S�o Paulo, 07 - O juiz federal S�rgio Moro aceitou nesta ter�a-feira, 6, den�ncia da Procuradoria da Rep�blica contra o ex-deputado Andr� Vargas por suspeita de lavagem de dinheiro recebido em decorr�ncia da contrata��o da empresa IT7 Sistemas Ltda. pela Caixa Econ�mica Federal, em dezembro de 2013. Al�m do ex-parlamentar, tamb�m se tornaram r�us seu irm�o Leon Vargas, Marcelo Sim�es e Meire Poza, contadora que atuava para o doleiro Alberto Youssef.
Ao receber a den�ncia, Moro afirmou que Meire Poza "prestou relevante colabora��o no in�cio das investiga��es, mas isso n�o impede que seja denunciada, sem preju�zo da eventual concess�o de benef�cios legais ao final, quando do julgamento".
Segundo o magistrado, o caso � de sua compet�ncia uma vez que "o ex-deputado federal Andr� Vargas era do Paran�, assim como � a empresa IT7, descrevendo a den�ncia crimes de corrup��o e lavagem que teriam se consumado no territ�rio".
"O pagamento de propina a deputado federal, atualmente n�o mais no exerc�cio do mandato, em detrimento � Caixa Econ�mica Federal �, por sua vez, de compet�ncia da Justi�a Federal", observou.
Esta � a terceira den�ncia contra Vargas na Opera��o Lava Jato. O ex-deputado, preso preventivamente desde 10 de abril de 2014, j� foi condenado a 14 anos e quatro meses de pris�o por Moro devido a fraudes em contratos de publicidade da Caixa identificadas pela Lava Jato. Agora, o ex-parlamentar � suspeito de influenciar tamb�m em contratos do setor de inform�tica do banco p�blico.
Segundo a den�ncia, o ex-deputado teria atuado para conseguir a contrata��o da IT7 Sistemas pelo banco em dezembro de 2013 e, em consequ�ncia, teria recebido R$ 2.399.850,00 em propinas.
O contrato, no valor de R$ 71,3 milh�es, entre a Caixa e a IT7, que era administrada por Marcelo Sim�es, mas, segundo a Lava Jato, at� ent�o controlada por Leon Vargas, irm�o do ex-deputado, teve por objeto a aquisi��o de licen�as de softwares da Oracle, incluindo o servi�o de suporte avan�ado e o servi�o de atualiza��o tecnol�gica e suporte t�cnico pelo per�odo de 24 meses.
Al�m das provas levantada ao longo da investiga��o (notas fiscais, registros de dep�sitos, trocas de e-mails, liga��es telef�nicas e depoimentos de colaboradores) uma an�lise realizada em 2015 pelo Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) apontou uma s�rie de irregularidades no contrato firmado entre a IT7 e a Caixa, n�o atendendo aos padr�es legais previstos, tendo sido celebrado com quantidades/valores al�m do necess�rio.
Para ocultar o dinheiro da propina, aponta a investiga��o, foram utilizadas as empresas Arbor Consultoria e Assessoria Cont�bil e AJJP Servi�os Administrativos e Educacional Ltda, de Meire Poza. Por suas empresas, Meire emitia notas fiscais fict�cias para a IT7 Sistemas Ltda pela presta��o simulada de servi�os de consultoria e assessoria cont�bil, que resultaram em tr�s dep�sitos banc�rios: R$ 964.350,00 em 10 de janeiro de 2014; R$ 287.100,00 em 15 de janeiro de 2014 e R$ 1.148.400,00 em 31 de janeiro de 2014.