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Estado de Minas

Delc�dio: Lula tinha conhecimento absoluto de interesses que rodeavam a Petrobras


postado em 21/11/2016 21:19 / atualizado em 21/11/2016 23:36

O ex-l�der do PT no Senado Delc�dio Amaral confirmou nesta segunda-feira, 21, ao juiz federal S�rgio Moro que existia uma "estrutura montada" no governo Luiz In�cio Lula da Silva para "bancar as estruturas partid�rias" e que o ex-presidente "tinha um conhecimento absoluto de todos os interesses que rodeavam a gest�o da Petrobras".

"O presidente n�o entrava nos detalhes, mas ele tinha um conhecimento absoluto de todos os interesses que rodeavam a gest�o da Petrobras e as diretorias e os partidos que apoiavam os diretores", afirmou Delc�dio, ao juiz da Lava-Jato, em Curitiba, ao falar sobre o grau de inger�ncia de Lula no esquema de propinas na Petrobras.

Delc�dio foi a primeira testemunha de acusa��o no processo contra Lula, dona Marisa Let�cia e outros seis r�us, no primeiro processo da Lava-Jato, em Curitiba, contra o petista. Tamb�m s�o acusados o ex-presidente da OAS Jos� Adelm�rio Pinheiro, o L�o Pinheiro, funcion�rios da empreiteira e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

"Sem d�vida nenhuma existia uma estrat�gia montada para bancar as estruturas partid�rias", afirmou Delc�dio, ao ser questionado pelo procurador da Rep�blica Diogo Castor de Mattos, sobre a arrecada��o de propinas por partidos via diretores indicados na Petrobras.

Citou os tesoureiros do PT como respons�veis por operar as propinas do partido, entre eles Del�bio Soares e Jo�o Vaccari Neto - ambos presos pela Lava-Jato.

O ex-l�der no Senado afirmou que nunca teve uma reuni�o com Lula sobre o esquema de arrecada��o, mas afirmou que ele tinha "conhecimento absoluto" no esquema de loteamento pol�tico das diretorias da Petrobras, entre partidos da base aliada. O esquema rendia propinas de 1% a 3% para os agentes p�blicos indicados e pol�ticos - um rombo de mais de R$ 40 bilh�es entre 2004 e 2014.

A defesa de Lula questionou se ele tinha provas de que Lula estaria envolvido com propinas. Ele afirmou ter conhecimento, como l�der do governo. "Eu sabia tudo o que acontecia no governo".

As acusa��es contra Lula s�o relativas ao recebimento de vantagens il�citas da empreiteira OAS por meio de um triplex no Guaruj�, no litoral de S�o Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.

O petista � acusado corrup��o passiva e lavagem de dinheiro no esquema de cartel e propinas na Petrobras. A den�ncia do Minist�rio P�blico Federal sustenta que ele recebeu R$ 3,7 milh�es em benef�cio pr�prio - de um valor de R$ 87 milh�es de corrup��o - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.

Delator

Delc�dio - preso em novembro de 2015 e colocado em pris�o domiciliar em fevereiro - virou delator da Lava-Jato. Ele foi ouvido pelos investigadores nos procedimentos preparat�rios de den�ncias contra Lula. Ele foi executivo da Petrobras, ministro de Minas e Energia do governo Itamar Franco e senador. Em 2006, ele foi candidato ao governo do Estado do Mato Grosso do Sul, pelo PT.

No depoimento, Delc�dio contou sobre o esquema de distribui��o de cargos no governo Lula e o papel decisivo do esc�ndalo mensal�o, a partir de 2005, para forma��o da sistem�tica descoberta pela Lava-Jato - de loteamento de cargos estrat�gicos no governo entre partidos da base, para arrecada��o de propinas e garantia da "governabilidade e base s�lida" no Congresso.

Nos p�s-mensal�o, Delc�dio afirmou que a Petrobras foi usada para composi��o de governo. Questionado pelo procurador da Rep�blica Diogo Castor de Mattos sobre a indica��o de Paulo Roberto Costa, o primeiro ex-executivo da estatal a fazer acordo de dela��o premiada, no esquema de corrup��o descoberto na Lava-Jato.

"Paulo Roberto Costa n�o foi diretor, quando come�ou o governo Lula, ele era diretor da Transportadora Brasileira Gasoduto Bol�via-Brasil S.A. a TBG, depois com o aumento da participa��o, da import�ncia do PP dentro da base governamental, a� ele foi guindado a diretor de Abastecimento", explicou o ex-senador.

Paulo Roberto Costa � tamb�m testemunha de acusa��o no processo contra Lula. Sua audi�ncia est� marcada para a quarta-feira, 23. No dia, ser�o ouvidos ainda outros tr�s delatores, o ex-deputado Pedro Correa, e os ex-executivos da Petrobras Nestor Cerver� (Internacional) e Pedro Barusco (Engenharia).

Tucano

Preso em novembro, tentando comprar o sil�ncio do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerver�, Delc�dio era homem de confian�a do governo Dilma Rousseff e tinha vindo do governo Fernando Henrique Cardoso.

"Na �poca, a Diretoria de Abastecimento era ocupada por um indicado do governo anterior, o Rog�rio Manso. Quando sai e entra o Paulo Roberto Costa, indicado pelo PP dentro dessa rearruma��o do governo", explicou o delator.

"Qual foi o motivo da sa�da de Rog�rio Manso", perguntou o procurador.

"Aparentemente, havia uma identifica��o, ou o que se dizia � �poca, era que ele era muito identificado com o governo anterior, que ele era tucano e, consequentemente, precisava ser substitu�do. E assim foi feito."

O ex-presidente � investigado pela Procuradoria ainda por receber como "benesses" das empreiteiras do cartel, que atuava na Petrobras, em reformas do S�tio Santa B�rbara, em Atibaia (SP) e por meio de doa��es ao Instituto Lula e pagamentos para a empresa de palestras do petistas, a LILS Palestras e Eventos.

Defesa

O criminalista Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, nega que o petista seja o dono do apartamento do Edif�cio Solaris. Ele nega qualquer envolvimento do cliente com esquema de corrup��o ou lavagem de dinheiro.


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