Deflagrada na manh� desta ter�a-feira para investigar mais uma empresa que estaria envolvida na compra do avi�o que se acidentou com o ent�o candidato a presidente Eduardo Campos (PSB, morto em 2014), a Opera��o V�rtex levou para depor de froma coercitiva o empres�rio Rodrigo Leicht Carneiro Le�o, genro do ministro do Tribunal de Contas da Uni�o Jos� M�cio. A informa��o foi confirmada por fontes ligadas � investiga��o.
Rodrigo Carneiro � um dos s�cios da empresa Lidermac Constru��es, que possui contratos com o governo de Pernambuco e com v�rios munic�pios no Estado, e casado com a filha do ministro do TCU. Al�m dele, a opera��o teve outros tr�s mandados de condu��o coercitivas para serem cumpridos nesta ter�a.
A PF, contudo, ainda n�o divulgou o nome da empresa investigada. A investiga��o ocorre em primeira inst�ncia e n�o h� nenhuma acusa��o contra Jos� M�cio, que possui prerrogativa de foro e s� pode ser investigado, eventualmente, por inst�ncias superiores.
Ao todo, 30 policiais federais foram as ruas nesta ter�a para cumprir dez ordens judiciais em Pernambuco. A investiga��o da V�rtex partiu da an�lise das contas das empresas envolvidas na compra da aeronave e identificou que uma das companhias investigadas na Opera��o Turbul�ncia teria sido utilizada apenas como conta de passagem, pois recebeu valores de outra empresa dois dias antes de realizar a compra do avi�o. Esta outra empresa, que repassou os valores, ainda n�o havia sido investigada.
Deflagrada em junho de 2016, a Opera��o Turbul�ncia identificou uma rede de empresas de fachada, inclusive as envolvidas na compra do avi�o, que teriam sido usada para lavar cerca de R$ 600 milh�es. A investiga��o come�ou a partir da dificuldade em identificar o dono da aeronave ap�s o acidente e agora avan�a sobre uma nova empresa que, segundo a PF, possui contratos milion�rios com o governo de Pernambuco e teria movimentado dinheiro no esquema.
"Ao investigar mais a fundo a empresa remetente dos recursos, verificou-se que ela possui contratos milion�rios com o governo do Estado e que suas doa��es a campanhas pol�ticas aumentaram de forma exponencial ao longo dos �ltimos anos, notadamente para o partido e candidatos apoiados pelo ex-governador do estado, Eduardo Campos", diz a nota divulgada pela PF.
Turbul�ncia
Deflagrada em 2016 a partir das investiga��es sobre o verdadeiro propriet�rio do avi�o Cessna Citation que se acidentou em Santos (SP) durante a campanha eleitoral de 2014, a Opera��o Turbul�ncia revelou uma rede de empresas usadas para lavar dinheiro e abastecer o suposto caixa 2 das campanhas de Eduardo Campos (2010) e Marina Silva (2014), pelo PSB.
Com o avan�o das investiga��es, ao menos tr�s empres�rios envolvidos na compra da aeronave e apontados como l�deres do esquema, Jo�o Lyra, Apolo Santana e Eduardo Bezerra Leite decidiram por colaborar com as autoridades e assinaram um acordo de dela��o premiada.
Na den�ncia oferecida pelo Minist�rio P�blico Federal contra 18 pessoas envolvidas no caso, foi apontado que os tr�s empres�rios lideravam o grupo criminoso que lucrava com "a pr�tica de agiotagem", lavagem de dinheiro proveniente de superfaturamento de obras p�blicas e pagamento de propina para agentes p�blicos. Embora essa primeira den�ncia tenha sido arquivada, a investiga��o prossegue em Pernambuco.
A reportagem apurou que al�m dos fatos envolvendo o avi�o, Jo�o Lyra negociou com os investigadores o detalhamento de todas as transa��es financeiras realizadas por seu grupo cujos valores s�o oriundos de superfaturamento de obras p�blicas e de esquemas envolvendo empreiteiras e o governo de Pernambuco.
Embora a opera��o Turbul�ncia tenha origem na queda do avi�o, a PF compartilhou informa��es com a for�a-tarefa da Lava Jato em Curitiba e com o grupo de investigadores da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
Para chegar aos verdadeiros propriet�rios do jatinho, a PF mapeou uma teia de empresas de fachada supostamente utilizadas para lavar e escoar dinheiro oriundo de obras p�blicas para campanhas pol�ticas. Foram investigados repasses da Camargo Corr�a e da OAS que teriam origem em desvios praticados em obras da Petrobras em Pernambuco e na transposi��o do Rio de S�o Francisco.