Rio de Janeiro - O ex-senador Delc�dio Amaral (MS) afirmou nesta quinta-feira, 16, que a CPI do Cachoeira, instalada em 2012, acabou no vazio por orienta��o do governo da �poca. Segundo ele, a CPI foi incentivada pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em meio a um "ran�o" ap�s o mensal�o e buscava atingir l�deres da oposi��o em Goi�s, como o governador Marconi Perillo (PSDB), mas houve recomenda��o de que fosse encerrada quando evoluiu e ficou "perigosa" para o governo.
Delc�dio contou que Lula agiu para que houvesse o n�mero de assinaturas necess�rias para a instala��o da CPI. "Depois das consequ�ncias que vieram, o governo agiu para tirar o p�."
Questionado se tinha partido de Lula a iniciativa de esvaziamento, afirmou que o ex-presidente tinha conhecimento disso. "Nenhuma atitude numa CPI, no sentido de esvazi�-la, � feita sem conhecimento do governo. N�o existe."
Segundo ele, a CPI come�ou tendo como objeto os l�deres da oposi��o de Goi�s, como Perillo e o ex-senador Dem�stenes Torres. "O governo percebeu nitidamente que a CPI poderia trazer problemas e consequentemente, como todo governo faz, quando h� risco, abafa", disse.
Segundo Amaral, o "ran�o" do mensal�o era especificamente em rela��o ao governador de Goi�s. O ex-senador relatou que Perillo teria conversado com o governo sobre votos para a CPI dos Correios, mas o que teria sido falado n�o teria surtido efeito. "Se imaginava que com a CPI do Cachoeira o chumbo voltaria, mas o chumbo n�o estava voltando, mas ia bater em quem queria se vingar. Da� esvaziaram a CPI", afirmou a jornalistas ap�s prestar depoimento.
O ex-senador acrescentou que, com as quebras de sigilo em meio � CPI, apareceram empresas que poderiam comprometer o governo, como as de Adir Assad, empres�rio controlador de empresas-fantasma para receber dinheiro desviado de esquema de corrup��o na Petrobras.
"Poderiam aparecer contribui��es de campanha, ligando essas contribui��es a v�rias obras em andamento". Segundo ele, a CPI terminou "melancolicamente" sem resultado nenhum. Delc�dio disse n�o saber quais eram as obras. Assad foi um dos nomes que surgiram � �poca, mas havia outras empresas que faziam o mesmo tipo de atividade, afirmou. "Tinham empresas prestadoras de servi�o usadas pelas construtoras para fazerem repasses, mas isso eu ouvi nas reuni�es da base do governo".
Delc�dio disse que inicialmente achavam que a CPI era restrita a Goi�s. "Com quebra de sigilos, entraram empresas, como a Delta (Engenharia), e empres�rios, como Adir Assad. A partir de um determinado momento, a CPI come�a a reduzir de tamanho. Claramente se via um risco para o governo".