A diretora comercial da H.Stern, Maria Luiza Trotta, afirmou em depoimento � Pol�cia Federal que levava joias, an�is de brilhante e pedras preciosas na resid�ncia de S�rgio Cabral (PMDB), para que o ex-governador e sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo, fizessem uma "sele��o" da pe�a a ser escolhida. Segundo ela, os pagamentos era feitos em dinheiro vivo.
De acordo com ela, o dinheiro em esp�cie era levado a uma loja da joalheria, em Ipanema, na zona sul do Rio, por Carlos Miranda - apontado pela Opera��o Calicute, desdobramento da Lava-Jato, como o "homem da mala" de S�rgio Cabral.
A testemunha revelou � PF que passou a atender "pessoalmente" o peemedebista quando ele ainda estava no comando do Governo do Rio, em 2013. Cabral foi governador em dois mandatos, entre 2007 e 2014.
"Os atendimentos feitos pela declarante a S�rgio Cabral sempre foram feitos no interior da resid�ncia deste; que, os atendimentos eram agendados com a declarante por Carlos Miranda ou algum outro/a secret�rio/a de S�rgio Cabral; que, a declarante ent�o, nesses encontros na casa de S�rgio Cabral levava joias de amostragem, as quais eram selecionadas ou n�o pelo pr�prio S�rgio Cabral ou por sua esposa", diz o depoimento da diretora.
Segundo Maria Luiza, o ex-assessor de S�rgio Cabral "ou outros portadores n�o identificados do dinheiro em esp�cie eram dirigidos � tesouraria". A diretora n�o soube informar sobre a emiss�o de notas fiscais.
"Todas as joias tinham certificados que eram entregues a S�rgio Cabral e/ou esposa, sendo certo que a empresa n�o guarda c�pia de tais certificados por quest�o de confidencialidade", declarou.
O depoimento foi prestado em 17 de novembro, dia da deflagra��o da Opera��o Calicute, que prendeu S�rgio Cabral preventivamente. O ex-governador est� em Bangu 8.
A PF exigiu de Maria Luiz no prazo de 24 horas "todas as c�pias de notas ficais de venda realizadas entre H. Stern e S�rgio Cabral e Adriana Ancelmo".
A diretora informou que Carlos Bezerra, a quem a PF atribui o papel de operador de propinas de Cabral, pode ter atuado "como portador de valores de pagamentos de joias compradas pelo ex-governador".
Em depoimento � PF, no dia em que foi preso, Cabral declarou que "n�o se recorda" das compras das joias. O peemedebista se disse tamb�m "indignado" com as "mentiras" dos delatores que afirmaram ter pago propinas a ele e seus aliados referentes �s grandes obras do governo do Rio.