Contrariado com a press�o do PMDB por cargos no governo, o presidente Michel Temer est� montando uma equa��o pol�tica para compensar o partido. Em conversas reservadas, nos �ltimos dias, Temer assegurou que ou o PMDB ter� o comando de mais um minist�rio ou a lideran�a do governo na C�mara, atualmente ocupada pelo deputado Andr� Moura (PSC-SE).
A insatisfa��o preocupa Temer num momento em que a equipe econ�mica quer acelerar a tramita��o da reforma da Previd�ncia, hoje na C�mara. Al�m disso, h� receio de que os vazamentos de dela��es premiadas de executivos e ex-diretores da Odebrecht � Lava Jato provoquem instabilidade pol�tica.
Em conversas reservadas, o presidente tem dito que o PMDB n�o pode incentivar o racha da base aliada no Congresso. Depois da recusa do ex-ministro do STF Carlos Velloso em assumir a Justi�a, Temer tem feito outras sondagens, mas ainda n�o decidiu quem ser� o sucessor de Moraes. Antes rejeitado, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) ganhou apoio na bancada e � agora o nome indicado pelo partido para a cadeira da Justi�a. Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) perdeu pontos por cr�ticas � Lava Jato.
"N�o estamos fazendo press�o nem colocando faca no pesco�o de ningu�m", disse o l�der do PMDB na C�mara, Baleia Rossi (SP). "O presidente Temer j� sinalizou claramente que vai fortalecer o nosso partido. Tenho certeza absoluta de que ele, pela experi�ncia que tem, saber� valorizar a nossa bancada."
Se ficar sem o comando da Justi�a, o PMDB deve ganhar a lideran�a do governo na C�mara, como uma esp�cie de "compensa��o". Neste caso, o mais cotado para o posto � o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). Andr� Moura, o atual l�der, entrou em rota da colis�o com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas, se n�o ficar no posto, pode ser compensado com outro cargo.
"O PMDB n�o vai agir como o PT, que fazia oposi��o ao pr�prio governo", afirmou o deputado L�cio Vieira Lima (PMDB-BA), que disputou - e perdeu - a vice-presid�ncia da C�mara.
O confronto entre senadores do PMDB, o Minist�rio P�blico e o Judici�rio � outro foco de apreens�o de Temer. Nos bastidores, auxiliares do presidente dizem que o l�der do governo no Senado, Romero Juc� (RR) cometeu um "sinceric�dio" ao dizer que, se o foro privilegiado acabar, a medida deve valer para todos os Poderes. Ontem, Juc� disse ao Estado que n�o est� agindo em retalia��o � Lava Jato e procurou distanciar o Planalto da pol�mica.