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Estado de Minas

Calero: Me choca que interesses particulares possam prevalecer dentro do governo


postado em 27/11/2016 23:25 / atualizado em 28/11/2016 08:13

Rio, 27 (AE), 27 - O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, confirmou na noite deste domingo, 27, em entrevista ao Fant�stico, da TV Globo, ter gravado um di�logo com o presidente da Rep�blica, Michel Temer (PMDB), e outros membros do governo, sem revelar nomes.

O diplomata contou ter gravado algumas conversas telef�nicas seguindo a orienta��o de amigos policiais federais, entre as quais uma conversa "protocolar" e "burocr�tica" com Temer sobre sua demiss�o. Calero afirmou ser alvo de uma campanha difamat�ria e acusou o governo de tentar preservar interesses particulares.

O ex-ministro negou ter pedido um encontro com o presidente para gravar a audi�ncia "de maneira ardilosa" e disse que a "boataria" sobre grava��es no Planalto tem como objetivo mudar o foco das aten��es. Ele explicou que fez as grava��es para se proteger e ter "um m�nimo lastro probat�rio em seu depoimento".

"Entre essas grava��es (telef�nicas) existe uma grava��o do presidente da Rep�blica, mas absolutamente burocr�tica. Inclusive fiz quest�o que essa conversa fosse muito protocolar, que � a conversa da minha demiss�o", disse. Ele afirmou ainda ter tido a preocupa��o de n�o induzir o presidente "a criar prova contra si".

Questionado se havia gravado conversas com Geddel e Padilha, Calero disse que n�o poderia revelar os interlocutores das grava��es, porque isso poderia atrapalhar as investiga��es do caso.

Calero se tornou o piv� de uma grave crise pol�tica no governo Michel Temer ao entregar o comando da pasta no �ltimo dia 18, afirmando ter sido pressionado pelo ent�o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e pelo pr�prio presidente da Rep�blica para que o Instituto do Patrim�nio Hist�rico Nacional (Iphan) alterasse um parecer que embargou a obra do empreendimento imobili�rio La Vue na Ladeira da Barra, em Salvador, onde Geddel comprou um apartamento.

Em depoimento � Pol�cia Federal no dia seguinte � sua ren�ncia, Calero disse que Temer o "enquadrou" para tentar buscar uma sa�da para o impasse na libera��o da constru��o do arranha-c�u localizado em �rea de patrim�nio hist�rico na capital baiana. Segundo o ex-ministro, o presidente insistiu que o caso fosse encaminhado � Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) e afirmou que a decis�o do Iphan de barrar a constru��o do pr�dio havia criado "dificuldades operacionais" em seu gabinete, j� que Geddel estava "bastante irritado".

Na entrevista ao Fant�stico, ele reiterou as declara��es feitas � PF e descreveu suas tr�s conversas com o presidente a respeito do caso. De acordo com Calero, em um primeiro momento Temer disse que resolveria o caso com Geddel, mas mudou de ideia e pediu que ele enviasse o processo � AGU, dizendo que a ministra Grace Mendon�a, respons�vel pelo �rg�o, resolveria a quest�o de maneira que ficasse "bom para todos".

"Em menos de 24 horas, todo aquele respaldo que ele me havia garantido ele me retira e me determina que eu criasse uma manobra, um artif�cio, uma chicana, para que o caso fosse levado � AGU", afirmou Calero.

O diplomata se disse chocado por constatar que interesses particulares ainda possam prevalecer dentro do governo. "Ficava patente que altas autoridades da Rep�blica perdiam seu tempo em favor de um assunto paroquial, que se referia a um interesse particular de um ministro", disse, ap�s relatar seus di�logos com Padilha.

"Certamente acharam que para preservar meu cargo de ministro eu faria qualquer neg�cio. Jamais faria qualquer neg�cio para preservar cargo nenhum", disparou.

Apesar da resist�ncia do presidente, a perman�ncia de Geddel no governo se tornou insustent�vel depois que o depoimento em que Calero menciona Temer veio a p�blico, assim como rumores sobre a grava��o de conversas com o ex-ministro da Secretaria de Governo e com o presidente da Rep�blica.

Em entrevista coletiva neste domingo, Michel Temer classificou de "grav�ssimo, quase indigno", um ministro gravar o presidente da Rep�blica. As den�ncias de Calero deram combust�vel para a oposi��o se mobilizar pelo impeachment do presidente.

O depoimento de Marcelo Calero � Pol�cia Federal foi encaminhado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) � Procuradoria-Geral da Rep�blica, que est� analisando as informa��es prestadas � PF para definir se solicitar� a abertura de uma investiga��o formal ou se o caso deve ser arquivado. Ao encaminhar o depoimento, a PF solicitou a abertura de inqu�rito para apurar o epis�dio no despacho.


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