Bras�lia, 14 - Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendem que ele assuma a partir de fevereiro o comando da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) para fazer uma esp�cie de contraponto � atua��o do Minist�rio P�blico Federal. O colegiado, o mais importante da Casa, ter� de sabatinar em 2017 o nomeado para a Procuradoria-Geral da Rep�blica, uma vez que o mandato do atual, Rodrigo Janot, encerra-se em setembro.
O mandato da CCJ � de dois anos e Renan, quatro vezes eleito presidente do Senado, n�o poder� comandar novamente a Casa. Por isso, a press�o para que ele comande a comiss�o, cuja indica��o, por ter a maior bancada, cabe ao PMDB. Al�m de Renan, outros tr�s peemedebistas est�o no p�reo: Edison Lob�o (MA), Eduardo Braga (AM) e Rose de Freitas (ES).
A avalia��o dos que incentivam Renan a assumir a comiss�o � de que ele poderia us�-la para, por exemplo, questionar a atua��o do atual procurador-geral, caso Janot busque uma segunda recondu��o. O Estado mostrou ontem que o chefe do MPF tem avaliado disputar um terceiro mandato. Janot chegou a pedir, sem sucesso, a pris�o e o afastamento de Renan do comando do Senado.
Cabe ao presidente da CCJ indicar o relator de indica��es de autoridades, como o procurador-geral, e demais proposi��es, al�m de marcar as sess�es de discuss�o e vota��o das mat�rias. De modo geral, ele tamb�m tem condi��es de ditar o ritmo das discuss�es, podendo atrasar ou acelerar o andamento das proposi��es.
Alvo de mais de uma dezena de inqu�ritos na Lava Jato abertos por Janot e r�u em uma a��o penal, o peemedebista fez duras cr�ticas ao procurador no ano passado, a quem acusou de agir por vingan�a e fazer den�ncia �nas coxas�.
Em 2015, na primeira recondu��o de Janot, Renan tentou angariar apoios para barrar o nome dele. Mas, ap�s uma sabatina de mais de 10 horas na CCJ, um acordo costurado entre o governo da ex-presidente Dilma Rousseff e o PMDB do Senado levou a renova��o do mandato do procurador-geral em vota��es secretas na comiss�o e no plen�rio.
A expectativa � que a tens�o entre Congresso e o MP aumente este ano, com a divulga��o dos detalhes da dela��o dos 77 executivos da Odebrecht que deve implicar mais de uma centena de parlamentares, entre os quais o pr�prio Renan.
Nessa estrat�gia de contraponto, aliados citam que Renan poder� retomar na CCJ a discuss�o do projeto de abuso de autoridade. Procurado, ele disse que ainda n�o definiu o que deseja fazer quando deixar a Presid�ncia do Senado. �Tomarei uma decis�o em conjunto com a bancada.�