Bras�lia, 23 - Ao fazer um balan�o dos sete meses de gest�o, o presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira, 22, que n�o cogita renunciar ao cargo e que vai recorrer at� ao Supremo Tribunal Federal caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida pela cassa��o da chapa Dilma-Temer. Mesmo sem ter sido questionado sobre uma poss�vel ren�ncia, Temer disse que "n�o tem pensado" nisso.
Durante o caf� da manh� com jornalistas no Pal�cio da Alvorada, o presidente foi perguntado sobre uma eventual cassa��o da chapa reeleita em 2014 e sobre poss�veis impactos das investiga��es da Opera��o Lava Jato no mandato presidencial. Em rela��o ao julgamento da a��o que analisa se houve abuso de poder econ�mico na elei��o presidencial de 2014, Temer disse que, caso o TSE decida pela cassa��o, "haver� recursos e mais recursos", tamb�m ao Supremo.
Temer negou tamb�m que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, v� deixar o governo. Ontem, a Coluna do Estad�o informou que Padilha pediu ao lobista L�cio Funaro a entrega de dinheiro no escrit�rio do ex-assessor da Presid�ncia Jos� Yunes. Funaro teria entregue a Yunes dinheiro em esp�cie repassado pela Odebrecht, empresa alvo das investiga��o da Lava Jato. "N�o tirarei o chefe da Casa Civil. N�o haver� mudan�a."
Al�m de negar mudan�as no n�cleo duro do governo, o presidente tamb�m afirmou que, "no momento", n�o pensa em realizar uma reforma ministerial no in�cio do pr�ximo ano.
Ao lado dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo de Oliveira (Planejamento), o presidente minimizou a baixa popularidade e comentou a declara��o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - que comparou o atual governo a uma "pinguela". Temer disse que, quando crian�a, "nunca caiu de uma". A seguir os principais trechos da entrevista:
TSE/dela��o/ren�ncia
. "Em havendo uma decis�o (a favor da cassa��o) haver� recursos e mais recursos, n�o s� no TSE, mas no Supremo Tribunal Federal. Mas no dia que o Judici�rio tiver uma decis�o definitiva, eu serei obediente a ela... Segundo ponto, o fato de delatores terem mencionados nomes, digo com muita frequ�ncia que no Brasil se formou a seguinte convic��o: se um delator mencionou o nome de algu�m, ele [O ACUSADO]est� definitivamente condenado... Agora voc� me pergunta se eu vou renunciar? Eu confesso que n�o tenho pensado nisso."
Reforma ministerial
. "N�o tirarei o chefe da Casa Civil. Na verdade, ele continua firme e forte a frente da Casa Civil. Hoje (ontem) verifiquei uma not�cia de que ele seria substitu�do por uma outra figura tamb�m exponencial, mas n�o haver� mudan�a nenhuma. Sobre esse outro t�pico de que haver� mudan�a ou n�o (reforma ministerial) isso, naturalmente n�o sei o que vai acontecer l� para frente, mas n�o cogito. N�o h� nenhuma inten��o neste momento de fazer qualquer altera��o ministerial."
Vazamentos.
"Quando mandei a carta para o procurador-geral n�o me insurgi contra a Lava Jato. Me insurgir contra a hist�ria, se tem 78, 80, 90 dela��es, n�o pode soltar uma por semana. Digo que isso prejudica realmente, cria um clima de instabilidade. Se for poss�vel, acelere essas dela��es de modo que elas possam logo ser remitidas ao Supremo Tribunal Federal, ao ju�zo competente. Se nessas dela��es pessoas forem citadas, cada uma delas saber� como justificar, como se defender."
Pinguela.
"Quando eu era menino, eu sou do interior do Estado de S�o Paulo, cidade pequena, havia um riacho e eu e alguns colegas brinc�vamos muito colocando uma pinguela para atravessar exatamente esse riacho... sabe que nunca ca�, embora fosse uma pinguela. Quando ou�o essa express�o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso � porque se percebe que h� muitas amarguras, paix�es. No fundo quando o ex-presidente menciona, ele menciona que � um pinguela, mas precisamos sustentar."
Erros.
"Acho que eu tenho muitos erros, muitos acertos, como � natural num governo. Agora, eu quero repetir aqui a frase do presidente Juscelino: eu n�o tenho compromisso com o erro. Quando eu percebo que erro, eu logo conserto. � interessante quando voc� erra, as pessoas acham que voc� n�o pode recuar. E da� vem �Temer recua�... n�o me incomodo."
Popularidade.
"N�o abro m�o da popularidade. Dizem que h� impopularidade. Isso me incomoda? Digamos assim, � desagrad�vel. Mas n�o me incomoda para governar. Para governar, algu�m at� disse, h� poucos dias: �Olha, a popularidade � uma jaula. Aproveite a impopularidade para fazer aquilo que o Brasil precisa�. E � o que estou fazendo. L� na frente haver� reconhecimento. A verdade vir�."
Desembarque do PSB.
"O interessante � que embora haja manifesta��es de que devem sair, isso nunca chegou a mim. E nas vota��es do Congresso, ressalvada essa �ltima (da renegocia��o da d�vida dos Estados), o PSB deu um n�mero muito significativo de votos. Ou seja, quando alguns l�deres se manifestam n�o sei se tem repercuss�es dentro da bancada."
FGTS.
"Isso (o saque de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi�o) vai permitir que cerca de 10,2 milh�es de trabalhadores possam sacar o saldo de suas contas do FGTS. Os trabalhadores alcan�ados s�o aqueles que possuem contas no FGTS inativas at� 31/12/2015 (...) H� restri��es para o saque do saldo dessas contas (...) N�s estamos flexibilizando essa exig�ncia. Porque o momento que n�s vivemos na economia demanda a ado��o de medidas que permitam, ainda que de forma parcial, uma recomposi��o da renda do trabalhador (...) Portanto, � uma inje��o de recursos que vai mobilizar, movimentar a economia. E equivale, tamb�m pelos c�lculos do Planejamento, a cerca de 0,5% do PIB." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.