
O modelo � o chamado "porteira aberta", quando a indica��o vale apenas para o cargo espec�fico e n�o inclui subordinados, por exemplo. Difere do chamado "porteira fechada", modelo mais comum na gest�o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando se permitia que apadrinhados dos partidos da base ocupassem todos os cargos de livre nomea��o de uma determinada pasta. Nas gest�es de Luiz In�cio Lula da Silva e na de Dilma Rousseff a divis�o dos cargos era semelhante ao que ocorre hoje.
A reportagem mapeou os cerca de 150 principais cargos das 24 pastas e secretarias com status de minist�rio e encontrou diversos exemplos dessa divis�o, como no Minist�rio da Educa��o.
O titular da pasta � do DEM - o deputado licenciado Mendon�a Filho (PE) - e outros integrantes s�o historicamente ligados ao PSDB, como a secret�ria executiva, Maria Helena Guimar�es de Castro, e a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria In�s Fini.
"Para as pol�ticas p�blicas andarem, � preciso, al�m de compet�ncia e qualifica��o t�cnica, ter uma equipe com respaldo pol�tico", disse o ministro.
Outro caso � o Minist�rio da Sa�de, em que o tamb�m deputado licenciado Ricardo Barros, indicado do PP, divide a c�pula e �rg�os auxiliares entre apadrinhados do seu partido e do PMDB. O ministro da Sa�de disse que o �nico crit�rio com o qual se importa � que o indicado tenha compet�ncia t�cnica. "As indica��es s�o sempre de pessoas qualificadas, independentemente de quem indica. Quando n�o � qualificada, n�o � nomeada", afirmou Barros.
No Minist�rio do Desenvolvimento Social e Agr�rio, comandado por Osmar Terra (PMDB), postos estrat�gicos s�o ocupados por nomes de outros partidos, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), presidido pelo ex-deputado federal Leonardo Gadelha, ligado ao PSC. J� a secret�ria Nacional de Assist�ncia Social da pasta, Maria do Carmo Brant de Carvalho, pertence aos quadros do PSDB, tendo atuado na elei��o de 2014 na elabora��o de pol�ticas sociais do programa de governo do ent�o candidato tucano � Presid�ncia A�cio Neves.
Para Terra, o modelo de distribui��o de cargos tem sido bem-sucedido ao construir uma boa rela��o com as legendas que apoiam o Planalto. "Ele contempla as v�rias possibilidades de for�a de peso pol�tico dos partidos que comp�em a base, predominando a preocupa��o em dar resultado", afirmou o ministro. "Os partidos est�o preocupados com o resultado do governo, indicando pessoas qualificadas. Sabemos que o governo tem dois anos e precisa dar respostas r�pidas."
Apoio
Auxiliares de Temer admitem que esse modelo de partilha de cargos faz parte da estrat�gia de ter um "minist�rio congressual" e avaliam que a iniciativa tem garantido, ao menos at� o momento, a fidelidade da base aliada nas vota��es da C�mara e do Senado.Dados do Bas�metro, ferramenta do Estad�o Dados, mostram que Temer obteve, at� dezembro - incluindo o per�odo de interinidade - uma taxa de apoio entre os deputados de 83%, mais de 20 pontos porcentuais superior ao que Dilma conquistou em id�ntico per�odo do in�cio do segundo mandato.
De acordo com o �ltimo Boletim Estat�stico de Pessoal, divulgado pelo Minist�rio do Planejamento em outubro passado, s�o 19.364 cargos de livre nomea��o.
Nos bastidores, a Casa Civil, chefiada por Eliseu Padilha, e a Secretaria de Governo - ocupada at� novembro do ano passado por Geddel Vieira Lima - atuam para aparar as arestas na base na defini��o da partilha dos cargos, segundo uma fonte do Planalto. Em alguns casos, o presidente tem de intervir. Uma das dificuldades do momento, por exemplo, � a composi��o pelos partidos da base da diretoria da Funda��o Nacional de Sa�de, �rg�o ligado ao minist�rio.