Bras�lia, 15 - Diante da tentativa da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), C�rmen L�cia, de obter protagonismo em temas de relev�ncia nacional, o presidente Michel Temer tem aproveitado a interlocu��o com o ministro da Corte e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, para tentar se aproximar dela.
Segundo interlocutores de Temer, o peemedebista considera a presidente do Supremo �indecifr�vel� e recorre a Gilmar em busca de um elo entre Executivo e Judici�rio. Desde que assumiu a presid�ncia do STF, C�rmen ajudou a costurar uma solu��o para o impasse ap�s o afastamento de Renan Calheiros (PMDB) da presid�ncia do Senado e tenta assumir destaque na media��o das crises do sistema carcer�rio e a financeira dos Estados.
Neste �ltimo ponto, a ministra irritou o Planalto. Em meio a uma negocia��o entre o Estado do Rio de Janeiro e a Uni�o, C�rmen concedeu duas liminares favor�veis ao governo fluminense que evitaram bloqueios de contas. O Rio ficou com uma carta na manga nas tratativas com o governo federal. At� aliados de C�rmen dentro do Tribunal consideraram a decis�o equivocada, e os despachos desagradaram a Temer e � equipe econ�mica, que buscaram a presidente do Supremo para explicar a situa��o. A avalia��o do Planalto � de que a decis�o poderia gerar um efeito cascata.
C�rmen e Temer marcaram uma reuni�o, que ocorreu no s�bado, dia 7, na resid�ncia da ministra. Em sinal de defer�ncia, Temer se deslocou do Pal�cio do Jaburu at� o Lago Sul. Depois do encontro, ela suspendeu a tramita��o das a��es sobre o Rio e deve homologar o acordo, que voltou a ser feito, entre Uni�o e Estado.
A boa rela��o entre C�rmen e Temer, por�m, � a vers�o oficialmente propagada por assessores do Planalto e do Supremo. Internamente, C�rmen � criticada por tomar a dianteira de problemas sem entregar solu��es concretas. Um ministro do STF ouvido pela reportagem considera, por exemplo, que ela j� poderia ter entregue uma medida efetiva para o sistema carcer�rio - e n�o apenas ter feito visitas a penitenci�rias.
Servidores que j� trabalharam com a ministra avaliam que ela centraliza a resolu��o dos problemas. Por isso teria demorado quatro meses para nomear uma ju�za para a diretoria do Departamento de Monitoramento e Fiscaliza��o do Sistema Carcer�rio, considerada uma de suas prioridades.
Um ministro afirmou, reservadamente, que C�rmen L�cia, ao centralizar as decis�es, agiria como a presidente cassada Dilma Rousseff, uma vez que protela suas a��es e solu��es. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.