Alvos da Opera��o Blackout, fase de n�mero 38 da Lava Jato, os operadores do PMDB Jorge Luz e Bruno Luz usaram contas de empresas offshores no exterior para pagar propina "de forma dissimulada", segundo a Procuradoria da Rep�blica informou nesta quinta-feira, 23. Durante as investiga��es, afirma a for�a-tarefa da Lava-Jato, foram identificados pagamentos em contas na Su��a e nas Bahamas.
A Opera��o Blackout ocorre dois dias ap�s o Supremo Tribunal Federal (STF) livrar das m�os do juiz federal S�rgio Moro o ex-presidente Jos� Sarney, cacique do PMDB.
Os pedidos protocolados pela for�a-tarefa em Curitiba tiveram como base principal os depoimentos de colabora��es premiadas refor�ados pela apresenta��o de informa��es documentais, al�m de provas levantadas por interm�dio de coopera��o jur�dica internacional.
De acordo com a Procuradoria da Rep�blica, os dois alvos das pris�es s�o suspeitos de utilizar contas no exterior para fazer repasse de propinas a agentes p�blicos. Entre os contratos da diretoria Internacional, os alvos s�o suspeitos de intermediar propinas na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vit�ria 10.000; na opera��o do navio sonda Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, da Transener para a empresa Eletroengenharia.
A for�a-tarefa afirma ainda que "esporadicamente" os investigados atuavam tamb�m em outras diretorias da Petrobras. Na �rea de Abastecimento, as investiga��es identificaram a participa��o de Jorge Luz e Bruno Luz na intermedia��o de propinas no contrato de aluguel do terminal de tancagem celebrado entre a Petrobras e a empresa Trafigura, e no contrato de fornecimento de asfalto com a empresa Sargent Marine.
Tamb�m foi identificada atua��o dos investigados no pagamento de propinas para Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Servi�os, decorrente de contratos celebrados com a empresa Sete Brasil para explora��o do pr�-sal.
Segundo o procurador da Rep�blica e integrante da For�a-tarefa Lava Jato do Minist�rio P�blico Federal do Paran�, Diogo Castor de Mattos, "as pris�es foram decretadas para garantia de ordem p�blica e para assegurar a aplica��o da lei penal, tendo em conta a not�cia que os investigados se evadiram recentemente para o exterior, possuindo inclusive dupla nacionalidade".
Na decis�o em autoriza a deflagra��o desta fase, o juiz federal S�rgio Moro destacou que "o car�ter serial dos crimes, com intermedia��o reiterada de pagamento de vantagem indevida a diversos agentes p�blicos, pelo menos dois diretores e dois gerentes da Petrobr�s, em pelo menos cinco contratos diferentes da Petrobras, aliada � dura��o da pr�tica delitiva por anos e a sofistica��o das condutas delitivas, com utiliza��o de contas secretas em nome de off-shores no exterior (cinco j� identificadas, sendo quatro comprovadamente utilizadas para repasses de propinas), � indicativo de atua��o criminal profissional".
Ainda em seu despacho, o magistrado refor�ou que, caso confirmada a evas�o dos investigados para o exterior, em virtude dos alvos terem dupla nacionalidade, seja realizada a inclus�o do nome dos investigados no rol de foragidos internacionais da Interpol.