Bras�lia, 11 - As primeiras informa��es sobre a dela��o da Odebrecht movimentaram o mundo pol�tico. Enquanto no governo os relatos do ex-diretor de Rela��es Institucionais da empresa Cl�udio Melo Filho causaram preocupa��o. No Congresso eles atingiram parlamentares que est�o na disputa para cargos estrat�gicos dentro das duas Casas e at� para o ingresso no n�cleo duro do Pal�cio do Planalto.
Na lista do ex-executivo est�o nomes como do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que trabalha para a reelei��o na Casa, e do senador Eun�cio Oliveira (PMDB-CE), cotado para suceder Renan Calheiros (PMDB-AL). Tamb�m foi citado o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), indicado para substituir o ex-ministro Geddel Vieira Lima na Secretaria de Governo - com suas atribui��es ampliadas.
Para alguns advers�rios, a cita��o de Maia dever� refor�ar as rea��es contr�rias � sua inten��o de se manter no posto ap�s o mandato-tamp�o que vai at� fevereiro de 2017. “J� era dif�cil apoiar quem participou do golpe agora fica ainda mais”, afirmou o l�der do PT na C�mara, Afonso Florense (BA). O partido possui a terceira maior bancada da C�mara
Maia j� havia sido alvo de protestos no domingo passado, quando foram realizadas manifesta��es em v�rias capitais do Pa�s. Na dela��o, Melo Filho afirma que durante a fase final da aprova��o da MP 613, Maia alegou que ainda havia pend�ncias da campanha a prefeito do Rio em 2012 e solicitou ao ex-executivo uma contribui��o. O valor pago foi de cerca de R$ 100 mil. A dela��o tamb�m atinge o deputado L�cio Vieira Lima (PMDB-BA) que almeja a vaga de vice-presidente da Casa.
No caso do tucano Imbassahy, os relatos atingem o at� ent�o favorito para assumir a Secretaria de Governo, que integra o n�cleo de decis�o do Planalto. O nome do deputado aparece em um dos anexos da dela��o, informando que teria recebido R$ 299.700 em um doa��o eleitoral. Segundo Cl�udio, Imbassahy n�o pediu apoio financeiro, sendo “contemplado com o pagamento por ser pol�tico influente da Bahia”.
Ainda em rela��o aos tucanos, o delator cita o nome de Jutahy Junior (BA), candidato � lideran�a da bancada. Conforme , deputado recebeu um pagamento e R$ 350 mil n�o declarado em 2010. Jutahy afirma, contudo, que apesar de ter sido oferecido o valor como Caixa 2, ele recusou e, por fim, recebeu um repasse menor, de 50 ou 150 mil, oficiais.
‘�ndio’
. Outro citado na dela��o de Melo Filho � o l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira (CE). At� aqui ele � o �nico candidato � disputar a presid�ncia da Casa em 2017. De acordo com o delator, o peemedebista que consta com o codinome “�ndio” recebeu cerca de R$ 2.100.000,00. Os pagamentos foram realizados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014.
Em nota Eun�cio diz que nunca autorizou o uso de seu nome por terceiros e jamais recebeu recursos para a aprova��o de projetos ou apresenta��o de emendas legislativas.
Procurado, Maia n�o quis se pronunciar neste s�bado (10)
Jutahy criticou os vazamentos e ressaltou que caber� agora a cada dos citados se defenderem. “Existe um vazamento ilegal e todas as pessoas t�m o direito de se pronunciar nos autos, sabendo que � uma quest�o de direito das pessoas. Cada um ter� como se defender”, afirmou.
Vota��o
. L�deres do governo nas duas Casa consideram que o epis�dio n�o vai contaminar as vota��es previstas para ocorrerem na �ltima semana de atividades no Legislativo. No Senado est� agendada para esta ter�a-feira a chamada PEC do Teto que estabelece limite de gastos p�blicos. A proposta � a principal aposta do governo Temer para tentar equilibra as contas da Uni�o no pr�ximo ano. “A programa��o da �ltima semana do Senado j� est� feita. O calend�rio est� absolutamente consolidado e n�o altera em nada o surgimento da dela��o, at� porque (essas acusa��es) est�o sujeitas a toda uma s�rie de procedimentos”, afirmou o l�der do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP).
J� na C�mara, est� prevista segunda-feira (12) a vota��o da Reforma da Previd�ncia na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a. Al�m disso, tamb�m haver� sess�es no Congresso para discutir e votar vetos e o Or�amento da Uni�o de 2017. “A base est� coesa”, disse o l�der do governo na C�mara, Andr� Moura (PSC-SE).
O anexo de Melo Filho foi entregue durante as tratativas para o acordo de dela��o. Na atual fase, o ex-executivo da Odebrecht se compromete a confirmar formalmente o que narrou e apresentar provas. Ap�s os depoimentos, a dela��o dever� ser encaminhada para ser homologada ou n�o pelo ministro Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Somente ap�s a homologa��o a contribui��o premiada poder� embasar procedimentos formais de investiga��o e eventuais processos. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.