
Apontado pela Pol�cia Federal como respons�vel por entregar propina de empreiteiras ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) - morto em um acidente de avi�o, em agosto de 2014 -, o empres�rio Jo�o Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, conhecido como Jo�o Lyra, assinou acordo de dela��o premiada com o Minist�rio P�blico Federal (MPF) no �mbito da Opera��o Turbul�ncia. Lyra se apresentou formalmente como o �nico comprador do avi�o que caiu em Santos (SP).
O acordo ainda precisa ser homologado pela Justi�a e Jo�o Lyra deve prestar depoimento nas pr�ximas semanas. Al�m dele, tamb�m optaram pela dela��o Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira. Os tr�s empres�rios pernambucanos foram alvo da Turbul�ncia, respons�vel por investigar o arrendamento da aeronave Cessna Citation PR-AFA que caiu em Santos (SP) e vitimou o ent�o candidato Eduardo Campos.
A reportagem apurou que al�m dos fatos envolvendo o avi�o, Jo�o Lyra negociou com os investigadores o detalhamento de todas as transa��es financeiras realizadas por seu grupo cujos valores s�o oriundos de superfaturamento de obras p�blicas e de esquemas envolvendo empreiteiras e o governo de Pernambuco.
Para chegar aos verdadeiros propriet�rios do jatinho, os investigadores identificaram empresas de fachada supostamente utilizadas para lavar e escoar dinheiro oriundo de obras p�blicas para campanhas pol�ticas. Foram investigados repasses da Camargo Corr�a e da OAS que teriam origem em desvios praticados em obras da Petrobras em Pernambuco e na transposi��o do Rio de S�o Francisco. Parte das informa��es foi compartilhada com a for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato.
Na den�ncia oferecida pelo MPF contra 18 pessoas envolvidas no caso, o MPF apontou que os tr�s empres�rios lideravam o grupo criminoso que lucrava com "a pr�tica de agiotagem", lavagem de dinheiro proveniente de superfaturamento de obras p�blicas e pagamento de propina para agentes p�blicos. Apesar de a primeira den�ncia ter sido arquivada, a investiga��o continua e deve dar origem a novas den�ncias.
� �poca da deflagra��o da Turbul�ncia, o PSB, do qual Campos era presidente, reiterou a sua confian�a na "conduta sempre �ntegra do ex-governador" e "o apoio incondicional ao trabalho de investiga��o da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico, esperando que resulte no pleno esclarecimento dos fatos". A Camargo Corr�a afirmou que a empresa foi a primeira a colaborar e que segue � disposi��o da Justi�a. Procurada, a OAS n�o respondeu at� a conclus�o desta edi��o.