Bras�lia, 20 - O l�der do governo no Congresso, Romero Juc� (PMDB-RR), discursou por quase uma hora no plen�rio do Senado, nesta segunda-feira, 20, para se defender das acusa��es de que tenta atrapalhar a Opera��o Lava Jato. Ele acusou a imprensa de tentar fazer o "linchamento" dos pol�ticos.
Ap�s recuar do projeto que poderia blindar os membros da linha sucess�ria da presid�ncia, na semana passada, Juc� foi hostilizado ao desembarcar em aeroporto de Boa Vista, na �ltima sexta-feira, 17. Citando refer�ncias hist�ricas, Juc� afirmou que a imprensa "aponta a guilhotina" para os parlamentares e depois "parte para o estra�alhamento".
"Est� parecendo que estamos vivendo o per�odo da inquisi��o, ou a Revolu��o Francesa. Est�o querendo pregar em todos n�s a estrela de Israel no peito, como os nazistas pregaram nos judeus que viviam na Alemanha. No passado, a turba fazia linchamentos, hoje quem tenta fazer � a imprensa e setores da sociedade", atacou. O l�der do governo se referia � estrela de Davi, s�mbolo do Juda�smo que era costurado nas roupas dos judeus no per�odo nazista, na Alemanha, para identific�-los.
O peemedebista disse ainda que os jornalistas teriam pressionado parlamentares a retirar as assinaturas na �ltima quinta-feira, 16. Ap�s as not�cias sobre a sua proposta ser divulgada, pelo menos dois senadores desistiram do apoio ao texto. "Estamos agora sofrendo patrulhamento na tramita��o de projetos? Isso comigo n�o funciona", declarou. Ele afirmou que recuou da proposta para que o Congresso coloque "os pontos nos is" e "n�o se diminua". "Da minha parte, n�o haver� diminui��o", continuou. Ap�s o discurso, ele avaliou que a proposta pode ser discutida novamente no futuro.
Ele criticou ainda o vazamento das dela��es premiadas pelos jornalistas, que chamou de "nova vivandeiras e carpideiras". "� liberdade imprensa vazar um peda�o de dela��o? E a que pre�o essa imprensa recebe o peda�o da dela��o? N�o sei", continuou. O l�der do governo possui um projeto em tramita��o na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) que prop�e o fim do sigilo para todos os acordos de dela��es premiadas. O intuito, garantiu, � garantir "mais clareza" aos processos.
Juc� afirmou que os profissionais da imprensa "choram defuntos ainda vivos", citando nomes de alguns colunistas. "Quero dizer com muita tranquilidade, aos meus advers�rios e a quem quer me marcar com uma estrela no peito: eu n�o vou morrer de v�spera, eu n�o me entrego, eu sei o que eu defendo, eu sei o que eu fiz, e eu sei o que vou fazer." O peemedebista assegurou que continuar� apresentando propostas pol�micas. "Juc� � sin�nimo de uma madeira que n�o quebra e n�o se enverga."
O l�der do governo voltou a explicar os motivos que o levaram a apresentar a PEC que iria impedir a eventual investiga��o e o julgamento dos presidentes da C�mara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele disse que o objetivo era garantir a independ�ncia entre os poderes e negou que tenha por objetivo atrapalhar a Opera��o Lava Jato.
Investigado na opera��o, Juc� "pediu" para que os procuradores "concluam" os seus inqu�ritos. "Fa�am um mutir�o Romero Juc�. Juntem-se e investiguem o que tiver que investigar. Para mim, n�o h� problema", discursou.
Juc� concluiu o pronunciamento explicando que a grava��o feita pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, onde aparece dizendo que � preciso "estancar a sangria", n�o se referia � Lava Jato, mas ao "desmonte" do Pa�s promovido pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff. "A Lava Jato n�o � sangramento, � rem�dio", defendeu.