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Estado de Minas

Pol�tica: Ano marcado por turbul�ncias culminou no impeachment de Dilma e posse de Temer

Lava-Jato avan�a e elei��es registram recorde de absten��es e votos brancos e nulos


postado em 31/12/2016 06:00 / atualizado em 31/12/2016 09:15

Os brasileiros de despedem de 2016 com a sensa��o de que o ano que hoje termina � um forte candidato a encabe�ar a lista de piores dos �ltimos tempos – pelo menos no quesito pol�tica nacional. A crise envolvendo a ent�o presidente Dilma Rousseff (PT) e o Congresso Nacional, iniciada no ano anterior, culminou na perda do mandato da petista e a posse de seu vice, Michel Temer (PMDB), que j� havia dado sinais de rompimento com a titular do cargo. E n�o d� sinais de que dar� uma tr�gua no pr�ximo ano.

(foto: Antonio Cruz/Agencia Brasil)
(foto: Antonio Cruz/Agencia Brasil)

A troca de presidentes se deu a partir de um pol�mico processo de impeachment – autorizado em dezembro de 2015 pelo ent�o presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que chega ao final do ano sem mandato e atr�s das grades, acusado de receber propina da Petrobras e usar contas na Su��a para lavar o dinheiro. Tamb�m est� na berlinda o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Tr�s anos depois de acusado pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) de usar propina de empreiteira para pagar a pens�o aliment�cia de uma filha obtida fora do casamento, Renan virou r�u em uma a��o no Supremo pelo crime de peculato. Mas, antes, pode-se dizer que deu uma “rasteira” na mais alta corte do Judici�rio brasileiro: se negou a cumprir ordem judicial para deixar a presid�ncia do Senado e, dois dias depois, ainda garantiu a perman�ncia no cargo durante julgamento no mesmo STF.

A Lava-Jato, maior opera��o para investiga��o sobre corrup��o no pa�s, termina o ano com mais 17 etapas e a pris�o de 70 pessoas, entre eles, pol�ticos gra�dos. Al�m de Eduardo Cunha, foram para a cadeia este ano, entre ourtros, o ex-secret�rio-geral do PT Silvio Pereira, o ex-senador Gim Argello, os ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci e o ex-governador do Rio de Janeiro S�rgio Cabral (PMDB).

DENUNCIADO O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) foi denunciado pelo MPF como l�der do esquema de corrup��o envolvendo a Petrobras. Em consequ�ncia da crise pol�tica, o PT amargou a maior derrota eleitoral na disputa de outubro e o eleitor que compareceu �s urnas bateu recordes de votos brancos e nulos. Milhares de brasileiros tamb�m foram �s ruas ao longo de 2016: alguns contra o que chamaram de golpe com a sa�da de Dilma, outros a favor das investiga��es da Lava-Jato e o combate � corrup��o.

A voz das ruas, no entanto, n�o teve eco em Bras�lia. Diante do avan�o da Lava-Jato, os deputados federais aprovaram em 30 de novembro o pacote de medidas anticorrup��o de autoria do MPF – mas cheio de altera��es. Em resposta, os procuradores amea�aram abandonar as investiga��es. Duas semanas depois, o ministro Luiz Fux, do Supremo, suspendeu a tramita��o do projeto no Congresso. Isso significa que o texto dever� ser novamente apresentado na C�mara e iniciar seu andamento da estaca zero. O Estado de Minas destaca a seguir os mais importantes acontecimentos da pol�tica este ano.

Impeachment de Dilma
Acusada de cometer crimes de responsabilidade, a ent�o presidente Dilma Rousseff (PT) enfrentou um processo que durou nove meses at� a perda do mandato conquistado nas urnas com 54 milh�es de votos. Em 31 de agosto, ela foi derrotada no Senado: votaram a favor do impeachment da petista 61 dos 81 senadores. Os parlamentares, no entanto, mantiveram os seus direitos pol�ticos, ou seja, garantiram a possibilidade de Dilma disputar a elei��o de 2018.

Temer presidente

Eleito vice na chapa de Dilma Rousseff em 2014, Michel Temer (PMDB) deixou de ser interino – posto ocupado desde 12 de maio, quando a C�mara aprovou a abertura do processo de impeachment contra a petista – e assumiu definitivamente o cargo at� o fim de 2018. Na cerim�nia de posse, realizada no mesmo dia em que Dilma perdeu o cargo, e ao lado de seus principais aliados, fez o primeiro discurso como presidente oficial, e prometeu “colocar o Brasil nos trilhos”.

Queda de Eduardo Cunha
At� ent�o conhecido como o todo-poderoso em Bras�lia, o ent�o presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi afastado do comando da Casa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), teve o mandato cassado pelos colegas de plen�rio, e foi preso preventivamente, em 19 de outubro, por decis�o do juiz S�rgio Moro. Cunha � acusado de receber propina de contrato de explora��o de Petr�leo no Benin, na �frica, e de usar contas na Su��a para lavar o dinheiro.

Renan no banco dos r�us

Ao acatar den�ncia apresentada pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) em 2013, os ministros do STF tornaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), r�u pelo crime de peculato. Ele � acusado de usar propina de uma empreiteira para pagar pens�o a uma filha que teve fora do casamento. No �ltimo dia 12, o senador foi denunciado novamente, desta vez pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrup��o passiva, no �mbito da Lava-Jato. Se o STF aceitar essa nova den�ncia, ele se tornar� r�u pela segunda vez.

‘Daqui n�o saio’
Em 5 de dezembro, o ministro do STF Marco Aur�lio Mello determinou liminarmente o afastamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presid�ncia do Senado, atendendo a um pedido feito pela Rede. Com a ajuda de parlamentares que comp�em a dire��o da Casa, Renan descumpriu a ordem judicial e se recusou a deixar o cargo enquanto o plen�rio do STF n�o analisasse o caso. Dois dias depois da liminar, por seis votos a tr�s, os ministros mantiveram o alagoano no cargo, em um julgamento marcado por ironias e cr�ticas. O STF saiu desmoralizado da hist�ria.
(foto: Rodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo )
(foto: Rodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo )

Lava-Jato
Iniciada em mar�o de 2014, a investiga��o sobre o maior esc�ndalo de corrup��o no pa�s teve 17 etapas ao longo deste ano. Foram oferecidas � Justi�a Federal 20 den�ncias por crimes como corrup��o ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. O balan�o do ano inclui 45 pris�es tempor�rias e 25 preventivas, algumas de peixes grandes e poderosos na pol�tica nacional. Entre eles, Jo�o Santana, marqueteiro das �ltimas tr�s campanhas presidenciais do PT, o ex-secret�rio-geral do PT Silvio Pereira, o ex-senador Gim Argello, os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci, o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha e o ex-governador do Rio de Janeiro S�rgio Cabral (foto).

Lula vira r�u
O ex-presidente Lula foi uma das 103 pessoas conduzidas coercitivamente a depor aos procuradores da for�a-tarefa do MPF e Pol�cia Federal em 2016, e termina o ano respondendo a cinco a��es penais, tr�s delas no �mbito da Lava-Jato. O petista � acusado de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro por contratos firmados entre a Petrobras e a construtora Norberto Odebrecht; envolvimento em fraudes em contratos do BNDES; tentativa de obstru��o da Justi�a; corrup��o ativa, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro pela suspeita de ele e a mulher Marisa serem os verdadeiros donos de um apartamento triplex em Guaruj� (SP). Um grampo telef�nico na Opera��o Aletheia, que tinha como alvo principal o ex-presidente, revela que a presidente Dilma enviaria o “termo de posse” na Casa Civil para Lula assinar “em caso de necessidade”. Para a Justi�a, o objetivo era garantir o foro privilegiado ao petista e tir�-lo do alcance do juiz federal S�rgio Moro, respons�vel pela Opera��o Lava-Jato na primeira inst�ncia. Mesmo empossado, Lula foi impedido de assumir o cargo por uma liminar do STF.
(foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo )
(foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo )

Dela��o da Odebrecht
Aos poucos, os 77 delatores da empreiteira come�aram a revelar os bastidores do esquema de corrup��o nas obras da Petrobras. Toda a c�pula do PMDB no Senado surgiu na dela��o da Odebrecht. Um dos amigos mais pr�ximos de Temer, Jos� Yunes, teve de deixar o cargo de assessor especial da Presid�ncia da Rep�blica por suspeita de corrup��o. Temer e a c�pula do governo foram mencionados em diversas ocasi�es pelos delatores, que os acusam de ter pedido dinheiro � empreiteira. Somente o presidente foi citado mais de 40 vezes.

Queda de ministros
Pouco depois de assumir o governo, Michel Temer se viu �s voltas com den�ncias envolvendo sua equipe. O primeiro a cair foi o ministro do Planejamento Romero Juc� (foto) (PMDB-RR), ap�s ser flagrado em conversas, gravadas pelo ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado. Nas grava��es, Juc� afirmava que era necess�rio “estancar essa sangria”, se referindo � Opera��o Lava-Jato. Depois vieram Fabiano Silveira, da Transpar�ncia; Henrique Eduardo Alves, do Turismo; F�bio Medina Os�rio, da Advocacia-Geral da Uni�o); Marcelo Calero, da Cultura, e, por �ltimo, o secret�rio de Governo, Geddel Vieira Lima, deixou o cargo acusado por Calero de usar sua influ�ncia para defender interesse pessoal envolvendo um im�vel em Salvador.

Elei��es municipais

O desencanto do eleitor com a pol�tica foi demonstrado nas urnas em outubro. Apurados os votos, a op��o pelo branco ou nulo bateu recordes na hist�ria das elei��es diretas. No segundo turno, realizado em 57 cidades brasileiras, 14,3% daqueles que foram �s urnas n�o escolheram nenhum candidato. A absten��o tamb�m bateu os n�meros de elei��es anteriores: 21,5% do eleitorado n�o apareceu para votar. E desta vez, nomes de fora da pol�tica conquistaram o eleitor, como o entrevistador de talk-shows e empres�rio Jo�o D�ria (PSDB), eleito em S�o Paulo, e o ex-presidente do Atl�tico Mineiro, Alexandre Kalil (foto) (PHS), que comandar� Belo Horizonte a partir de amanh�.

Enfraquecimento do PT

Depois de governar o Brasil por 13 anos, o PT sofreu a sua pior derrota entre todas as legendas nas elei��es de outubro. Se em 2004 o partido elegeu 411 prefeitos – no embalo da vit�ria de Luiz In�cio Lula da Silva na disputa presidencial de 2002 – e em 2012 chegou a 644, em 2016 amargou a elei��o de apenas 256 prefeitos. Entre os sete nomes que disputaram o segundo turno, nenhum conseguiu se eleger. A queda foi de mais de 60% em rela��o � disputa anterior.


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