Operador de offshores da Odebrecht � preso na Espanha

Genebra, 19 - Alvo da Opera��o Drag�o, o advogado Rodrigo Tacla Duran foi preso nesta sexta-feira, 18, na Espanha. Ele � apontado pelos investigadores como um dos operadores de offshores criadas pelo Setor de Opera��es Estruturadas, o chamado departamento da propina da Odebrecht. A opera��o deflagrada em 10 de novembro teve como outro alvo Adir Assad, apontado como operador da Delta Engenharia e de outras construtoras. Assad foi preso, mas Duran se encontrava no exterior. Segundo a for�a-tarefa, os dois foram respons�veis pela lavagem de cerca de R$ 50 milh�es.

At� ent�o, os investigadores tinham conhecimento apenas da atua��o de Duran em transa��es envolvendo as contras secretas da Odebrecht. Com a quebra de sigilo de construtoras investigadas pela Lava Jato, a for�a-tarefa descobriu que duas empresas de Duran foram benefici�rias de pagamentos milion�rios. Ele recebeu, por exemplo, um total R$ 36 milh�es de empreiteiras como a UTC, Mendes J�nior e EIT. S� da Mendes J�nior, o escrit�rio Tacla Duran Sociedade de Advogados, entre 2011 e 2013, recebeu R$ 25 milh�es. Da UTC foram R$ 9 milh�es e da EIT outros R$ 2 milh�es.

A Treviso, de Julio Camargo, operador da Toyo Setal e atualmente delator, repassou R$ 350 mil para o escrit�rio do advogado. Por sua vez, outra empresa de Tacla Duran, a Econocell do Brasil, repassou R$ 3,5 milh�es para empresas de Assad.

Duran estava nos Estados Unidos e foi na sequ�ncia para a Espanha, onde o operador tem nacionalidade. Investigadores acreditam que Duran deixou os EUA temendo ser detido em solo americano e extraditado ao Brasil. Para a Justi�a, sua pris�o na Espanha promete se transformar em um desafio legal, j� que ele poder� usar seu passaporte estrangeiro para tentar permanecer na Europa e evitar extradi��o.

O advogado foi citado na dela��o de Vinicius Veiga Borin - executivo dos bancos Antigua Overseas Bank (AOB) e Mein Bank - como um dos respons�veis por criar e operar offshores da Odebrecht. De acordo com Borin, Duran era respons�vel por um grupo de offshores utilizadas para operacionalizar os pagamentos efetuados pela central de propinas da Odebrecht, segundo os investigadores da Lava Jato.