
Uma fila de candidatos a delatores aguarda a oficializa��o dos acordos de dela��o premiada e leni�ncia fechados entre a Odebrecht e procuradores da for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato, que investiga o esquema de corrup��o em contratos da Petrobras. Todas as tratativas para novos acordos de colabora��o premiada est�o suspensas desde dezembro. A lista de candidatos a delator que j� iniciaram conversas com advogados re�ne o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o marqueteiro do PT Jo�o Santana, o lobista Adir Assad, e executivos das empreiteiras Mendes J�nior, Galv�o Engenharia, Delta e EIT. Todos s�o acusados de corrup��o, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros, e buscam uma redu��o de pena nos processos do juiz federal S�rgio Moro, em Curitiba – onde est�o os casos de alvos sem foro privilegiado. S�o candidatos a virar r�us confessos e colaboradores das investiga��es, em troca do benef�cio.
O PT � um dos principais alvos de tr�s candidatos a delator da fila: o casal Jo�o Santana e M�nica Moura e o ex-diretor de Servi�os da Petrobras Renato Duque. Respons�veis pelas campanhas presidenciais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014, e de Luiz In�cio Lula da Silva em 2006, Santana e M�nica foram presos em fevereiro do ano passado. Negociam uma dela��o desde julho, sem acordo com a for�a-tarefa. Duque est� preso desde abril de 2015. � sua terceira tentativa de um acordo com o Minist�rio P�blico. O ex-diretor, que foi indicado e era sustentado pelo PT no cargo, entre 2003 e 2012, promete falar do suposto envolvimento de Lula no esquema de corrup��o na estatal. Os acordos de dela��o premiada e leni�ncia fechados entre a Odebrecht e a for�a-tarefa da Lava-Jato, em dezembro, s�o os �ltimos de uma lista de 71 contratos fechados pelo Minist�rio P�blico Federal, em Curitiba.
Investigadores ouvidos pela reportagem disseram, em reservado, que a dela��o da Odebrecht deve gerar um efeito multiplicador nas dela��es de empreiteiras. As revela��es devem atingir neg�cios que envolvem outros grupos empresariais, que ficar�o obrigados a confessar seu envolvimento, acreditam. Al�m, disso, deve proporcionar um “recall” das dela��es premiadas j� fechadas com executivos da Camargo Corr�a, Andrade Gutierrez e UTC.
COLABORA��O NA COL�MBIA
A Odebrecht ofereceu pagar US$ 32 milh�es ao governo da Col�mbia como parte da colabora��o nas investiga��es abertas sobre pagamento de suborno para conseguir obras no pa�s, segundo o Minist�rio P�blico do pa�s. A construtora solicitou um princ�pio de acordo ao gabinete do procurador-geral, “a fim de colaborar no processo e obter imunidade no sistema acusat�rio”, afirma trecho do documento. “A acusa��o, de acordo com a lei, condicionou sua concess�o ao pagamento de uma indeniza��o integral do dano causado � administra��o p�blica na Col�mbia por estes eventos, estimada em US$ 32 milh�es, o que foi aceito”, acrescenta o comunicado, informando que o acordo foi feito na v�spera.
A empresa est� negociando com diversos pa�ses acordos para encerrar as investiga��es sobre pagamentos de propina para obten��o de contratos. A Odebrecht aceitou pagar US$ 59 milh�es ao governo do Panam� como parte de negocia��es com a Procuradoria-Geral do pa�s, que tamb�m investiga a empreiteira por pagamento de subornos a autoridades locais. A companhia tamb�m havia fechado acordo com o Peru na semana passada, aceitando pagar inicialmente US$ 8,9 milh�es e dar informa��o sobre pagamento de suborno, tamb�m para ganhar licita��es de obras.
A empresa, um dos principais alvos da opera��o Lava-Jato no Brasil, fechou acordo em dezembro com o Minist�rio P�blico Federal, o Departamento de Justi�a dos Estados Unidos e com a Procuradoria-Geral da Su��a para pagar US$ 3,83 bilh�es para p�r fim � investiga��es sobre seu envolvimento em atos il�citos em 12 pa�ses.
A Odebrecht disse, em comunicado, que vem cooperando com autoridades brasileiras e estrangeiras para o avan�o das investiga��es. “ A extensa colabora��o promovida demonstra o seu entendimento por uma necess�ria mudan�a de postura na rela��o entre entes p�blicos e privados. A empresa vem adotando as medidas necess�rias para aprimorar seu compromisso com pr�ticas empresariais �ticas e de promo��o da transpar�ncia em todas as suas a��es, com o objetivo de virar a p�gina e evoluir continuamente.”
Acordo com peru
O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, e o chefe do Minist�rio P�blico no Peru, Pablo Sanchez Velarde, assinaram ontem uma declara��o conjunta para intensificar a coopera��o internacional e trocas de informa��es sobre corrup��o. O acordo tem como objetivo garantir o aprofundamento de investiga��es relacionadas � Odebrecht. No in�cio do ano, a Odebrecht fechou um acordo preliminar de coopera��o com o Peru, no qual se comprometeu a pagar uma multa de US$ 8,9 milh�es pelos ganhos il�citos que obteve no pa�s. Ap�s sair da reuni�o com Janot, o procurador peruano afirmou que a investiga��o � grande e abrange casos de corrup��o em tr�s per�odos de governo peruano.