O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), elogiou a continuidade dos trabalhos da equipe do ministro Teori Zavascki no sentindo de homologar as dela��es de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. A autoriza��o foi dada pela presidente do Supremo, C�rmen L�cia, na noite da segunda-feira.
Gilmar evitou fazer coment�rios pessoais sobre a relatoria dos processos da Lava-Jato. "Eu n�o vou dar opini�o agora, vamos aguardar a condu��o que a presidente est� fazendo, e fazendo muito bem, para que tenhamos uma solu��o que seja harm�nica e de toda a casa", afirmou o ministro.
"Essa quest�o vai ser analisada com a presidente, que est� conduzindo as conversas com todos os colegas, para que a gente tenha um encaminhamento o mais institucional poss�vel. Acho que esse ser� o encaminhamento que ter� o apoio, se n�o da unanimidade dos colegas, pelo menos da ampla maioria. Acho que � isso que a presidente deve estar costurando e fazendo os entendimentos", afirmou.
Com o aval de C�rmen L�cia, a equipe de Teori, liderada pelo juiz-auxiliar Marcio Schiefler, j� retomou o planejamento de audi�ncias com os proponentes dos acordos de dela��o premiada. Eles v�o fazer uma verifica��o se os acordos foram feitos dentro do que determina a lei, sem coa��o e com a presen�a de advogados.
O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, protocolou, nesta ter�a-feira, 24, um pedido de urg�ncia para a homologa��o das dela��es. Ainda n�o se sabe, por�m, se C�rmen L�cia far� as homologa��es ou se deixar� para o novo relator do processo, ainda n�o definido.
Defer�ncia
Gilmar Mendes vem tendo algumas conversas com o presidente Michel Temer e jantou no Pal�cio do Jaburu no �ltimo domingo, 22. Sobre os assuntos tratados, Gilmar afirmou que s�o "conversas de informa��o, de avalia��o de momento, an�lise de medidas gerais que est�o sendo feitas, conversas de avalia��o que a gente j� faz h� muito tempo".
Temer anunciou no vel�rio de Teori que esperar� a defini��o do novo relator do STF para, s� ent�o, nomear o novo ministro. Gilmar viu a decis�o como uma "defer�ncia". "Me parece que � uma defer�ncia � pr�pria Corte para que n�o haja tamb�m tumultos pol�ticos", afirmou o ministro.
Gilmar Mendes tamb�m foi questionado sobre como lidaria com a hip�tese de conduzir investiga��es contra o presidente da Rep�blica, caso assumisse a relatoria da Lava Jato.
"Com a mesma naturalidade com que eu decido todos os processos. Eu estou em Bras�lia desde 1974, conhe�o personagens da vida pol�tica h� tantos anos, e lido com os processos com a abertura que voc�s conhecem no mercado", disse Gilmar.