Al�m do tucano, outras oito testemunhas de defesa devem ser ouvidas nesta quinta. Nesta a��o, Lula tamb�m � r�u. A for�a-tarefa da Lava Jato sustenta que o petista recebeu R$ 3,7 milh�es em propinas da empreiteira OAS por meio de reformas em um apartamento tr�plex no condom�nio Solaris, no Guaruj� (SP).
Uma parte desse valor tamb�m teria sido repassada a Lula por meio do pagamento de despesas com o armazenamento de presentes que ele recebeu em seus mandatos presidenciais (2003/2010) - itens que o pr�prio Lula chama de "tralhas". O ex-presidente nega.
A estrat�gia da defesa de Okamotto � mostrar que outros ex-ocupantes do Pal�cio do Planalto tamb�m receberam lembran�as e que as guardaram. Okamotto foi denunciado pela Procuradoria da Rep�blica que lhe atribui responsabilidade pela contrata��o da Granero para estocar as "tralhas" de Lula.
Ao todo s�o sete r�us no processo, entre eles o empreiteiro L�o Pinheiro, da OAS. Moro mandou intimar as testemunhas arroladas pelos defensores dos oito acusados para comparecer na sala de v�deoconfer�ncias da Justi�a Federal em S�o Paulo.
Instituto FHC
Apesar de n�o ser investigado, o nome do ex-presidente tucano apareceu em um laudo da PF durante as investiga��es sobre a Odebrecht na Lava Jato. Na ocasi�o, a PF identificou que a empreiteira pagou R$ 975 mil ao Instituto Fernando Henrique Cardoso, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012. Foram 11 pagamentos mensais de R$ 75 mil e um de R$ 150 mil. O relat�rio tamb�m citou o ex-presidente Lula.
O relat�rio de 26 de outubro de 2015, subscrito pelos peritos criminais federal F�bio Augusto da Silva Salvador, Audrey Jones de Souza, Raphael Borges Mendes e Jefferson Ribeiro Bastos Braga analisou contas da Construtora Norberto Odebrecht que "possibilitaram identificar registros cont�beis indicativos de pagamentos feitos a ex-agentes pol�ticos ou institui��es e empresas a ele vinculados".
O documento cont�m uma planilha que mostra os pagamentos m�s a m�s para o iFHC. O primeiro pagamento ocorreu em 13 de dezembro de 2011. As transfer�ncias de R$ 75 mil se sucederam at� agosto de 2012.
Os registros da Odebrecht indicam que n�o houve pagamento em setembro daquele ano. Em outubro, a empreiteira depositou R$ 150 mil.
A PF tamb�m analisou no laudo e-mails trocados entre a secretaria da presid�ncia do iFHC, um representante de uma entidade identificada como "APLA" e um executivo da �rea cultural. Eles conversavam sobre uma poss�vel palestra do ex-presidente. Os peritos inclu�ram a �ntegra das mensagens no documento.
A PF destaca e-mails relacionados a um "suposto pagamento de valores por parte da Braskem" - petroqu�mica ligada � Odebrecht. Na referida mensagem, destaca-se o trecho em que a secret�ria da Presid�ncia aponta as maneiras da Braskem fazer a doa��o. "Dessa forma, � poss�vel que outros pagamentos tenham sido feitos e n�o tenham sido encontrados em fun��o da limita��o do presente Laudo, ou ainda, que os referidos pagamentos tenham sido feitos por meio de triangula��o entre Grupo Odebrecht, o contratante do servi�o (exemplo do evento APLA) e o Instituto Fernando Henrique Cardoso", afirma o laudo.
A sequ�ncia de mensagens indica que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso n�o pode comparecer ao evento. Quando o relat�rio da PF veio � tona, o ex-presidente divulgou uma nota em seu perfil oficial no Facebook afirmando que � "absurdo supor que a doa��o feita � Funda��o iFHC pudesse ter qualquer rela��o com o prop�sito de obter vantagens governamentais".
"Basta o mais elementar bom senso para perceber o absurdo de supor que a doa��o feita � Funda��o iFHC pudesse ter qualquer rela��o com o prop�sito de obter vantagens governamentais. Causa estranheza, portanto, que ela conste do relat�rio da PF que trata da corrup��o na Petrobras", afirmou o instituto.