Milhares de brasileiros foram �s ruas ontem em mais de 150 cidades em defesa da Opera��o Lava-Jato e cobrando do Congresso Nacional a aprova��o do pacote anticorrup��o elaborado pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF). Os presidentes da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB), foram os principais alvos dos manifestantes, que atacaram a tentativa dos parlamentares de intimidar a for�a tarefa da opera��o por meio da emenda que estabelece puni��o em casos de abuso de autoridades. As pessoas homenagearam o juiz S�rgio Moro e pediram rigor no combate � corru��o.
Em Belo Horizonte, mais de 10 mil pessoas, segundo os organizadores do movimento Vem Pra Rua, passaram pela Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul da capital. A Pol�cia Militar n�o divulgou estimativa do p�blico presente. O ato foi marcado para 10h, mas as pessoas come�aram a chegar por volta de 10h30. Pouco depois de 11h a pra�a j� estava cheia, com toda as ruas do entorno fechadas.
No trio el�trico do grupo Vem Pra Rua, os organizadores convocavam as pessoas a sair para protestar contra a tentativa de parlamentares de acabar com as investiga��es da Lava-Jato. Outros grupos, como Patriotas e Movimento Brasil Livre, tamb�m instalaram tendas e carros de som para convocar a popula��o. Muitos participantes levaram faixas em apoio a Moro e um boneco infl�vel ao qual deram o nome de “Super Moro”.
O advogado Eduardo Cordeiro Lopes, de 56 anos, se fantasiou do juiz respons�vel pela investiga��o da Lava-Jato e foi muito requisitado para fotos com outros manifestantes. “O que fazemos nas ruas � defender nossa Constitui��o. No artigo 37 est� previsto que todos as pessoas que fazem parte da administra��o p�blica devem obedecer aos princ�pios da moralidade e da legalidade. Moro tem defendido esse artigo com muita garra. � motivo de orgulho e deve servir como exemplo”, afirmou Eduardo.
A manifestante Daniela Oliveira Cavalieri, de 37, levou o boneco do “Super Moro” e alertou sobre as manobras feitas por Renan Calheiros e Rodrigo Maia para atrapalhar as investiga��es. “O Congresso tenta intimidar os procuradores e ju�zes da mesma forma que ocorreu na It�lia. Se deixarmos isso acontecer, vamos ter mais um caso de impunidade no nosso pa�s”, disse Daniela, citando os desdobramentos da Opera��o M�os-Limpas que apurou a��es do crime organizado e desvio de dinheiro p�blico na It�lia no in�cio dos anos 1990.
No corredor central da pra�a foi montado o chamado “varal da vergonha” com fotos dos deputados estaduais que j� anunciaram que v�o votar pelo arquivamento da a��o contra o governador Fernando Pimentel (PT). O petista foi alvo de muitas cr�ticas, com manifestantes pedindo esclarecimentos sobre as den�ncias da Opera��o Acr�nimo, da Pol�cia Federal. O senador A�cio Neves, presidente do PSDB, tamb�m recebeu cr�ticas de pessoas que discursaram contra a corrup��o no Brasil.
Para o engenheiro Alexandre Cardoso, de 44, a participa��o da popula��o nos temas pol�ticos do pa�s devem ser constantes, independentemente de quais grupos pol�ticos estiverem no poder. “Nosso recado para a classe pol�tica � apartid�rio e geral. Eles n�o acompanham o momento vivido pelo pa�s, de passar a limpo nossos problemas e mudar a cultura de nossos representantes. Hoje as pessoas exigem �tica e moralidade de quem serve � popula��o”, afirmou. Os manifestantes fizeram homenagens �s v�timas do acidente a�reo com a delega��o da Chapecoense e, ap�s ouvirem o hino do clube catarinense, foi feito um minuto de sil�ncio para que as pessoas lembrassem a trag�dia. Por volta das 13h30, o movimento foi se dispersando. N�o foram registradas confus�es ou brigas.