Bras�lia, 31 - Uma das obras nas quais a Opera��o Lava Jato suspeita de pagamento de propinas pela Odebrecht, a constru��o do novo aeroporto de Goi�nia, iniciada em 2005, foi superfaturada em R$ 211,6 milh�es, segundo c�lculo do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). O preju�zo � considerado por auditores da corte de contas um emblema da sangria causada pelo esquema de corrup��o e desvios do qual a empreiteira se beneficiou.
Ao todo, o contrato e os aditivos fiscalizados consumiram R$ 564 milh�es. Nos pr�ximos meses, o tribunal ter� de auditar, com base em novos dados da investiga��o, dezenas de outros projetos negociados pela Odebrecht em troca de suborno. O pente-fino nos empreendimentos citados na Lava Jato, a cargo de um grupo especial do TCU, pode dar a dimens�o das perdas reais causadas ao Pa�s.
Por ora, a empreiteira e sua subsidi�ria Braskem, que atua no setor petroqu�mico, admitiram a distribui��o de R$ 3,4 bilh�es em propinas a autoridades e servidores p�blicos de 12 pa�ses. No Brasil, foi pago R$ 1,1 bilh�o, o que viabilizou R$ 6,3 bilh�es em contratos. Os dados constam de relat�rios do Departamento de Justi�a dos Estados Unidos, divulgados na semana passada. O superfaturamento apurado nas obras como um todo, no entanto, ainda � uma inc�gnita e est� em apura��o.
Planilha
As obras do aeroporto de Goi�nia foram tocadas pela Odebrecht em cons�rcio com a Via Engenharia. Planilha do Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht, o "departamento de propinas" da empreiteira, indicou o pagamento de suborno a dois agentes p�blicos da Infraero, identificados pelos codinomes "Americano" e "Americano Velho".
O documento, apreendido na Lava Jato, atribui os valores ao contrato do aeroporto.
Em 2006, ano seguinte ao in�cio do empreendimento, o TCU j� havia apontado superfaturamento de R$ 47 milh�es nos contratos. O valor era 80% superior ao que os servi�os realmente custavam.
Procurada pela reportagem, a Odebrecht informou que n�o se manifesta sobre o tema, mas "reafirma seu compromisso de colaborar com a Justi�a". Em nota, referindo-se � Odebrecht, a Via Engenharia alegou desconhecer as "circunst�ncias das negocia��es que envolvem diretamente a consorciada parceira". A Infraero afirmou que sua "atual administra��o j� atua ao lado do TCU para a apura��o dos fatos, ainda que n�o tenha sido notificada pelas autoridades" da Lava Jato. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.