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Estado de Minas

Para amigos, ministra C�rmen L�cia n�o tem perfil pol�tico

Mais uma vez ela assume o protagonismo institucional, com a morte do colega relator da Lava-Jato, Teori Zavascki


postado em 23/01/2017 08:25 / atualizado em 23/01/2017 10:00

A presidente do STF tem nas mãos a decisão sobre a continuidade da Lava-Jato(foto: Carlos Humberto /ASICS/TSE )
A presidente do STF tem nas m�os a decis�o sobre a continuidade da Lava-Jato (foto: Carlos Humberto /ASICS/TSE )

Com a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, recai sobre a presidente da Corte, C�rmen L�cia, a decis�o de escolher o novo relator da Lava-Jato ou, no m�nimo, de como ser� feita a escolha. Trata-se de mais um epis�dio em que a ministra assume um protagonismo institucional - como no caso da crise penitenci�ria.

A atua��o tem feito surgir rumores sobre quais voos C�rmen L�cia ainda poder� al�ar neste ambiente pol�tico incerto. N�o � dif�cil encontrar em Bras�lia quem j� cogite a ministra como a solu��o mais imediata para a crise - caso o mandato do presidente Michel Temer seja interrompido. Uma a��o no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pede a cassa��o da chapa eleita em 2014, que teve o peemedebista como vice de Dilma Rousseff.

Na avalia��o de pessoas que convivem ou conviveram com a presidente do Supremo, por�m, ela n�o teria "aptid�o" para cargos no Executivo.

Colegas e professores do per�odo acad�mico de C�rmen L�cia n�o apontam nenhum tipo de milit�ncia pol�tica da ministra durante sua juventude ou in�cio de carreira. Segundo eles, a "bandeira" da ministra sempre foi a Constitui��o.

Quando era professora de Direito na Pontif�cia Universidade Cat�lica (PUC), em Belo Horizonte, C�rmen L�cia era conhecida por ser uma ferrenha defensora da Carta Magna. "Ela era do tipo que vivia com uma Constitui��o na bolsa", lembrou Guilherme Coelho Colen, contempor�neo da ministra e diretor da PUC Minas. "Contam que ela teria sido barrada na porta de um restaurante porque estaria desacompanhada. Ela teria tirado uma Constitui��o da bolsa e dado uma reprimenda no seguran�a", relatou o diretor.

Mas, embora sem prefer�ncias pol�ticas aparentes, C�rmen L�cia teve, sim, participa��o importante nesse xadrez.

Em Minas, ela recebia, com certa frequ�ncia, a visita de Itamar Franco, ex-presidente que morreu em 2011, em seu escrit�rio de advocacia. Anos depois, assumiu como procuradora-geral de Minas na gest�o dele como governador (1999-2002).

"Ela era importante para o Itamar. Lembro do per�odo em que ele ficou sem partido e que as negocia��es para ele ingressar no PMDB aconteciam no escrit�rio da C�rmen L�cia", contou o prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira (PMDB).

"Politicamente, ela se aproxima muito do que era o ex-presidente Itamar Franco", disse Bruno, que � filho de Marcelo Siqueira, presidente da Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) na gest�o Itamar.

C�rmen L�cia est� no Supremo desde 2006, indicada pelo ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva - por clara influ�ncia de Itamar.

Ex-chefe da Casa Civil de Itamar, Henrique Hargreaves afirmou que "em nenhum momento C�rmen L�cia teve participa��o pol�tica" e que isso n�o seria do seu perfil. Ainda assim, Hargreaves disse que "Itamar, como governador de Minas, sempre exigiu o seu posicionamento antes de tomar qualquer decis�o administrativa ou de qualquer natureza que envolvesse o interesse do Estado".

A ideia de um magistrado ocupar o cargo m�ximo da Rep�blica n�o � nova. Durante o julgamento do mensal�o, o nome do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa foi muitas vezes mencionado como um poss�vel postulante ao cargo.

E, mesmo agora, o juiz S�rgio Moro, que conduz a Opera��o Lava Jato na primeira inst�ncia, � constantemente questionado se aceitaria o desafio de concorrer � Presid�ncia.

'Desperd�cio'


Sobre a hip�tese de um dia a ministra ocupar uma posi��o no Executivo, o ex-ministro do Supremo Carlos Velloso disse n�o ver em C�rmen L�cia nenhuma "aptid�o" para esse tipo de fun��o. "Um cargo no Executivo seria o desperd�cio de uma carreira brilhante."

J� Arthur Jos� de Almeida Diniz, orientador da tese de mestrado da ministra na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), se disse feliz com os rumores que envolvem a pupila. "Seria como se o nosso pa�s alcan�asse a maioridade. Ela � brilhante e adquiriu muita experi�ncia � frente do STF."

O presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, afirmou que � natural que a presidente do STF apare�a em especula��es desse tipo. "Ela tem uma vida dedicada � Justi�a e se exp�e por essa causa. Ela n�o tem medo de assumir protagonismo." O desembargador do TJ-RJ Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, amigo da ministra, tamb�m segue a mesma linha. "O protagonismo que ela defende � o da Constitui��o." Procurada pela reportagem, a assessoria de ministra disse que n�o seria poss�vel atender ao pedido de entrevista.


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