi�os, em valores que se aproximam de R$ 1 milh�o”, informou a Procuradoria.
“Foi identificado que integrantes da organiza��o criminosa de S�rgio Cabral amealharam e lavaram fortuna imensa, inclusive mediante a aquisi��o de bens de luxo, assim como a presta��o de servi�os de consultoria fict�cios”, diz o Minist�rio P�blico Federal.