A conta no Panam� da offshore Golden Rock Foundation usada por Eike Batista para pagar propina de US$ 16,5 milh�es ao ex-governador S�rgio Cabral (PMDB), em 2011, segundo a Procuradoria da Rep�blica no Rio, � a mesma que foi utilizada para o empres�rio transferir US$ 2,3 milh�es em 2013 para uma offshore na Su��a do casal de marqueteiros Jo�o Santana e M�nica Moura, que atuaram nas campanhas eleitorais de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014).
A 'coincid�ncia' das opera��es financeiras no exterior daquele que foi apontado como um dos maiores empres�rios do Pa�s chamou a aten��o do Minist�rio P�blico Federal. Os procuradores da Rep�blica que integram a for�a-tarefa da Opera��o Efici�ncia - deflagrada nesta quinta-feira, 26, e que culminou com a pris�o de Eike -, suspeitam que a conta da Golden Rock mantida pelo empres�rio no TAG Bank, no Panam�, servia para o pagamentos de agentes p�blicos.
A transfer�ncia envolvendo Cabral e seus operadores financeiros � um dos fatos que a investiga��o da for�a-tarefa do Rio quer aprofundar na Opera��o Efici�ncia - investiga��o que revelou um esquema de lavagem de mais de US$ 100 milh�es da organiza��o criminosa supostamente liderada pelo peemedebista.
A opera��o foi identificada gra�as � colabora��o premiada de dois operadores do mercado financeiro, os irm�os Renato Chaber e Marcelo Chaber, que lavaram dinheiro de propinas para o peemedebista desde o in�cio dos anos 2000, e cuidaram da estrutura��o no Panam� e no Uruguai para transfer�ncia dos valores de Eike para Cabral, em 2011.
O valor acabou sendo utilizado para a compra de a��es da Petrobras, Ambev e Vale na bolsa de Nova York pelos operadores do peemedebista por meio de um banco no Uruguai.
Os procuradores da Rep�blica no Rio tomaram o depoimento de Eike no dia 30 de novembro do ano passado, ocasi�o em que ele afirmou jamais ter pago propina a S�rgio Cabral, e, diante de todos os elementos, pediram ao juiz federal Marcelo Bretas, respons�vel pelos desdobramentos da Lava Jato no Estado, a pris�o preventiva do empres�rio, que viajou para Nova York dias antes.
Marqueteiros
As suspeitas sobre a offshore de Eike, contudo, j� estavam no radar da for�a-tarefa da Lava Jato em Curitiba desde o ano passado. No dia 20 de maio de 2016, o empres�rio foi at� a Procuradoria da Rep�blica em Curitiba e dep�s espontaneamente. Na ocasi�o, ele relatou que teria recebido uma solicita��o expressa em 2012 do ent�o ministro da Fazenda Guido Mantega para doar R$ 5 milh�es para o PT.
Na vers�o do empres�rio, o pagamento foi acertado por meio de uma transfer�ncia da conta da Golden Rock para a offshore Shellbill Finance, do casal de marqueteiros que atuavam para o PT, em 2013. O depoimento serviu de base para a deflagra��o da Opera��o Arquivo X, 34� fase da Lava Jato, em setembro do ano passado e levou Mantega � pris�o - no mesmo dia, o ex-ministro foi solto.
Al�m do repasse para os marqueteiros, a opera��o aprofundou as investiga��es sobre outras duas frentes de pagamento de propinas pela empreiteira Mendes J�nior e a OSX Constru��es Navais referentes ao contrato de constru��o das plataformas de explora��o de petr�leo para o pr�-sal P-67 e P-70.
Jo�o Santana e M�nica Moura j� admitiram que a offshore Shellbill que mantinham no exterior recebeu em 2013 US$ 4,5 milh�es de caixa 2 referentes � campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. Eles n�o se manifestaram, contudo, sobre as acusa��es de Eike, pois est�o tentando negociar um acordo de colabora��o premiada com a for�a-tarefa da Lava Jato.