O pai de Gabriela, o tamb�m m�dico Mario Munhoz, de 58 anos, afirmou que, desde que o caso foi divulgado, no �ltimo dia 2, a filha j� recebeu mais de 300 e-mails com xingamentos e amea�as. "S�o mensagens a chamando de assassina, de vagabunda, dizendo que v�o mat�-la e que ela vai ser perseguida para o resto da vida", conta ele.
Segundo Munhoz, a filha n�o est� em condi��es de dar entrevista pois est� fazendo acompanhamento psicol�gico e est� muito abalada com a repercuss�o do caso.
No in�cio da noite desta ter�a-feira, a m�dica divulgou uma nota na qual afirma jamais ter divulgado ou compartilhado imagens de exames m�dicos de Marisa Let�cia, nem informa��es sigilosas sobre seu diagn�stico. "N�o tive contato visual ou pessoal com ela nem com seu prontu�rio m�dico", diz ela, no texto. O pai de Gabriela afirma que, se a filha tivesse acessado qualquer dado do prontu�rio da paciente, haveria registro do acesso em seu login do hospital, o que n�o aconteceu.
Segundo a vers�o da fam�lia, Gabriela estava de plant�o no pronto-socorro do hospital paulistano no dia 24 de janeiro, dia da interna��o da ex-primeira-dama, quando um ex-colega de faculdade da m�dica compartilhou no grupo de mensagens da turma uma imagem da tomografia feita por Marisa em um hospital de S�o Bernardo do Campo, no ABC, vazada anteriormente por outro m�dico.
"Um dos colegas, ent�o, perguntou para a Gabriela se ela estava no S�rio e a opini�o dela sobre o exame. Ela confirmou que estava l� e classificou o padr�o da tomografia como "fisher 4" (escala que mede n�vel de sangramento cerebral). Mas ela falou isso exclusivamente pelo que estava vendo na imagem compartilhada e n�o porque teve acesso a dados da paciente. Qualquer m�dico que visse a tomografia teria condi��es de fazer essa avalia��o. Ela n�o divulgou nenhum diagn�stico, nenhum quadro cl�nico, ela simplesmente estava lendo um exame", diz ele, que afirma ter todos os "prints" das conversas de WhatsApp comprovando a vers�o da m�dica. As reprodu��es das conversas foram registradas em cart�rio por meio de ata notarial, diz Mario Munhoz.
Na nota divulgada na ter�a, Gabriela afirma que n�o fez "piadas ou ironias com o estado de sa�de da ex-primeira dama", n�o desejou seu mal, nem deixou que qualquer ideologia pol�tico-partid�ria interferisse na sua conduta m�dica. "Infelizmente, acabei sendo usada em uma discuss�o pol�tica que jamais foi minha inten��o. Lamento muit�ssimo o falecimento de Dona Marisa e qualquer aborrecimento que esse assunto tenha gerado � sua fam�lia em um momento t�o delicado e de tanto sofrimento. Em nenhum momento, imaginei ou tive a inten��o de produzir ou acentuar ainda mais a dor dos familiares e amigos", declarou.
O pai de Gabriela disse que a fam�lia pretende, futuramente, entrar em contato com representantes do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para esclarecer o caso e provar que n�o houve qualquer conduta indevida por parte da m�dica.
Gabriela trabalhava havia dois anos e meio no S�rio e, al�m de dar plant�es no pronto-socorro, fazia parte do corpo cl�nico da institui��o na �rea de reumatologia. Munhoz afirma que a filha foi demitida por justa causa sem ter a oportunidade de apresentar sua vers�o dos fatos.
Por causa da repercuss�o do caso, a profissional foi demitida ainda de outro hospital privado onde atuava. Procurado para comentar as declara��es da m�dica e do pai, a assessoria do S�rio-Liban�s informou que o hospital n�o ir� se pronunciar.